terça-feira, 28 de maio de 2019

97 - Orígenes de Alexandria (185-253) As Homilias sobre São Lucas (Homilia 7)


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Estudo sobre os Pais da Igreja: Vida e Obra
Orígenes de Alexandria (185-253)
As Homilias sobre São Lucas (Homilia 7)



HOMILIA 7
Lc 1.39-45 - Sobre o que está escrito: “Levantando-se com pressa, Maria dirigiu-se à montanha”, até aquela passagem que diz: “haverá o cumprimento do que foi dito”.

A visitação
Os melhores vão aos menores, para que, com sua vinda, lhes possam oferecer algum benefício. Assim, também o Salvador veio até João, a fim de santificar o batismo dele.
Assim que Maria ouviu o anjo anunciando que conceberia o Salvador, e que a sua prima Isabel estaria grávida, “levantando-se com pressa, dirigiu-se à montanha, e entrou na casa de Isabel”. Jesus, com efeito, que estava em seu ventre, apressava-se em santificar João, colocado no ventre de sua mãe.
Enfim, antes que Maria viesse e saudasse Isabel, “não exultou a criança em seu ventre”; mas, assim que Maria pronunciou a palavra que o Filho de Deus lhe sugerira no ventre de sua mãe, “a criança exultou em júbilo”, e desde então Jesus fez de seu precursor um profeta.
Também era necessário que Maria, depois do diálogo com o anjo, muitíssimo digna de ser a mãe do Filho de Deus, subisse a montanha e morasse nas alturas.
Por isso, está escrito: “Naqueles dias, Maria se levantou e se dirigiu para a montanha”. Ela devia, igualmente, porque era atenta e diligente, apressar-se solicitamente e, cheia do Espírito Santo, ser conduzida às alturas, protegida pelo poder de Deus, pelo qual já havia sido recoberta.
Ela veio, portanto, “a uma cidade de Judá, na casa de Zacarias, e saudou Isabel. E sucedeu que, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, exultou a criança em seu ventre, e ficou repleta do Espírito Santo”. Não há dúvida de que, se Isabel ficou então repleta do Espírito Santo, foi por causa do Filho que o ficou.
Não foi, com efeito, a mãe que mereceu primeiramente o Espírito Santo, mas, quando João, ainda encerrado no ventre da mãe, recebeu o Espírito Santo, Isabel, por sua vez, depois da santificação de seu filho, “ficou repleta do Espírito Santo”. Poderás crer nisso, se conheceres algo semelhante a respeito do Salvador.
Lê-se que a bem-aventurada Virgem Maria profetizou, como encontramos em grande número de exemplares.
Mas não ignoramos, com efeito, que, segundo outros códices, foi Isabel quem proferiu esses oráculos.
Maria ficou, portanto, repleta do Espírito Santo, desde o momento em que começou a trazer em seu seio o Salvador.
Desde que recebeu o Espírito Santo, criador do corpo do Senhor, e que o Filho de Deus começou a existir em seu ventre, Maria também ficou cheia do Espírito Santo.

A virgindade de Maria
 “Exultou, pois, a criança no ventre de Isabel, e ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, exclamou e disse: ‘Tu és bendita entre as mulheres’”.
Nessa passagem, devemos, para que os homens simples não sejam enganados, refutar o que os hereges costumam objetar.
Com efeito, não sei quem prorrompeu em tamanha loucura a ponto de afirmar que Maria tinha sido renegada pelo Salvador, porque, depois do seu nascimento, ela teria se unido a José.
Foi] o que alguém disse; que ele tenha sabido com que intenção disse. Se algumas vezes os hereges vos fizerem tal objeção, respondei-lhes e dizei: é, certamente, cheia do Espírito Santo que Isabel disse: “Tu és bendita entre as mulheres”. Se Maria é proclamada bendita pelo Espírito Santo, como o Salvador a pôde renegar?
Quanto aos que afirmam que ela contraiu bodas depois do parto virginal, eles não têm como prová-lo; pois os que eram filhos atribuídos a José não tinham nascido de Maria, nem há nenhum texto da Escritura que mencione esse fato.

Jesus santifica os seus
“Tu és bendita entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre. De onde me vem que a mãe do meu Senhor venha a mim?” Estas palavras: “De onde me vem” não são sinal de ignorância, como se Isabel, muitíssimo cheia do Espírito Santo, não soubesse que a mãe do Senhor tinha vindo até ela, segundo a vontade de Deus.
Mas fala com este sentido: “O que fiz de bom? Quais das minhas obras são grandes o bastante para que a mãe do Senhor venha até mim? Por qual justiça, por qual perfeição, de que fidelidade interior mereci este favor, que a mãe do Senhor venha me ver?” “Eis que, assim que a tua saudação soou aos meus ouvidos, exultou de alegria a criança em meu ventre”.
Santa era a alma do bem-aventurado João e, ainda encerrada no ventre da mãe e ainda vindoura no mundo, conhecia aquele que Israel ignorava. Por isso exultou, e não simplesmente exultou, mas de alegria.
Ele havia percebido, pois, que o seu Senhor tinha vindo, a fim de santificar o servo, antes que saísse do ventre da mãe. Oxalá venha me ver, a mim que acreditei em tais mistérios, para que eu seja considerado louco pelos infiéis.
A própria obra e a verdade mostraram que eu não tinha acreditado em uma loucura, mas na sabedoria, porque o que é considerado loucura para eles, para mim se torna ocasião de salvação. Pois, a menos que o nascimento do Salvador não tivesse sido celestial e bem aventurado, se não tivesse algo de divino e superior à humanidade dos homens, nunca sua doutrina teria se espalhado pelo mundo inteiro.
Se estivesse no ventre de Maria apenas um homem, e não o Filho de Deus, como poderia acontecer que fossem curadas, naquele tempo e agora, as múltiplas doenças, não só dos corpos, mas também das almas?
Quem de nós não foi um insensato, nós, que agora temos, por causa da misericórdia de Deus, a inteligência e conhecemos a Deus? Quem nunca foi um descrente da justiça, que agora, por causa de Cristo, temos a justiça e seguimos a justiça?
Quem de nós nunca esteve no erro e na perdição, que agora, por causa do advento do Salvador, não conhecemos mais nem a hesitação nem a perturbação, mas estamos no caminho, isto é, em Jesus, que disse: “Eu sou o caminho”?

Poder sempre atual do Cristo
Podemos, reunindo também o que resta, ver que tudo que foi escrito sobre Jesus é reportado como divino e digno de admiração: seu nascimento, seu crescimento, seu poder e sua paixão e ressurreição existiram não só naquele tempo, mas também hoje operam em nós.
Quem, pois, ó catecúmenos, vos reuniu na igreja? Qual aguilhão vos impeliu a que, deixando vossas casas, vos reunais nesta assembleia? Porque não rondamos, uma a uma, vossas casas; mas [foi] o Pai onipotente que, por sua força invisível, inspirou em vossos corações, que Ele sabe serem dignos, esse ardor, para que, como a vosso contragosto e com rabugice, venhais para a fé, sobretudo no começo da vossa vida cristã, quando vós recebeis a fé da salvação com temor, tomados, por assim dizer, de medo e de tremor. Suplico-vos, ó catecúmenos, não recueis.
Nenhum de vós ceda ao medo e ao assombro, mas segui Jesus, que anda à vossa frente. Ele vos atrai para a salvação, vos reúne na Igreja, terrestre por enquanto, mas que, se produzirdes bons frutos, vos reunirá na “Igreja dos Primogênitos, cujos nomes estão inscritos nos céus”.
“Feliz aquela que acreditou”, e feliz aquele que acreditou, “porque haverá o cumprimento daquilo que lhes foi dito pelo Senhor”. Por isso Maria engrandece o Senhor Jesus: “Minha alma engrandece o Senhor, o meu espírito, a Deus”.
Indagaremos, estudaremos e falaremos que significado têm [essas palavras], se o Senhor o permitir, quando novamente nos reunirmos na igreja; quando vireis alegres à casa de Deus e prestareis atenção à lição divina, em Cristo Jesus: “a quem pertencem a glória e o poder nos séculos dos séculos. Amém”.

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segunda-feira, 20 de maio de 2019

96 - Orígenes de Alexandria (185-253) As Homilias sobre São Lucas (Homilias 5 e 6)


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Estudo sobre os Pais da Igreja: Vida e Obra
Orígenes de Alexandria (185-253)
As Homilias sobre São Lucas (Homilias 5 e 6)



HOMILIA 5 - Lc 1.20-22 - SOBRE O MUTISMO DE ZACARIAS

O silêncio de Zacarias e o dos profetas
O sacerdote Zacarias, enquanto oferece incenso no templo, é condenado ao silêncio e não pode mais falar ou, antes, só fala por sinais e permanece mudo até o nascimento de João.
Aonde leva esta história? O silêncio de Zacarias é o silêncio dos profetas no povo de Israel, aos quais Deus [já] não fala de nenhum modo. E “a Palavra, que, do princípio, era Deus junto do Pai”, veio até nós, e conosco o Cristo não se cala; para os judeus até hoje silencia. Por isso também o profeta Zacarias calou-se.
Muito claramente, a partir de suas próprias palavras, se comprova que ele foi profeta e sacerdote. Mas o que significa o que se segue: “Ele lhes fazia sinais com a cabeça”, e com tais sinais compensava o prejuízo da voz?
Eu considero que há ações que, sem palavra e sem razão, em nada diferem dos sinais. Onde, porém, palavra e razão precedem e, assim, uma obra subsegue, as ações, providas de palavra e razão, não devem ser consideradas simples sinais.
Se, portanto, consideras a instituição dos judeus como sem palavra e sem razão, a ponto de não poderem dar conta de seus atos, entende que o que então se passou em Zacarias como imagem é o que se cumpre para eles até os dias de hoje. Sua circuncisão é similar aos sinais. Se, com efeito, não se dá conta da circuncisão, a circuncisão é um sinal e uma obra muda. A páscoa e outras solenidades são mais gestos do que verdade.
Até hoje o povo de Israel é surdo e mudo; nem podia, com efeito, suceder que não fosse surdo e mudo quem havia atirado para longe de si a Palavra.
Outrora, sem dúvida, Moisés dizia: “eu, porém, sou álogos” – o que, embora o latino se expressaria de outro modo, pode se traduzir apropriadamente: “sem palavra” e “sem razão” –, e depois de haver dito essas palavras, recebeu a razão e a palavra, que havia confessado antes não ter.
O povo de Israel no Egito, antes de receber
a Lei, encontrando-se sem palavra e sem razão, era, de certo modo, mudo. Em seguida recebeu a Palavra, cuja imagem foi Moisés.
O povo não reconhece o que confessou Moisés, que era mudo e álogos, mas por gestos e pelo silêncio manifesta não ter palavra e não ter razão. Não te parece ser uma confissão de estultícia, quando ninguém deles pode dar conta dos preceitos da Lei e dos ditos proféticos?

A rejeição de Israel e a salvação das nações
Cristo cessou de estar com eles, a Palavra os abandonou, cumpriu-se aquilo que está escrito em Isaías: “A filha de Sião será deixada como uma tenda na vinha, e como uma sentinela em um pepineiro, como uma cidade que é atacada”.
Depois desse abandono, a salvação foi transferida às nações, para que os judeus sejam incitados ao zelo.
Considerando, portanto, a economia e o mistério de Deus, como Israel foi apartado para nossa salvação, devemos estar atentos para que também os judeus não sejam excluí dos por nossa causa e que nós não sejamos dignos de um suplício maior, por cuja causa também os judeus foram abandonados, e nós nada faremos de digno da adoção de Deus e de sua clemência, com a qual nos adotou e colocou-nos no lugar de seus filhos em Cristo Jesus: “a quem pertencem a glória e o poder no século dos séculos. Amém”.

HOMILIA 6 - Lc 1.24-33 - Sobre isto que está escrito: “Depois que havia concebido, Isabel se manteve escondida”, até esta passagem que diz: “Este será grande”.

Isabel permanece escondida
Quando Isabel concebeu, “ela se escondia por cinco meses, dizendo: porque isto por mim fez o Senhor nos dias em que voltou seu olhar para trás para tirar o meu opróbrio de dentre os homens”. Pergunto por que razão, depois que se entendeu grávida, afastou-se do meio público.
Se não me engano, é por isto: mesmo aqueles que estão unidos pelas núpcias não têm todo tempo livre entre si para o ato conjugal, mas há um tempo em que se abstêm do intercurso sexual. Se o homem for um velho e a mulher uma anciã, é a maior falta de vergonha se entregar à libido e entregar-se à realização do ato conjugal, que parecem suprimidos pelo depauperamento do corpo e velhice e pela vontade de Deus.
Mas Isabel, porque pela palavra do anjo e pela economia divina havia copulado com um varão, se enrubescia por, idosa e quase decrépita, ter voltado a um ato da juventude.
Daí que “se escondia por cinco meses”, não até o nono mês, até o momento iminente do parto, mas até o momento da concepção de Maria.
Quando, com efeito, Maria concebeu e veio até Isabel, e sua saudação chegou aos seus ouvidos, exultou de alegria a criança no ventre de Isabel e Isabel profetizou e, cheia do Espírito Santo, pronunciou as palavras que o Evangelho reporta, “E se espalharam por todas as montanhas essas palavras”.
Quando, pois, se espalhou o rumor no meio do povo de que ela trazia no ventre um profeta e de que aquele que ela tinha concebido era maior que um homem, ela então não se esconde, mas se mostra com toda liberdade e exulta de ter em seu seio o precursor do Salvador.

O Mistério da Encarnação oculto ao demônio
Em seguida, a Escritura rememora que, “no sexto mês em que Isabel tinha concebido, foi enviado o anjo Gabriel por Deus a uma cidade da Galileia, cujo nome era Nazaré, a uma virgem desposada com um varão, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria”.
Novamente refletindo [sobre esses fatos], pergunto por que Deus, quando uma vez julgou que o Salvador deveria nascer de uma virgem, não escolheria uma moça sem esposo, mas [escolheu] sobretudo aquela desposada.
E a não ser que me engane, é por esta causa: teve de nascer daquela virgem que, não só tivesse esposo, mas, como escreve Mateus, já havia sido entregue a um homem, embora ele ainda não a tivesse conhecido, a fim de que o próprio fato de ser virgem não fosse motivo de vergonha, se a virgem aparecesse com o ventre crescendo.
É por isso que encontrei elegantemente escrito na epístola de certo mártir (refiro-me a Inácio, segundo bispo de Antioquia depois de Pedro, que, na perseguição de Roma, foi entregue às feras): “A virgindade de Maria se fez oculta ao Príncipe deste século”, se fez oculta por causa de José, se fez oculta por causa das núpcias, se fez oculta porque era considerada pertencente a um varão.
Se, de fato, não tivesse tido um esposo e, como se considerava, um varão, em vão teria podido se esconder do “Príncipe deste mundo”.
Imediatamente, pois, um pensamento teria se insinuado secretamente na mente do diabo: “Como esta [mulher], que não teve relações com um varão, está grávida? Essa concepção deve ser obra divina, deve ser algo mais sublime que a natureza humana”.
Pelo contrário, o Salvador havia decretado que o diabo ignorasse a sua economia da Encarnação e da assunção de um corpo. Assim também o deixou na ignorância quanto à sua geração, e aos discípulos depois preceituava que não o fizessem conhecer.
E quando era tentado pelo próprio diabo, em nenhum momento [o Salvador] confessou ser Filho de Deus, mas tão somente respondia: não devo adorar-te, nem que faça pães destas pedras, nem que do alto eu me precipite. E quando dizia estas coisas, sempre silenciou que era Filho de Deus. Procura em outras passagens pela Escritura, e encontrarás que foi vontade de Cristo que o diabo ignorasse o advento do Filho de Deus.
O Apóstolo, afirmando que as forças adversas ignoraram a sua paixão, diz: “É uma sabedoria que nós pregamos entre os perfeitos, não é, porém, a sabedoria deste século, nem dos príncipes deste século, que são destruídos; mas pregamos a sabedoria de Deus escondida no mistério, que nenhum dos príncipes deste século conheceu.
Se, com efeito, tivessem conhecido, nunca teriam crucificado o Senhor da glória”.  Escondido, portanto, esteve dos príncipes deste século o mistério do Salvador.
O que se pode objetar, pelo contrário, me parece poder ser resolvido, antes que por outro seja proposto: por qual razão o que escapou aos príncipes deste mundo não escapou ao demônio, que no Evangelho dizia: “Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? Sabemos quem tu és, ó Filho de Deus”. Mas, tem presente [isto]: é o menor em malícia que reconheceu o Salvador; mas o maior no crime, o mais maldoso, o mais malvado, porque ele é o maior no mal, não pôde reconhecer o Filho de Deus. E nós também, quanto menos pertencermos ao mal, mais facilmente poderemos avançar sobre o caminho da virtude. Ao contrário, quanto mais o mal for grande em nós, maior será nosso trabalho, mais abundante nosso suor, para nos liberar de tão grande malícia.
Eis o comentário sobre o noivado de Maria.

A saudação do anjo
Pois, na verdade, o anjo saudou Maria com uma fórmula nova, que não pude encontrar em [nenhuma] outra parte da Escritura e da qual pouca coisa se deve dizer.
Eis, de fato, o que diz: “Ave, cheia de graça”, que em grego se diz: “kekharitoméne”.
Não me recordo em que outra parte da Escritura eu tenha lido. Nunca essa fórmula foi dirigida a um homem: “Salve, cheio de graça”.
Somente a Maria essa saudação estava reservada. Se, com efeito, Maria tivesse sabido que uma fórmula semelhante havia sido dirigida a algum outro – ela tinha, com efeito, o conhecimento da Lei e era santa e havia conhecido, por suas meditações quotidianas, os anúncios dos profetas –, nunca a haveria espantado uma saudação que lhe parecesse estranha.
É por isso que o anjo lhe disse: “Não temas, Maria, porque encontraste graça aos olhos de Deus. Eis que conceberás em teu ventre, e darás à luz um filho, e o chamarás pelo nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo”.

A grandeza de Jesus
Também se diz de João: “Ele será grande”, e é o anjo Gabriel também que o atesta; mas quando veio Jesus, verdadeiramente grande, verdadeiramente sublime, João que, antes, fora grande, se tornou menor.
João, com efeito, disse Jesus, “foi uma lâmpada ardente e brilhante, e vós quisestes exultar um instante, à sua luz”. A grandeza de nosso Salvador não apareceu quando nasceu, mas agora ela resplandece, depois que parecia ter sido esmagada pelos adversários.
Vê a grandeza do Senhor: “sobre toda a terra se espalhou o som de sua doutrina, e até os confins da terra suas palavras”. Nosso Senhor Jesus, porque é a “força de Deus”, espalhou-se sobre toda a terra, e atualmente está conosco, segundo o que se lê no Apóstolo: “Vós estais reunidos e meu espírito está no meio de vós com a força do Senhor Jesus”.
A força do Senhor Salvador está com aqueles que, na Bretanha, estão separados de nosso continente e com aqueles que, na Mauritânia, e com todos aqueles que, sob o sol, creram em seu nome. Vê, portanto, a grandeza do Salvador, como sobre toda a terra se difundiu; e, certamente, ainda não expus sua verdadeira grandeza.
Sobe aos céus e vê como ele enche as moradas celestes, porque “ele apareceu aos anjos”. Desce, pelo pensamento, aos abismos, e verás que ele também para lá desceu. Pois, “Quem desceu,  este é o mesmo que subiu, a fim de tudo preencher”, “para que, em nome de Jesus, se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos”.
Reflete sobre o poder do Senhor, como preencheu o mundo, isto é, os céus, a terra e os infernos, como penetrou o próprio céu e como atingiu o cume. Lemos, com efeito, que o Filho de Deus “atravessou os céus”.
Se tu tiveres compreendido essas verdades, compreenderás igualmente que não é incidentalmente que se diz: “Ele será grande”.
A obra do Senhor realiza por completo essa palavra. Grande é o nosso Senhor Jesus, seja presente, seja ausente; e ele concedeu uma parte de seu poder também à nossa assembleia e à nossa reunião, mas para que cada um de nós mereça recebê-la, oremos ao Senhor Jesus: “a quem pertencem a glória e o poder nos séculos dos séculos. Amém”.

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terça-feira, 14 de maio de 2019

95 - Orígenes de Alexandria (185-253) As Homilias sobre São Lucas (Homilias 3 e 4)


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95
Estudo sobre os Pais da Igreja: Vida e Obra
Orígenes de Alexandria (185-253)
As Homilias sobre São Lucas (Homilias 3 e 4)


HOMILIA 3
Lc 1.11 - Sobre o que está escrito: “Apareceu-lhe um anjo do Senhor, de pé à direita do altar do incenso”.


Visão dos seres espirituais
As realidades físicas que existem e carecem de inteligência não exercem por si próprias nenhuma atividade para serem objeto de percepção visual: é somente o olhar alheio que, dirigido para elas, quer elas queiram ou não queiram, as penetra, quando ele orienta em direção a elas sua contemplação. O que pode, com efeito, fazer um homem ou qualquer outra realidade, que a circunde com um corpo espesso, quando estiver em presença de outrem, para que não seja percebido?
Ao contrário, aquelas realidades que são superiores e divinas, mesmo quando estão em presença de outrem, não são vistas, a não ser que elas mesmas queiram [ser vistas]; e está no controle de sua vontade serem ou não serem vistas. E foi por uma graça de Deus que Ele [mesmo] apareceu a Abraão e aos outros profetas: o olho do coração de Abraão não foi a única causa para que visse Deus, mas [foi] porque a graça de Deus se ofereceu livremente ao homem justo, para que fosse ela mesma contemplada.
Não entendas isso, porém, só sobre Deus Pai, mas também sobre o Senhor Salvador e sobre o Espírito Santo; e, se eu quiser chegar a seres que lhes são inferiores, sobre os Querubins e Serafins. Pode acontecer que, agora, a nós que estamos falando, nos assista um anjo, e, entretanto, porque não o merecemos, não o possamos ver.
Embora o olho, seja do corpo seja de nossa alma, se esforce, com efeito, para contemplá-lo, a não ser que, por sua própria vontade, o anjo apareça e se ofereça a ser visto, aquele que o deseja ver não o verá. É por isso que, onde quer que estiver escrito: “Deus apareceu” a esse ou a àquele – como ouvimos há pouco: “apareceu-lhe o anjo do Senhor, de pé à direita do altar do incenso” –, entende assim como eu disse. Seja Deus, seja o anjo de Abraão ou de Zacarias, quando não quiser ou quiser, ou não será visto ou será visto.
E dizemos isso não somente no “século presente”,mas também no futuro, quando tivermos migrado deste mundo, porque Deus ou os anjos não aparecem para todos, como se aquele que tenha acabado de sair de seu corpo mereça imediatamente ver tanto os anjos quanto o Espírito Santo, o Senhor Salvador e o próprio Deus Pai; mas o verá apenas aquele que tiver o coração puro e se mostrar de tal forma que seja digno de ver a Deus. E ainda que estejam no mesmo lugar aquele que é de coração puro e aquele que ainda está respingado por alguma mancha, não é a unidade do lugar que o poderá prejudicar ou favorecer, porque quem tiver o coração puro verá a Deus, mas quem não o tiver não verá aquilo que os outros contemplam.
Tal fato, para mim, deve ser entendido também acerca do Cristo, quando era corporalmente visto, porque não o podia ver qualquer um que o visse.
Viam, claro, apenas seu corpo, mas não o podiam ver enquanto Cristo. Ao contrário, os discípulos o viam e contemplavam a grandeza de sua divindade. Por essa razão, creio que também a Filipe, que o suplicava e dizia: “Mostra-nos o Pai e isso nos basta”, o Salvador tenha respondido: “Por tanto tempo estou convosco, e não me conhecestes? Ó Filipe, quem me vê, vê também o Pai”.
Pilatos, com efeito, que via Jesus, não contemplava o Pai, o traidor Judas também não, porque nem o próprio Pilatos nem Judas viam o Cristo segundo o que Cristo era; nem a multidão que o apertava [de todos os lados]. Só viam a Jesus aqueles que ele julgava dignos de sua contemplação.
Trabalhemos, portanto, nós também, para que, no tempo presente, Deus nos apareça, porque a palavra santa da Escritura prometeu: “porque será encontrado por aqueles que não o tentam, ele possa se manifestar àqueles que não são incrédulos a seu respeito” e, no século futuro, não nos seja oculto, mas que o vejamos “face a face” e tenhamos a garantia de uma vida feliz e gozemos da visão de Deus onipotente em Cristo Jesus e no Espírito Santo, “a quem pertence a glória e o poder nos séculos dos séculos.  Amém”.


HOMILIA 4
Lc 1,13-17 - Sobre o que está escrito: “Não temas, Zacarias”, até aquela passagem em que se fala de João: “Ele o precederá no espírito e no poder de Elias”.


Nascimento de João Batista
Zacarias atemorizou-se, assim que viu o anjo. Uma figura nova que se ofereça aos olhares humanos perturba a mente e apavora o coração. Por isso, o anjo, sabendo que essa é a natureza humana, primeiramente remedia a perturbação, dizendo: “Não temas, Zacarias”, e reconforta aquele que está agitado e o alegra com uma mensagem nova, dizendo: “Tua oração foi ouvida e tua esposa Isabel dará à luz um filho, e o chamarás com o nome de João; e será teu júbilo e exultação”. Quando algum justo aparece no mundo e penetra no estádio desta vida, os responsáveis por seu nascimento se alegram e se entusiasmam. Mas quando nasce aquele que foi preparado para uma má vida e condenado, por assim dizer, à prisão por castigo, o responsável fica consternado e abatido.
Queres tomar um exemplo de um homem santo, de quem todo o fruto esteja no louvor? Vê Jacó, que gerou a doze filhos do sexo masculino, que se tornaram todos os patriarcas, os chefes do povo de Deus e de sua herança: em todos estes o pai Jacó se alegrava, assim como agora o nascimento de João é, para todo o mundo, o anúncio de uma jubilosa notícia. E quem uma vez, para ser útil aos outros, consentiu em ter filhos e quis se sujeitar a esta função deve suplicar a Deus que seu filho, tal como João, ingresse no mundo, ao qual o nascimento dele traria mais alegria. Pois sobre João foi escrito: “Ele será grande aos olhos do Senhor”. Isso que foi dito, “Ele será grande aos olhos do Senhor”, revela a grandeza da alma de João, que seria clara aos olhos de Deus.
Há algo de pequenez que se percebe propriamente na virtude da alma. É assim, pelo menos, que entendo esta passagem do Evangelho: “Não desprezeis nenhum destes pequeninos que estão na Igreja”. Pequenino aí se entende por comparação com um maior. Não me é preceituado que eu despreze o que é grande, porque não pode ser desprezado aquele que é grande, mas é dito a mim: “Não desprezes nenhum destes pequeninos”. Para que saibas, porém, que pequenino e pequeno não são palavras ditas ao acaso, mas com o sentido que citamos, está escrito: “Quem quer que tiver escandalizado um só destes pequeninos [...]”. Um pequenino é escandalizado, um maior não pode suportar um escândalo.


Presença do Espírito Santo
Segue-se sobre João: “E ele será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua mãe”. E o nascimento de João é cheio de milagres. Como um arcanjo anunciou o advento de Nosso Senhor e Salvador, da mesma forma um arcanjo anuncia o nascimento de João. “Ele será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua mãe”. O povo judeu não via absolutamente que nosso Senhor realizava “milagres e prodígios” e curava suas doenças. Mas João, ainda no seio de sua mãe, exulta de alegria e não pode ser contido; e à chegada da mãe de Jesus, parece querer sair do ventre de Isabel. “Desde o instante em que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, exultou de júbilo a criança
em meu ventre”. João ainda estava no ventre da mãe e já havia recebido o Espírito Santo. Não era, pois, o Espírito Santo aquele princípio de sua substância e natureza.
Em seguida, a Escritura diz que ele “converterá numerosos filhos de Israel ao Senhor seu Deus”. João converteu a vários, o Senhor, porém, não vários, mas todos.
Esta é a obra d’Ele: a todos converter ao Deus Pai. “E ele andará à frente do Cristo, no espírito e na virtude de Elias”. Não diz: na alma de Elias, mas “no espírito e virtude de Elias”. Houve em Elias a virtude e o espírito, tal como em todos os profetas, e, segundo a economia da Encarnação, em nosso próprio Senhor Salvador, do qual, poucos versículos depois, é dito a Maria: “O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra”.
O Espírito, portanto, que existira em Elias, veio sobre João, e o poder, que naquele habitava, neste também apareceu. Aquele foi transportado ao céu, mas este foi o precursor do Senhor e morreu antes desse, para que, descendo aos infernos, anunciasse seu advento.


O mistério de João
Eu considero que o mistério de João até hoje se cumpre no mundo. Quem quer que houver de acreditar em Cristo Jesus, primeiramente o espírito e o poder de João vem à sua alma, e “prepara ao Senhor um povo perfeito”, e, nas asperezas do coração, aplaina os caminhos e endireita as veredas. Não foi somente naquele tempo que os caminhos foram preparados e endireitadas as veredas, mas até hoje o advento do Senhor Salvador é precedido pelo espírito e o poder de João. 
Ó grandes mistérios do Senhor e de sua economia! Os anjos correm na frente de Jesus, os anjos quotidianamente ou sobem ou descem para a salvação dos homens em Cristo Jesus: “a quem pertencem a glória e o poder nos séculos dos séculos. Amém”.

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domingo, 5 de maio de 2019

94 - Orígenes de Alexandria (185-253) As Homilias sobre São Lucas (Homilia 2. Lucas 1.6)


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Estudo sobre os Pais da Igreja: Vida e Obra
Orígenes de Alexandria (185-253)
As Homilias sobre São Lucas (Homilia 2. Lucas 1.6)


HOMILIA 2
Leia Lucas 1.6
Sobre o que foi escrito: (Zacarias e Isabel, os pais de João) “Ambos, porém, eram justos diante de Deus, andando segundo todos os mandamentos e preceitos do Senhor, de um modo irrepreensível, sem censura”.

Ser sem pecado
1. Os que querem dar a seus pecados alguma desculpa, julgam que não existe ninguém isento de pecado e invocam o testemunho que se acha escrito em Jó: “Ninguém está imune da sordidez, nem se fosse de um só dia sua vida sobre a terra; seus meses, porém, são contáveis”.
Deste testemunho, só proferem o conteúdo verbal, mas ignoram profundamente seu conteúdo. Em resposta a esses, brevemente responderemos, haja vista que ser sem pecado nas Escrituras deve ser entendido de dois modos, seja [o primeiro] não ter nunca pecado, e o outro ter cessado de pecar. Se afirmam, pois, que não se pode dizer isento de pecado senão aquele que nunca pecou, nós estamos de acordo em que ninguém está isento do pecado, porque todos os homens pecamos uma vez ou outra, embora em seguida tenhamos seguido a senda da virtude. Se, na verdade, assim entendem que não há homem isento de pecado, a tal ponto que neguem que alguém com uma vida pregressa nos vícios possa se voltar para as virtudes, para que nunca mais peque, é falsa opinião destes. Pode acontecer, com efeito, que um pecador veterano, ao cessar de pecar, seja declarado sem pecado.
Assim também nosso Senhor Jesus Cristo fez aparecer diante dele uma Igreja resplandecente, que não tem mancha, não porque o homem que pertence à Igreja nunca tenha tido mancha, mas porque, a partir de então, não será mais manchado; que não tem ruga, não porque a ruga do homem velho não tenha existido nele uma outra vez, mas porque a tenha cessado de ter. Desse modo, também se deve entender aquilo que se segue: “que seja santa e imaculada”, não porque tenha sido imaculada desde o princípio – isto não se pode sequer suspeitar acerca do homem, que sua alma não tenha sido manchada –, mas porque se estima pura e intacta aquela que tenha cessado de se manchar.
Fizemos todas essas observações, com efeito, para que fizéssemos entender que o homem, pelo fato de ter cessado de pecar, pode ser chamado isento de pecado e imaculado. Também, a partir disso, está escrito muito claramente sobre Zacarias e Isabel: “ambos, porém, eram justos aos olhos de Deus, andando segundo todos os mandamentos e preceitos do Senhor, de um modo irrepreensível, sem censura”.

Ser justo aos olhos de Deus
Contemplemos de mais perto o elogio de Zacarias e de Isabel que o santo Lucas relata em sua história, não tanto para que saibamos que eles foram louváveis, mas para
que também nós próprios nos tornemos dignos de louvor, fazendo nosso seu santo zelo. Ele teria podido simplesmente escrever: “ambos, porém, eram justos, andando segundo todos os mandamentos e preceitos do Senhor, de um modo irrepreensível”.
Mas era necessário acrescentar: “ambos, porém, eram justos aos olhos de Deus”. Pode, com efeito, acontecer a alguém ser justo aos olhos do homem, não o sendo aos olhos de Deus. Por exemplo: um homem não encontra nenhum mal e, examinando tudo o que me diz respeito, não encontra nada para me censurar: eu sou justo aos olhos dos homens.
Imagina que todos os homens têm de mim a mesma opinião, se eles procuram em mim um assunto de crítica sem poder descobri-lo e me louvam com uma boca unânime, eu sou justo aos olhos de vários homens. Ora, com efeito, o julgamento dos homens não é seguro: eles ignoram se pequei um dia no recôndito do meu coração, se olhei uma mulher desejando-a, ou se nasceu em meu coração um adultério.
Ignoram os homens, quando me tiverem visto segundo meus meios dar a esmola, se [o] fiz por causa do mandamento de Deus ou se busquei o louvor e o favor dos homens.
Coisa difícil é ser justo aos olhos de Deus, para que não faças algo de bom não por outra causa senão pelo próprio bem, e busques somente a Deus, retribuidor da boa ação. Semelhante fato também o Apóstolo atesta: “Seu louvor não vem dos homens, mas de Deus”. Feliz aquele que é justo e louvável aos olhos de Deus.
Os homens, com efeito, embora pareçam ter um julgamento certo, não podem, porém, pronunciar [um julgamento] certo. E de fato acontece, às vezes, que louvem àquele que não merece elogio, e àquele, que não é nem um pouco digno de crítica, façam críticas. Apenas Deus é justo juiz no louvor e no vitupério.
Daí é normal que acrescentemos ao louvor dos justos: “ambos, porém, eram justos aos olhos de Deus”. Salomão igualmente exorta-nos a uma atitude semelhante, dizendo nos Provérbios: “Procura o bem aos olhos de Deus e dos homens”.

Andar segundo os mandamentos e julgamentos do Senhor
Zacarias e Isabel recebem em seguida outro elogio: “andando segundo todos os mandamentos e preceitos do Senhor, de um modo irrepreensível”.
Quando nossos julgamentos são justos e corretos, andamos segundo os preceitos do Senhor; mas quando fazemos isto ou aquilo, andamos segundo seus mandamentos. É por isso que, a meu ver, São Lucas, querendo fazer deles um elogio perfeito, acrescentou: “ambos, porém, eram justos aos olhos de Deus, andando segundo todos os mandamentos e preceitos do Senhor”.

Fugir da vanglória
Alguém me diria: se este louvor é perfeito, o que quer dizer esta expressão: “sem censura”? Bastava, pois, dizer: “andando em todos os caminhos e preceitos do Senhor”, não poderia dar-se que ande alguém em todos os mandamentos de Deus, e, porém, não ande “sem censura”.
E como pode acontecer que alguém, andando em todos os mandamentos e preceitos de Deus, possa estar sob censura? A isso brevemente
responderei: se não fosse possível, nunca teríamos conhecido este texto, reportado em outra passagem: “segue com justiça o que é justo”.
Se não fosse justa, pois, alguma coisa, que não seguíssemos com justiça, seria vão prescrever-nos que seguíssemos com
justiça o que é justo.
Quando, com efeito, cumprimos o mandamento de Deus, mas, em nossa consciência, somos respingados pelas manchas da vanglória, de modo a [querer] agradar aos homens, ou então [quando] qualquer outra causa que não agrade a Deus precede nosso bem agir, ainda que cumpramos o preceito de Deus, não o fazemos, porém, isentos de censura, e seguimos sem justiça o que é justo. Difícil é, portanto, andar “em todos os mandamentos e preceitos do Senhor sem censura”, segundo o testemunho e o louvor de Deus em Cristo Jesus, que há de ser rendido no dia do Juízo por Aquele “diante do tribunal de quem nós devemos todos ser postos a descoberto para que cada um reencontre o que tiver cumprido durante sua vida, seja de bom ou de ruim”. “Todos, com efeito, apareceremos diante do tribunal de Deus” para receber o que merecemos no Cristo Jesus, “a quem pertencem a glória e o poder nos séculos dos séculos. Amém”.

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