I
Estudo sobre os Pais da Igreja
Resumo sobre os Pais da Igreja
Objetivo do Treinamento sobre os Pais da Igreja:
·
Conhecer o inicio da doutrina Cristã;
·
Experimentar a espiritualidade Clássica a partir
dos Pais da Igreja
·
Estudar as fontes da espiritualidade
cristocentrica.
·
Perceber as contribuições de cada Pai para a Missão
da Igreja e sua influência doutrinária.
·
Vivenciar a coragem, a fé e a experiência com Deus
de cada Pai da Igreja.
Introdução:
Padres da
Igreja, Santos Padres ou Pais da Igreja, foram influentes teólogos, professores
e mestres cristãos e importantes bispos. Seus trabalhos acadêmicos foram
utilizados como precedentes doutrinários para séculos vindouros. Os padres da
Igreja são classificados entre o século II e VII. O estudo dos escritos dos
Padres da Igreja é denominado Patrística. O estudo de suas vidas é chamado de
Patrologia.
As Igrejas
Romana, Ortodoxa, Luterana, Presbiteriana, Metodistas, Anglicana e Batistas
Tradicionais acreditam que os padres da Igreja proporcionam a interpretação
correta da Sagrada Escritura, registraram a Sagrada Tradição e distinguiram
entre as autênticas doutrinas das heresias.
Foram homens que
fizeram diferença na vida da Igreja. O historiador metodista Justos Gonzales
chama-os de “Gigantes” no seu livro “A Era dos Gigantes”.
O Inglês John
Wesley escreveu sobre a importância doutrinária dos Pais da Igreja:
“...reverencio
excessivamente tanto a eles como aos seus escritos e os avalio altamente em
amor. Reverencio-os porque eram cristãos, cristãos tais como foi acima
descrito. Reverencio os seus escritos porque descrevem um Cristianismo
verdadeiro e genuíno e nos guiam à evidência mais forte da doutrina cristã. ...Reverencio
muito estes antigos cristãos com todas as suas falhas porque vejo tão poucos
cristãos atualmente; porque leio tão pouco nos escritos dos últimos tempos e
ouço tão pouco de cristianismo genuíno, e porque a maioria dos cristãos
modernos (assim chamados) não contentes com o serem totalmente ignorantes a
respeito do cristianismo, têm profundos preconceitos contra ele chamando-o
"entusiasmo" e não sei mais o que (Cartas: "Ao Dr. Conyers
Middleton").
“Não somente que
os "pais" não errassem na sua interpretação do evangelho de Cristo,
mas que em todas as partes necessárias do mesmo eles eram tão assistidos pelo
Espírito Santo que raramente eram suscetíveis de erro. Nós consequentemente
temos de nos voltar para os seus escritos, embora não tenham a mesma autoridade
das Sagradas Escrituras (porque nem foram os escritores dos mesmos chamados de
modo tão extraordinário nem eram eles dotados de tão grande porção do Espírito
Santo), contudo merecem muito maior respeito do que quaisquer outras obras
escritas desde então, embora os homens depois deles tenham escrito com mais
arte, e muito maior bagagem de cultura humana do que podemos encontrar não
somente nos trechos seguintes, mas até mesmo no próprio Novo Testamento. Na
verdade o modo pelo qual foram escritos, a verdadeira simplicidade primitiva
que aparece em todas as suas partes, não lhes é objeção justa, mas uma
grande recomendação a todos os homens sensatos. Eles conheceram a excelência da
sua doutrina e a importância das revelações que faziam do estado futuro, e, por
isso, eles se contentaram em declarar estas coisas de maneira simples, mas com
tal eficácia e poder que sobrepujaram toda a retórica do mundo”.
(Wesley -Obras: "Prefácio às
Epístolas dos Pais Apostólicos").
Os
principais Pais da Igreja são:
Clemente
de Roma (†102), Bispo de Roma (88 - 97)
Inácio
de Antioquia (†110)
Aristides
de Atenas (†130)
Policarpo
de Esmira (†156)
Pastor
de Hermas (†160)
Aristides
de Atenas (†160)
Hipólito
de Roma (160 - 235)
Justino
(†165)
Militão
de Sardes (†177)
Atenágoras
(†180)
Teófilo
de Antioquia (†181)
Orígenes
de Alexandria (184 - 254)
Ireneu
(†202)
Tertuliano
de Cartago (†220)
Clemente
de Alexandria (†215)
Metódio
de Olimpo (sec.III)
Cipriano
de Cartago (210-258)
Novaciano
(†257)
Atanásio
de Alexandria(295 -373)
Efrém
- (306 - 373), diácono, Mesopotânia
Hilário
de Poitiers - bispo (310 - 367)
Cirilo
de Jerusalém, bispo (315 - 386)
Basílio
Magno, bispo (330 - 369) - Cesaréia
Gregório
Nazianzeno - (330 - 379), bispo
Ambrósio
- (340 - 397), bispo, Treves - Itália
Eusébio
de Cesaréia (340)
Gregório
de Nissa (340)
Prudêncio
(384 - 405)
Jerônimo
( 348 - 420), presbítero Strido, Itália
João
Cassiano (360 - 407)
João
Crisóstomo - (349 - 407), bispo
Agostinho
- (354 - 430), bispo
Efrém
(†373)
Epifânio
(†403)
Cirilo
de Alexandria - (370 - 442), bispo
Pedro
Crisólogo - (380 - 451), bispo, Itália
Leão
Magno (400 - 461), papa de Roma - Toscana, Itália
Paulino
de Nola (†431) - Sedúlio (sec V)
Vicente
de Lerins (†450)
Pedro
Crisólogo (†450)
Benedito
de Núrcia (480 - 547)
Venâncio
Fortunato (530-600)
Ildefonso
de Toledo (617 - 667)
Máximo
Confessor (580-662)
Gregório
Magno (540 - 604), Papa de Roma
Ildefonso
de Sevilha (†636)
Germano
de Constantinopla - (610-733)
João
Damasceno (675 - 749), bispo, Damasco
Neste estudo
vamos apresentar um pouco daquilo que esses grandes Padres da Igreja escreveram.
Clemente
de Roma (†102), Papa (88-97), foi o
terceiro sucessor de Pedro, nos tempos dos imperadores romanos Domiciano e
Trajano (92 a 102). No depoimento de Ireneu “ele viu os Apóstolos e com eles
conversou, tendo ouvido diretamente a sua pregação e ensinamento”. (Contra as
heresias)
Inácio
de Antioquia (†110) foi o terceiro bispo da
importante comunidade de Antioquia, fundada por Pedro. Conheceu pessoalmente
Paulo e João. Sob o imperador Trajano, foi preso e conduzido a Roma onde morreu
nos dentes dos leões no Coliseu. A caminho de Roma escreveu Cartas às igreja de
Éfeso, Magnésia, Trales, Filadélfia, Esmirna e ao bispo S. Policarpo de
Esmirna. Na carta aos esmirnenses, aparece pela primeira vez a expressão
“Igreja Católica”.
Aristides
de Atenas († 130) foi um dos primeiros apologistas cristãos;
escreveu a sua Apologia ao imperador romano Adriano, falando da vida dos
cristãos.
Policarpo
(†156) foi bispo de Esmirna, e uma pessoa
muito amada. Conforme escreve Irineu, que foi seu discípulo, Policarpo foi
discípulo de João Evangelista. No ano 155 estava em Roma com o bispo Niceto
tratando de vários assuntos da Igreja, inclusive a data da Páscoa.
Combateu os hereges gnósticos. Foi condenado à fogueira; o relato do seu
martírio, feito por testemunhas oculares, é documento mais antigo deste gênero.
Hermas
(†160) era irmão do bispo Pio I, sob cujo episcopado
escreveu a sua obra Pastor. Suas visões são de estilo apocalíptico.
Didaquè
(ou Doutrina dos Doze Apóstolos) é como
um antigo catecismo, redigido entre os anos 90 e 100, na Síria, na Palestina ou
em Antioquia. Traz no título o nome dos doze Apóstolos. Os Padres da Igreja
mencionaram-na muitas vezes. Em 1883 foi encontrado um seu manuscrito grego.
Justino
(†165), mártir nasceu em Naplusa, antiga Siquém, em Israel;
achou nos Evangelhos “a única filo proveitosa”, filósofo, fundou uma escola em
Roma. Dedicou a sua Apologias ao Imperador romano Antonino Pio, no ano 150,
defendendo os cristãos; foi martirizado em Roma.
Hipólito
de Roma (160-235) discípulo de Irineu
(140-202), foi célebre na Igreja de Roma, onde Orígenes o ouviu pregar. Morreu
mártir. Escreveu contra os hereges, compôs textos litúrgicos, escreveu a
Tradição Apostólica onde retrata os costumes da Igreja no século III:
ordenações, catecumenato, batismo e confirmação, jejuns, ágapes, eucaristia,
ofícios e horas de oração, sepultamento, etc.
Melitão
de Sardes (†177) foi bispo de Sardes, na Lídia, um dos grandes
luminares da Ásia Menor. Escreveu a Apologia, dirigida ao imperador Marco
Aurélio.
Atenágoras
(†180) era filósofo em Atenas, Grécia, autor da
Súplica pelos Cristãos, apologia oferecida em tom respeitoso ao imperador Marco
Aurélio e seu filho Cômodo; escreveu também o tratado sobre A Ressurreição dos
mortos, foi grande apologista.
Teófilo
de Antioquia (†após 181) nasceu na
Mesopotâmia, converteu-se ao cristianismo já adulto, tornou-se bispo de
Antioquia. Apologista, compôs três livros, a Autólico.
Ireneu
(†202) nasceu na Ásia Menor, foi discípulo de Policarpo
(discípulo de João), foi bispo de Lião, na Gália (hoje França). Combateu
eficazmente o gnosticismo em sua obra Adversus Haereses (Refutação da Falsa
Gnose) e a Demonstração da Preparação Apostólica. Segundo Gregório de
Tours (†594), Irineu morreu mártir. É considerado o “príncipe dos teólogos
cristãos”. Salienta nos seus escritos a importância da Tradição oral da Igreja,
o primado da Igreja de Roma (fundada por Pedro e Paulo).
Hilário
de Poitiers (316-367), doutor da Igreja, foi bispo de Poitiers, combateu
o arianismo, foi exilado pelo imperador Constâncio, escreveu a obra Sobre a
Santíssima Trindade.
Clemente
de Alexandria (†215) Seu nome é Tito Flávio
Clemente, nasceu em Atenas por volta de 150. Viajou pela Itália, Síria,
Palestina e fixou-se em Alexandria. Durante a perseguição de Setímio Severo
(203), deixou o Egito, indo para a Ásia Menor, onde morreu em 215. Seu grande
trabalho foi tentar a aliança do pensamento grego com a fé cristã. Dizia: “Como
a lei formou os hebreus, a filo formou os gregos para Cristo”.
Orígenes
(184-254) Nasceu em Alexandria, Egito; seu pai Leônidas
morreu martirizado em 202. Também desejava o martírio; escreveu ao pai na
prisão: “não vás mudar de ideia por causa de nós”. Em 203 foi colocado à frente
da escola catequética de Alexandria pelo bispo Demétrio. Em 212 esteve em Roma,
Grécia e Palestina. A mãe do imperador Alexandre Severo, Júlia Mammae, chamou-o
a Antioquia para ouvir suas lições. Morreu em Cesaréia durante a perseguição do
imperador Décio.
Tertuliano
de Cartago (†220), norte da África, culto, era advogado em Roma
quando em 195 se converteu ao Cristianismo, passando a servir a Igreja de
Cartago como catequista. Combateu as heresias do gnosticismo. É autor das
frases: “Vede como se amam” e “ O sangue dos mártires era semente de novos
cristãos”.
Cipriano
(†258) Cecílio Cipriano nasceu em Cartago, foi bispo e
primaz da África Latina. Era casado. Foi perseguido no tempo do imperador
Décio, em 250, morreu mártir em 258. Escreveu a bela obra Sobre a unidade da
Igreja Católica. Na obra De Lapsis, sobre os que apostataram na perseguição,
narra ao vivo o drama sofrido pelos cristãos, a força de uns, o fracasso de
outros. Escreveu ainda a obra Sobre a Oração do Senhor, sobre o Pai Nosso.
Eusébio
de Cesaréia (260-339) bispo, foi o primeiro historiador da Igreja.
Nasceu na Palestina, em Cesaréia, discípulo aí de Orígenes. Escreveu a sua
Crônica e a História Eclesiástica, além de A Preparação e a Demonstração
Evangélica. Foi perseguido por Dioclesiano, imperador romano.
Atanásio
(295-373), doutor da Igreja, nasceu em Alexandria, jovem
ainda foi viver o monaquismo nos desertos do Egito, onde conheceu o grande
Santo Antão(†376), o “pai dos monges”. Tornou-se diácono da Igreja de
Alexandria, e junto com o seu Bispo Alexandre, se destacou no Concílio de
Nicéia (325) no combate ao arianismo. Tornou-se bispo de Alexandria em 357 e
continuou a sua luta árdua contra o arianismo (Ário negava a divindade de
Jesus), o que lhe valeu sete anos de exílio. Gregório Nazianzeno disse dele: “O
que foi a cabeleira para Sansão, foi Atanásio para a Igreja.”
Hilário
de Poitiers (316-367), doutor da Igreja, nasceu em Poitiers, na Gália
(França); em 350 clero e povo o elegiam bispo, apesar de ser casado. Organizou
a luta dos bispos gauleses contra o arianismo. Foi exilado pelo imperador
Constâncio, na Ásia Menor, voltando para a Gália em 360, fazendo valer as
decisões do Concílio de Nicéia. É chamado o “Atanásio do Ocidente”. Escreveu as
obras Sobre a Fé, Sobre a Santíssima Trindade.
Efrém,
o Sírio (†373) doutor da Igreja é
considerado o maior poeta sírio, chamado de “a cítara do Espírito Santo”.
Nasceu em Nísibe, de pais cristãos, por volta de 306, deve ter participado do
Concílio de Nicéia (325), segundo a tradição, com o seu bispo Tiago. Foi
ordenado diácono em 338 e assim ficou até o fim da vida. Escreveu tratados
contra os gnósticos, os arianos e contra o imperador Juliano, o apóstata.
Escreveu belos hinos.
Cirilo
de Jerusalém (†386), doutor da Igreja, Bispo de Jerusalém, guardião da
fé professada pela Igreja no Concílio de Nicéia (325). Autor das Catequeses
Mistagógicas, esteve no segundo Concílio Ecumênico, em Constantinopla, em 381.
Dâmaso
(304-384), Bispo da Igreja de Roma, instruído, de origem
espanhola, sucedeu o Bispo Libério que o ordenou diácono; obteve do Imperador
Graciano o reconhecimento jurisdicional do bispo de Roma. Mandou que Jerônimo
fizesse uma revisão da versão latina da Bíblia, a Vulgata. Descobriu e
ornamentou os túmulos dos mártires nas catacumbas, para a visita dos
peregrinos.
Basílio
Magno (329-379), Bispo e doutor da Igreja, nasceu na Capadócia;
seus irmãos Gregório de Nissa e Pedro foram canonizados. Foi íntimo amigo de Gregório
Nazianzeno; fez-se monge. Em 370 tornou-se bispo de Cesaréia na Palestina, e
metropolita da província da Capadócia. Combateu o arianismo e o apolinarismo
(Apolinário negava que Jesus tinha uma alma humana). Destacou-se no estudo a
Santíssima Trindade (Três Pessoas e uma Essência).
Gregório
Nazianzeno (329-390), doutor da Igreja – nasceu em Nazianzo, na Capadócia,
era filho do bispo local, que o ordenou padre; foi um dos maiores oradores
cristãos. Foi grande amigo de Basílio, que o sagrou bispo. Lutou contra o
arianismo. Sua doutrina sobre a Santíssima Trindade o fez ser chamado de
“teólogo”, que o Concílio de Calcedônia confirmou em 481.
Gregório
de Nissa (†394) foi bispo de Nissa, e depois de
Sebaste, irmão de Basílio e amigo de Gregório Nazianzeno. Os três brilharam
na Capadócia. Foi poeta e místico; teve grande influência no primeiro Concílio
de Constantinopla (381) que definiu o dogma da Trindade. Combateu o
apolinarismo, macedonismo (Macedônio negava a divindade do Espírito Santo) e
arianismo.
João
Crisóstomo (354-407) ( = boca de ouro), é o mais
conhecido dos Padres da Igreja grega. Nasceu em Antioquia. Tornou-se patriarca
de Constantinopla, foi grande pregador. Foi exilado na Armênia por causa da
defesa da fé sã. Um dos maiores pregadores.
Cirilo
de Alexandria (†444) Bispo e doutor da Igreja,
sobrinho do patriarca de Alexandria, Teófilo, o substituiu na Sé episcopal em
412. Combateu vivamente o Nestorianismo (Nestório negava que em Jesus havia uma
só Pessoa e duas naturezas), com o apoio do Bispo Celestino. Participou do
Concílio de Éfeso (431), que condenou as teses de Nestório.
João
Cassiano (360-465) recebeu formação religiosa em Belém e viveu
no Egito. Foi ordenado diácono por João Crisóstomo, em Constantinopla, e padre
pelo bispo Inocêncio, em Roma. Em 415 fundou dois mosteiros em Marselha, um
para cada sexo. São Bento recomendou seus escritos.
Paulino
de Nola (†431) nasceu na Gália (França), exerceu importantes
cargos civis até ser batizado. Vendeu seus bens, distribuindo o dinheiro aos
pobres, e com sua esposa Terásia passou a viver vida eremítica. Foi ordenado
padre em 394, em 409 bispo de Nola.
Pedro
Crisólogo (†450) (= palavra de ouro) bispo e
doutor da Igreja – foi bispo de Ravena, Itália. Quando Êutiques, patriarca de
Constantinopla pediu o seu apoio para a sua heresia (monofisismo - uma só
natureza em Cristo), respondeu: “Não podemos discutir coisas da fé, sem o
consentimento do Bispo de Roma”. Temos 170 de suas cartas e escritos sobre o
Símbolo e o Pai – Nosso.
Ambrósio
(†397), doutor da Igreja, nasceu em Tréveris, de nobre
família romana. Com 31 anos governava em Milão as províncias de Emília e
Ligúria. Ainda catecúmeno, foi eleito bispo de Milão, pelo povo, tendo,
então recebido o batismo, a ordem e o episcopado. Foi conselheiro de vários
imperadores e batizou Agostinho, cujas pregações ouvia. Deixou obras admiráveis
sobre a fé cristã.
Jerônimo
(347-420), “Doutor Bíblico” – nasceu na Dalmácia e educou-se
em Roma; é o mais erudito dos Padres da Igreja latina; sabia o grego, latim e
hebraico. Viveu alguns anos na Palestina como eremita. Em 379 foi ordenado
sacerdote pelo bispo Paulino de Antioquia; foi ouvinte de Gregório Nazianzeno e
amigo de Gregório de Nissa. De 382 a 385 foi secretário do Bispo Dâmaso, por
cuja ordem fez a revisão da versão latina da Bíblia (Vulgata), em Belém,
por 34 anos. Pregava o ideal de santidade entre as mulheres da nobreza romana
(Marcela, Paula e Eustochium) e combatia os maus costumes do clero. Na figura
de Jerônimo destacam-se a austeridade, o temperamento forte, o amor a Igreja.
Epifânio
(†403), Nasceu na Palestina, muito culto, foi superior de
uma comunidade monástica em Eleuterópolis (Judéia) e depois, bispo de Salamina,
na ilha de Chipre. Batalhou muito contra as heresias, especialmente o
origenismo.
Agostinho
(354-430), Bispo e Doutor da Igreja - Nasceu em Tagaste,
Tunísia, filho de Patrício e Mônica. Grande teólogo, filósofo, moralista e
apologista. Aprendeu a retórica em Cartago, onde ensinou gramática até os 29
anos de idade, partindo para Roma e Milão onde foi professor de Retórica na
corte do Imperador. Alí se converteu ao cristianismo pelas orações e lágrimas,
de sua mãe Mônica e pelas pregações de Ambrósio, bispo de Milão. Foi batizado
por esse bispo em 387. Voltou para a África em veste de penitência onde foi
ordenado sacerdote e depois bispo de Hipona aos 42 anos de idade. Foi um dos
homens mais importantes para a Igreja. Combateu com grande capacidade as
heresias do seu tempo, principalmente o Maniqueísmo, o Donatismo e o
Pelagianismo, que desprezava a graça de Deus. Agostinho escreveu muitas obras e
exerceu decisiva influência sobre o desenvolvimento cultural do mundo
ocidental. É chamado de “Doutor da Graça”.
Leão Magno (400-461) – Bispo
de Roma - nasceu em Toscana, foi educado em Roma. Foi conselheiro
sucessivamente dos papas Celestino I (422-432) e Xisto III (432-440) e foi
muito respeitado como teólogo e diplomata. Participou de grandes problemas da
Igreja do seu tempo e pôde travar contato pessoal e por cartas com Agostinho, Cirilo
de Alexandria e João Cassiano, que o descrevia como “ornamento da Igreja e do
divino ministério”. Deixou 96 Sermões e 173 Cartas que chegaram até nós.
Participou ativamente na elaboração dogmática sobre o grave problema tratado no
Concílio de Calcedônia, a condenação da heresia chamada monofisismo. Leão foi o
primeiro bispo de Roma que recebeu o título de Magno (grande). Em sua
atuação no plano político, a História registrou e imortalizou duas intervenções
de Leão, respectivamente junto a Átila, rei dos Hunos, em 452, e junto a
Genserico, em 455, bárbaros que queriam destruir Roma.
Vicente
de Lérins (†450) Depois de muitos anos de vida mundana se
refugiou no mosteiro de Lérins. Escreveu o seu Commonitorium, “ para descobrir
as fraudes e evitar as armadilhas dos hereges”.
Bento
de Núrcia (480-547) nasceu em Núrcia, na Úmbria, Itália; estudou
Direito em Roma, quando se consagrou a Deus. Tornou-se superior de várias
comunidades monásticas; tendo fundado no monte Cassino a célebre Abadia
local. A sua Regra dos Mosteiros tornou-se a principal regra de vida dos
mosteiros do ocidente, elogiada pelo Bispo Gregório Magno, usada até hoje. O
lema dos seus mosteiros era “ora et labora”.
Venâncio
Fortunato (530-600) nasceu em Vêneto na Itália, foi para Poitiers
(França). Autor de célebres hinos dedicados à Paixão de Cristo, até hoje usados
na Igreja.
Gregório
Magno (540-604), Bispo de Roma e doutor da Igreja - Nasceu em
Roma, de família nobre. Ainda muito jovem foi primeiro ministro do governo de
Roma. Grande admirador de Bento, resolveu transformar suas muitas posses em
mosteiros. O Bispo Pelágio o enviou como núncio apostólico em Constantinopla
até o ano 585. Foi feito Bispo de Roma em 590. Foi um dos maiores bispos
que a Igreja já teve. Bossuet considerava-o “modelo perfeito de como se governa
a Igreja”. Promoveu na liturgia o canto “gregoriano”. Profunda influência
exerceram os seus escritos: Vida de São Bento e Regra Pastoral, usado ainda
hoje.
Máximo,
o confessor (580 - 662) nasceu em
Constantinopla, foi secretário do imperador Heráclio, depois foi para o
mosteiro de Crisópolis. Lutou contra o monofisismo e monotelismo, sendo preso,
exilado e martirizado por isso. Obteve a condenação do monotelismo no Concílio
de Latrão, em 649.
Ildefonso
de Sevilha (†636) doutor da Igreja.
Considerado o último Padre do ocidente. Bispo de Sevilha, Espanha desde 601. Em
636 dirigiu o IV Sínodo de Toledo. Exerceu notável influência na Idade Média
com os seus escritos exegéticos, dogmáticos, ascéticos e litúrgicos.
Germano
de Constantinopla - (610-733) Bispo -
Patriarca de Constantinopla (715-30), nasceu em Constantinopla ao final do
reinado do imperador Heracleo (610-41); morreu em 733 ou 740. Filho de
Justiniano, um patriciano, Germano dedicou seus serviços à Igreja e começou
como clérigo na catedral de Metrópolis. Logo depois da morte de seu pai que
havia ocupado vários altos cargos de oficial, pelas mãos do sobrinho de
Herácleo, Germano se consagrou bispo de Chipre, o ano exato, porém, de sua
elevação é desconhecido.
João
Damasceno (675-749) Bispo e Doutor da Igreja - É considerado o
último dos representantes dos Padres gregos. É grande a sua obra literária:
poesia, liturgia, filo e apologética. Filho de um alto funcionário do califa de
Damasco, foi companheiro do príncipe Yazid que, mais tarde o promoveu ao mesmo
encargo do pai, ministro das finanças. A um determinado tempo deixou a corte do
califa e retirou-se para o mosteiro de São Sabas, perto de Jerusalém. Tornou-se
o pregador titular da basílica do Santo Sepulcro. Enfrentou os iconoclastas.
Ficaram famosos os seus Três Discursos a Favor das Imagens Sagradas.
Pergunta ao grupo:
Como os Pais
da Igreja podem contribuir com o cristianismo do século XXI?
Você acredita
que a vida e os escritos dos Pais da igreja são uteis para a nossa
espiritualidade? Porque?
Fonte:
http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/pais_da_igreja/os_santos_padres.html
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