"Deus
Onipotente, que nos deste teu unigênito Filho para que tomasse sobre si a nossa
natureza, e nascesse neste tempo de uma Virgem; concede que nós, renascidos e
feitos teus filhos por adoção e graça, sejamos de dia em dia renovados por teu
Santo Espírito; mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e
com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém" (Livro de Oração Comum –
Século XVI).
“Alegremo-nos,
irmãos, rejubilem e alegrem-se os povos. Este dia tornou-se para nós santo não
devido ao astro solar que vemos, mas devido ao seu Criador invisível, quando se
tornou visível para nós, quando o deu à luz a Virgem Mãe” (Agostinho de Hipona
– 354-430).
“A bondade divina sempre olhou de vários modos e de
muitas maneiras pelo bem do gênero humano, e são muitos os dons da sua
providência, que na sua clemência concedeu nos séculos passados. Porém, nos
últimos tempos superou os limites da sua habitual generosidade, quando, em
Cristo, a própria Misericórdia desceu aos pecadores, a própria Verdade veio aos
extraviados, e aos mortos veio a Vida. O Verbo, coeterno e igual ao Pai,
assumiu a humildade da nossa natureza humana para nos unir à sua divindade, e
Deus nascido de Deus, também nasceu de homem fazendo-se homem”. (Leão Magno –
390-461).
“Ele está deitado numa manjedoura, mas contém o
universo inteiro; mama num seio materno, mas é o pão dos anjos; veio em pobres
panos, mas reveste-nos de imortalidade; é amamentado, mas é também adorado; não
encontrou lugar na estalagem, mas constrói para si um templo no coração dos
seus fiéis. Tudo isto para que a fraqueza se tornasse forte e a prepotência se
tornasse fraqueza. Por isso, não só não menosprezamos, mas mais admiramos o seu
nascimento corporal e reconhecemos neste acontecimento quanto a sua imensa
dignidade se humilhou por nós” (Agostinho – 354-430).
“Esta é a
nossa festa. Isto celebramos hoje: a vinda de Deus ao meio dos homens, para
que, também nós cheguemos a Deus… celebremos, pois, a festa: não uma festa
popular, mas uma festa de Deus, não como o mundo quer, mas como Deus quer; não
celebremos as nossas coisas mas as coisas daquele que é nosso Senhor” (Gregório
de Nazianzo).
“O menino que se encontra na manjedoura … aquele
que rompeu o jugo que a todos oprimia”. “Fazendo-se Ele mesmo servo para nos
chamar à liberdade”. (Efrém, no século IV).
“Mesmo sem
dizer nada, deu-nos uma lição, como se irrompesse num forte grito: que
aprendamos a tornar-nos ricos nele que se fez pobre por nós; que busquemos nele
a liberdade, tendo Ele mesmo assumido por nós a condição de servo; que entremos
na posse do céu, tendo Ele por nós surgido da terra”. (Agostinho de Hipona –
354-430).
“Reconheçamos o verdadeiro dia e tornemo-nos dia!
Éramos, na verdade, noite quando vivíamos sem a fé em Cristo. E uma vez que a
falta de fé envolvia, como uma noite, o mundo inteiro, aumentando a fé a noite
veio a diminuir. Por isso, com o dia de Natal de Jesus nosso Senhor a noite
começa a diminuir e o dia cresce. Por isso, irmãos, festejemos solenemente este
dia; mas não como os pagãos que o festejam por causa do astro solar; mas
festejemo-lo por causa daquele que criou este sol. Aquele que é o Verbo feito
carne, para poder viver, em nosso benefício, sob este sol: sob este sol com o
corpo, porque o seu poder continua a dominar o universo inteiro do qual criou
também o sol. Por outro lado, Cristo com o seu corpo está acima deste sol que é
adorado, pelos cegos de inteligência, no lugar de Deus que não conseguem ver o
verdadeiro sol de justiça” (Agostinho de Hipona – 354-430).
“Com crescente alegria brilhe o céu e dê-se
parabéns a si a gozosa terra: de novo, passo a passo, sobre o astro do dia aos
seus caminhos anteriores… Oh! Santo berço do teu presépio, eterno Rei, para
sempre sagrado para todos os povos e pelos próprios animais sem voz
reconhecida” (Prudêncio, poeta hispânico do século IV).
“A
virgem deu a luz, quem explicará? O Verbo se fez carne; quem explanará este
mistério? Se o verbo de Deus vagiu na boca de uma criança, como poderá falar
dele o homem cheio de imperfeição? Mas como a estrela iluminou os magos em
busca da luz, assim a palavra do pregador deve dar a conhecer a seus ouvintes o
nascimento de Deus, a fim de se regozijarem com o encontro com Cristo e, mais
que perscrutarem seus divinos segredos,
honrarem com dádivas o Menino-Deus..
Orai irmãos meus, para que se digne crescer, pouco a pouco, em minha palavra,
aquele que aceitou crescer num corpo como o nosso.” Pedro Crisólogo (406-450).
“Jesus é o
novo sol que atravessa as paredes, invade os infernos, perscruta os corações.
Ele é o novo sol que com os seus espíritos faz reviver o que está morto,
restaura o que está velho, levanta o que está decadente e purifica ainda, com o
seu calor, aquilo que é impuro, aquece o que está frio e consome o que o que
não presta” (Máximo, bispo de Turim no século IV).
“Preparemo-nos pois, irmãos, para acolher o Natal
do Senhor, adornemo-nos com vestes puras e elegantes! Falo, claro está, das
vestes da alma, não do corpo… Adornemo-nos não com seda, mas com obras boas!
Pois as vestes elegantes ornam o corpo, mas não podem adornar a consciência;
pois seria muito vergonhoso trazer sob elegantes vestes elegantes, uma
consciência contaminada. Procuremos acima de tudo embelezar os nossos afetos
íntimos, e poderemos então vestir belas roupas; lavemos as manchas da alma para
usarmos dignamente roupas elegantes! Não adianta dar nas vistas pelas vestes se
estamos sujos em pecados, porque quanto a consciência está escura, todo o corpo
fica nas trevas” (Máximo de Turim - †423).
“Terra e céu
rejubilem juntamente, diante do Emanuel que os profetas anunciaram, tornado
criança visível, que dorme num presépio”. “A alegria acaba de nascer numa
gruta. Hoje os coros dos anjos unem-se a todas as nações para celebrar.... Hoje
toda a humanidade, desde Adão, dança. Bendito seja Deus, recém-nascido” (Romano
Melode, poeta siríaco do século VI).
“Nasceu hoje, irmãos, o nosso Salvador.
Alegremo-nos! Não pode haver tristeza quando nasce a vida; a qual, destruindo o
temor da morte, nos enche com a alegria da eternidade prometida. Ninguém está
excluído da participação nesta alegria; a causa desta alegria é comum a todos,
porque nosso Senhor, aquele que destrói o pecado e a morte, não tendo
encontrado ninguém isento de pecado, a todos veio libertar. Exulte o santo
porque está próxima a vitória; rejubile o pecador, porque é convidado ao
perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida… Por isso é que, quando o
Senhor nasceu, os anjos cantaram em alegria ‘glória a Deus nas alturas’ e
anunciaram ‘paz na terra aos homens...’. Porque veem a Jerusalém celeste ser
formada de todas as nações do mundo, obra inexprimível do amor divino, que, se
dá tanto gozo aos anjos nas alturas do céu, que alegria não deverá dar aos
homens cá na terra?” (Leão Magno – 390-461).
“Hoje nasceu para nós o Salvador. Nasceu, portanto,
para todo o mundo o verdadeiro sol. Deus Fez-se homem para que o homem se
fizesse Deus. Para que o escravo se tornasse senhor, Deus assumiu a condição de
servo. Habitou na terra o morador do céu para que o homem, habitante da terra,
pudesse encontrar morada nos céus” (Agostinho – 354-430).
“Aquele que estava deitado na manjedoura fez-se
frágil, mas não renunciou à sua condição divina; assumiu aquilo que não era,
mas permaneceu aquilo que era. Eis que temos diante de nós Cristo menino: cresçamos
juntamente com Ele” (Agostinho – 354-430).
“Chama-se dia do Natal do Senhor a data em que a
Sabedoria de Deus se manifestou como criança e a Palavra de Deus, sem palavras,
imitou a voz da carne. A divindade oculta foi anunciada aos pastores pela voz
dos anjos e indicada aos magos pelo testemunho do firmamento. Com esta
festividade anual celebramos, pois, o dia em que se realizou a profecia: A
verdade brotou da terra e a justiça desceu do céu” (Sl 84.12). (Agostinho –
354-430).
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