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Estudo sobre os Pais da Igreja: Vida e Obra
Hipólito de
Roma (160 - 235)
Introdução
Hipólito de Roma foi
o mais importante teólogo do século III na Igreja antiga em Roma,
onde ele provavelmente nasceu.
Hipólito foi discípulo de Policarpo. Ele
entrou em conflito com os bispos de sua época e parece ter sido líder
de um grupo cismático como um bispo rival de Roma (mais tarde estes bispos
passaram a ser chamados de papas. Isso somente no século V).
Ele se opôs
aos bispos de Roma que afrouxaram as regras de penitência para
acomodarem um grande número de novos convertidos da religião pagã. Quando
morreu martirizado, já havia se reconciliado com a igreja e com os bispos.
Tudo começou sob
o governo do imperador Alexandre Severo, que, condescendente, aceitou a
diversidade religiosa, não perseguiu os cristãos e permitiu que a Igreja se
reorganizasse. Durante essa trégua externa, a batalha foi travada internamente,
no meio do clero cristão, ocasionando a primeira ruptura na Igreja de Roma.
Hipólito era um
sacerdote culto, austero, pouco tolerante e indulgente, sempre enxergando, ou
mesmo temendo, que cada reforma pudesse violar a verdadeira doutrina cristã.
Por esse extremado cuidado acusou de heresia o bispo Zeferino e o diácono
Calisto. Seu ímpeto de guardião culminou quando este último foi eleito Bispo de
Roma (Papa) em 217. Hipólito rebelou-se e acabou sendo indevidamente eleito bispo
de Roma (papa) pelos bispos seus partidários.
Esse cisma manteve-se na Igreja até
mesmo nos pontificados de Ubaldo I e Ponciano, que foi eleito em 230.
Na ocasião,
morrera em combate o imperador Alexandre Severo, sendo sucedido por Maximino,
tirano que retomou a perseguição aos cristãos. E começou de forma singular:
deparando-se com a existência de dois bispos (papas), deportou ambos,
condenando-os a trabalhos forçados numa mina de pedras da Sardenha.
Ponciano foi o
primeiro bispo (papa) a ser deportado. Era um fato novo para a Igreja, que ele
administrou com sabedoria, sagacidade e muita humildade. Para que seu rebanho
não ficasse sem pastor, renunciou ao episcopado, tornando-se, também, o
primeiro bispo (papa) da Igreja a usar este recurso extremo. Foi sucedido pelo bispo
(papa) Antero, de origem grega, que exerceu a função por apenas quarenta dias.
Todavia seu
gesto comoveu Hipólito, que percebeu o sincero zelo apostólico de Ponciano. Por
isso também renunciou ao seu posto, interrompendo o prolongado cisma e
reconciliando-se com a Igreja de Roma, antes de morrer, em 235, mesmo ano da
morte de Ponciano. Os dois são lembrados como “santos” no mesmo dia: 13 de
agosto.
O cristianismo
só se beneficiou porque Hipólito tornou-se o mais importante filósofo cristão
do final do século III. As suas obras mais conhecidas são "Teorias
filosóficas", o "Livro de Daniel", comentário ao Livro de
Cantares e "A tradição apostólica", que aborda temas importantes,
como rito, disciplina e costumes cristãos da época.
Iremos estudar o
texto Tradição Apostólica. Que é a constituição eclesiática mais antiga que
possuímos.
Entre os diversos destaques desta obra,
assinalamos os seguintes: a existência de ministérios ordenados (bispos,
presbíteros e diáconos) e não ordenados (viúvas, virgens, leitores, etc.); as
profissões incompatíveis com o cristão; o catecumenato fixado em 3 anos; o batismo
estendido também às crianças; a oração eucarística e os cuidados devidos ao pão
e ao vinho, Corpo e Sangue do Senhor; e a eficácia da oração na vida do cristão
(celebrada várias vezes ao dia), em especial o sinal da cruz.
O que você
deseja destacar sobre a vida de Hipólito?
O que serve para
a sua espiritualidade?
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