segunda-feira, 26 de agosto de 2024

265 - Cirilo de Jerusalém (315-386) - Catecismo Mistagógico - Introdução

 


265

Cirilo de Jerusalém (315-386)

Catecismo Mistagógico

Introdução


Introdução

1.      São Cirilo de Jerusalém nasceu por volta do ano de 315 (ou 313) em Jerusalém ou em seus arredores. Pouco se sabe sobre sua infância e juventude, além de que ele cresceu num lar cristão, com uma vida financeira confortável. Recebeu uma sólida formação nas Sagradas Escrituras e em matérias humanísticas.

2.      A história da vida de Cirilo não é contada em detalhes por nenhum autor contemporâneo; em seus próprios escritos há pouca menção a si mesmo; e os historiadores da Igreja se referem apenas aos eventos de sua maturidade e velhice.

3.      Os nomes de seus pais são bastante desconhecidos; mas na Menæa grega, ou catálogos mensais de santos, e no Martirológio Romano para o dia 18 de março, Cirilo é dito ter "nascido de pais piedosos, professando a fé ortodoxa, e ter sido criado na mesma, no reinado de Constantino".

4.      Este relato de sua ascendência e educação deriva alguma probabilidade do fato de que Cirilo em nenhum lugar fala como alguém que havia se convertido do paganismo ou de qualquer seita herética.

5.      Sua linguagem no final da VII Catequese parece ser inspirada pela gratidão aos seus próprios pais por uma educação cristã: “A primeira observância virtuosa em um cristão é honrar seus pais, retribuir seus problemas e prover com todo seu poder seu conforto: pois, por mais que possamos retribuí-los, nunca poderemos ser para eles o que eles, como pais, foram para nós. Que eles desfrutem do conforto que podemos dar e nos fortaleçam com bênçãos.”

6.      Apenas um membro da família de Cirilo é mencionado pelo nome, o filho de sua irmã, Gelásio, que foi nomeado por Cirilo para ser bispo de Cesareia após a morte de Acácio, por volta de 366 d.C.

7.      O próprio Cirilo provavelmente nasceu, ou pelo menos foi criado, em Jerusalém ou nas proximidades, pois era comum escolher um bispo dentre o clero sobre o qual ele deveria presidir, sendo dada preferência àqueles que eram mais conhecidos pelo povo em geral.

8.      Que Cirilo, nativo de Jerusalém ou não, tenha passado parte de sua infância ali, é tornado provável por suas alusões à condição dos Lugares Santos antes de serem limpos e adornados por Constantino e Helena.

9.      Ele parece falar como uma testemunha ocular de seu estado anterior, quando diz que alguns anos antes o local da Natividade em Belém tinha sido arborizado, que o lugar onde Cristo foi crucificado e sepultado era um jardim, do qual ainda restavam vestígios, que a madeira da Cruz tinha sido distribuída a todas as nações, e que antes da decoração do Santo Sepulcro por Constantino, havia uma fenda ou caverna diante da porta do Sepulcro, escavada na rocha. A própria rocha, mas agora não mais visível, porque a caverna externa havia sido escavada para os adornos recentes.

10.  Ordenado sacerdote em 345, aos 30 anos, ele foi sagrado bispo de Jerusalém apenas três anos mais tarde, em 348.

11.  O início do episcopado de Cirilo foi marcado pelo aparecimento de uma cruz brilhante no céu, por volta das nove horas da manhã do domingo de Pentecostes, 7 de maio de 351 d.C. Mais brilhante   que o sol, ela pairava sobre a colina do Gólgota e se estendia até o Monte das Oliveiras, sendo visível por muitas horas. Toda a população de Jerusalém, cidadãos e estrangeiros, cristãos e pagãos, jovens e velhos, acorreram à Igreja, cantando louvores a Cristo e saudando o fenômeno como um sinal do céu confirmando a verdade da religião cristã.

12.  Cirilo considerou a ocasião como favorável para anunciar ao Imperador Constâncio o início de seu Episcopado; e em sua carta existente descreveu o sinal como uma prova do favor de Deus para com o Império e seu governante cristão.

13.  A piedade de seu pai Constantino havia sido recompensada pela descoberta da verdadeira Cruz e dos lugares Santos: e agora a maior devoção do Filho havia conquistado uma manifestação mais sinalizadora da aprovação Divina.  

14.  A carta termina com uma oração para que Deus conceda ao Imperador um longo reinado como protetor da Igreja e do Império, “glorificando sempre a Santíssima e Consubstancial Trindade, nosso verdadeiro Deus”.

15.  Sua ordenação a sacerdote em 345 pelo bispo Máximo II, a quem sucederia após sua morte ou deposição levada a efeito pelos eusebianos.

16.  Muito depressa Acácio, metropolita da Província e um dos chefes dos eusebianos, investe contra Cirilo, defensor da fé de Nicéia. Seguem-se acusações mútuas acerca da fé de cada um. Cirilo é exilado por três vezes em uma situação parecida à de São João Crisóstomo com Teófilo de Alexandria.

17.  Em 358/9 o concílio de Seleucia o restabelece em sua sé episcopal. No ano seguinte será desterrado por ordem do Imperador Constâncio, movido por Acácio e seguidores. Ele permanece no desterro até 362, quando é favorecido pela anistia geral proclamada por Juliano. Porém, em 367 (ou 386), apesar da morte de Acácio, ele volta ao exílio até que, em 378, Graciano decreta a suspensão do desterro para todos os bispos.

18.  Em 381 encontramo-lo entre os padres conciliares do primeiro Concílio de Constantinopla. A liturgia ocidental e oriental comemora no dia 18 de março a sua morte, que deve ter-se dado no ano de 387.

19.  É necessário distinguir em Cirilo o teólogo e a testemunha da fé e da Tradição cristã, de modo geral, e da Igreja de Jerusalém, em particular.

20.  Como teólogo ele não apresenta a profundidade doutrinal dos Padres da segunda metade do século IV, defensores da ortodoxia, como Santo Atanásio e Santo Hilário ou teólogos como São Basílio e os demais Padres Capadócios que marcarão o pensamento teológico, influenciando as gerações futuras.

21.  Mas é uma valiosa testemunha da Tradição antiga e eco da fé cristã professada em Nicéia e, mais tarde, no primeiro Concílio de Constantinopla. 

I. Caracterização da época

22.  Uma rápida visão da época em que viveu Cirilo ajudar-nos-á a melhor apreender o motivo que subjaz a muitos ditos seus ao longo de suas obras.

23.  No século II a Igreja se vê diante de correntes religiosas que se esforçam para exercer uma espécie de sedução sobre os homens de seu tempo: a gnose e as religiões de Mistério. O gnosticismo continuará presente nos séculos posteriores sob formas diversas, sendo combatido por Justino, Santo Ireneu, Tertuliano e o autor dos Philosophumena. Localizar-se-á, sobretudo, no Egito e na Síria.

24.  A gnose fala de uma centelha divina no homem, o qual, provindo do reino divino, caiu neste mundo. Aqui o homem se encontra submisso ao destino, ao nascimento, à morte e tem necessidade de ser despertado por seu arquétipo celeste ao qual ele finalmente se reunirá. Esta libertação se dá pelo conhecimento (gnose), que consiste essencialmente em conhecer-se, melhor, se reduz à necessidade de reconhecer o elemento divino que constitui o verdadeiro «eu». Liberta-se assim de todos os «poderes» que o retêm no «profano» e no erro.

25.  Ao mesmo tempo que tais correntes angariavam adeptos, no interior da Igreja se assistia ao surgimento de doutrinas anti-trinitárias. Incapazes de admitir a diversidade de Pessoas na unidade de uma e mesma Natureza divina, negavam alguns a divindade do Cristo reduzindo-o a um simples homem dotado de extraordinários poderes e virtudes (dinamistas), ou explicavam sua personalidade como mera modalidade da de Deus Pai (modalistas, patripassianos). Em relação ao Filho, temos Noeto e Práxeas; em relação ao Espírito Santo, temos Sabélio.

26.  Daí à doutrina sustentada por Ário, sacerdote da Igreja de Alexandria, seria um passo. Logo após a vitória sobre Licínio, Constantino, único imperador, escreve a Alexandre, bispo de Alexandria, para que ele se ponha de acordo com Ário.

27.  Alexandre se escandalizara com as posições cristológicas de seu sacerdote Ário, que, de mil maneiras, mesmo através de cânticos populares, ensinava que o Cristo não é verdadeiramente Deus.

28.  Em uma carta a Eusébio de Nicomedia, Ario expõe sua posição: «Ele (o Cristo) começou a existir por um ato de vontade. Antes de ser gerado Ele não era». Tal discussão culminará com o primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia, em 325, onde se proclamará, contra o arianismo, a divindade do Filho e sua consubstancialidade (homoousía) com o Pai.

29.  A luta ariana (318-381) coincide com a vida de São Cirilo e caracteriza este período. Concílios e sínodos, fórmulas e mais fórmulas de fé, mútuas condenações constituem a tecedura desta luta. Para aumentar a confusão dos fiéis, surgiram, dentro das correntes heterodoxas, outras com matizes diversos, uma mais extremada, a dos anomeus, outra mais mitigada; a dos semi-arianos ou homoioúsios. A muitos faltavam serenidade e magnanimidade, deixando-se envolver em intrigas e mesmo fraudes e violências.

30.  Em meio a tal situação se destacam a ousadia e a sobriedade, a profundidade e a mente esclarecida de um Basílio Magno, Gregório Nazianzeno, Gregório de Nissa, Cirilo de Alexandria e outros.

31.  São Cirilo em suas catequeses alerta os fiéis não só contra as afirmações anticristãs provindas do meio gentílico ou judaico, mas também contra as asserções heréticas. Enumera os vícios dos deuses adorados pelos pagãos, assim como de seus adoradores. Busca no A.T. anúncios e prefigurações do N.T., em oposição aos judeus, e mostra a unidade de ambos os Testamentos, o que era rejeitado pelos gnósticos. Levanta-se contra os hereges, cujas obras ele diz ter lido: «Estas coisas, fala Cirilo, estão nos livros dos maniqueus, eu as li, porque não cria nos que me falavam delas; e as examinei cuidadosamente para segurança vossa e ruína dos outros».

32.  Muito se escreveu sobre o fato de Cirilo jamais empregar o termo homooúsios: consubstancial. Todavia, a simples leitura de suas catequeses nos mostra um Cirilo preocupado em ser o mais simples possível, evitando sempre que possível o emprego de termos teológicos.

33.  Ele tem diante de si pessoas pouco versadas em doutrina cristã, às quais deseja transmitir de modo acessível e com proveito suas instruções. Daí o fato de ele expor a doutrina em uma terminologia fundamentalmente bíblica. Ademais, o termo homooúsios foi compreendido por alguns em um sentido sabeliano, que Cirilo tantas vezes combate. 

II. Particularidades da Igreja de Jerusalém

34.  Através das próprias catequeses de São Cirilo podemos ter uma ideia da Igreja de Jerusalém. O costume da catequese era cuidadosamente observado em Jerusalém. Se em outras Igrejas a exposição do Credo se resumia a duas, três ou mais apresentações, em Jerusalém se lhe dedicava todo o tempo da Quaresma.

35.  Compreende-se o motivo pelo qual o conjunto das catequeses nos oferece todo um sistema doutrinário. Na Catequese Preliminar ele nos faz ver a importância conferida a esta ação catequética: «Aprende o que ouves e guarda-o para sempre. Não creias serem estas homilias habituais. Também elas são boas e dignas de fé».

36.  Cirilo pronuncia as catequeses na Igreja da Ressurreição e na Capela do Santo Sepulcro. Para que alguém fosse admitido ao catecumenato exigia-se, segundo menciona Eusébio, a imposição das mãos e a oração. O primeiro Concílio de Constantinopla (381) nos fala dos exorcismos e da insuflação, feitos em três dias consecutivos.

37.  No primeiro dia, diz o Concílio, fazemo-los cristãos; no segundo catecúmenos; no terceiro os exorcizamos, soprando por três vezes o rosto e os ouvidos e assim os catequizamos.

38.  São Cirilo se refere expressamente aos exorcismos, os quais são recebidos com a face coberta com um véu: «O teu rosto foi coberto com um véu, a fim de que todo o teu pensamento não estivesse disperso, e o olhar, divagando, não fizesse vagar também o coração».

39.  Após o primeiro grau de Catecumenato passa-se ao dos Competentes com todo um período de preparação e que antecedia em algumas semanas à Páscoa. O bispo lhes dirigia uma exortação, seguida da inscrição nos registros da Igreja. Esta se fazia, em Jerusalém, no princípio da Quaresma e num mesmo dia. Recebiam então o nome de fiéis. «Vê que, sendo chamado fiel, tua intenção não seja de um infiel».

40.  Findo o que se seguia à preparação imediata para o batismo que compreendia duas partes principais: a) Preparação ascética: que Cirilo descreve na Catequese Preliminar, na primeira e na segunda Catequese. Três obras a caracterizam: o jejum, a penitência e a confissão dos pecados.

41.  Jejum: o jejum se estendia, na comunidade jerosolimitana, pelo espaço de 40 dias, inclusive os sábados e domingos, e abarcava também a abstinência de vinho e carnes. Além deste jejum quaresmal existia o jejum pascal, muito mais rigoroso.

42.  Penitência: acentua-se não só a penitência externa, mas também a interna como meio imprescindível para uma digna recepção do batismo. Diz Cirilo: «Prepara teu coração para receberes as doutrinas, para participares dos sagrados mistérios». É o convite à renúncia a todo mau hábito e à purificação dos pecados. «Deixa desde já toda obra má; que tua língua não fale palavras inconvenientes; que teu olhar já não peque mais e que teu espírito não se ocupe com coisas vãs.” Este espírito de penitência é fruto da graça de Deus implorada na oração. Por isso Cirilo insiste que seus ouvintes sejam assíduos à oração: “Ore com insistência a fim de que Deus te faça digno dos celestes e imortais mistérios. Não cesses nem de dia nem de noite”. Quarenta dias, no entanto, é pouco tempo de preparação para os que viveram entregues às vaidades. Daí a necessidade de receber com toda devoção os exorcismos, assistir às catequeses com pureza de intenção.

43.  Confissão: São Cirilo desenvolve de modo todo especial o inciso sobre a confissão dos pecados. No início da primeira Catequese ele exclama: «Vós que estais cobertos com o manto das transgressões e estais ligados com as cadeias dos vossos pecados, escutai a voz profética que diz: Lavai-vos, purificai-vos». Em outra Catequese ele repete: «Quão excelente é confessar-se».

44.  A segunda Catequese é praticamente uma grande exortação à confissão apresentada não como mero relato de pecados, mas expressando uma situação existencial e consequente vontade de mudar de vida. Os termos que ocorrem para designar a confissão são significativos: (confissão) e (penitência).

45.  Preparação catequética: Nota-se aqui a diferença da Igreja de Jerusalém das demais Igrejas. Como já dissemos acima, em Jerusalém se emprega toda a Quaresma para explicar o Credo, enquanto nas demais igrejas a exposição do Credo se restringe a duas ou mais apresentações.

46.  Cirilo profere vinte e três catequeses, o que por si só exprime a importância que é dada à catequese na preparação batismal. As dezoito primeiras se dirigem aos que se preparam para o batismo e comentam basicamente o Credo artigo por artigo.

47.  As últimas cinco são pronunciadas para os recém-batizados, durante a semana da Páscoa, na capela do Santo Sepulcro. As cinco tratam da doutrina, dos ritos e cerimônias dos sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia.

III. Apresentação geral de sua obra

48.  Cirilo pronuncia vinte e três catequeses que podem ser divididas em dois blocos distintos: As dezoito primeiras pronunciadas em preparação para o batismo e as cinco últimas aos já batizados. Quase todas foram proferidas na Igreja do Santo Sepulcro e, como observa J. Quasten, «uma nota conservada em diversos manuscritos recorda que elas foram copiadas em estenografia, ou, ainda; que elas representam a transcrição de um de seus ouvintes, e não uma cópia «manu propria» do bispo».

49.  Precede às dezoito primeiras uma alocução preliminar ou introdução geral, na qual Cirilo prepara os ouvintes para receber, com maior proveito, as instruções pré-batismais. Após uma ardorosa recepção: «Já vos impregna, ó iluminandos, o odor da bem-aventurança», o bispo acentua a necessidade da penitência e purificação dos pecados, da prece e da disciplina pessoal e de uma intenção livre de todo interesse mundano para se aproximar do sacramento de iniciação. O mesmo é repetido nas duas primeiras catequeses, que versam sobre o pecado e a penitência.

50.  Na terceira, ele trata do batismo e de seus efeitos. A quarta é um breve compêndio da doutrina sobre a fé. Aí ele expõe as verdades necessárias ao homem para que ele se salve.

51.  Em primeiro lugar, alude ao Credo onde se professa o Deus Criador, seu Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo. Em seguida, apresenta a doutrina cristã sobre o homem, sua natureza, sua vida moral e seu fim último. Finalmente, discorre sobre o conhecimento de Deus e de nós mesmos, fundado na Sagrada Escritura.

52.  Da quinta à décima oitava Catequese Cirilo dá uma explicação detalhada dos artigos do Credo, que se aproxima muito da fórmula do Concílio de Constantinopla (381). Por exemplo, na quinta ele expõe a palavra Credo. Segue-se o primeiro artigo: “Creio em um só Deus” e assim por diante.

53.  As Catequeses Mistagógicas (19-23) versam sobre os sacramentos recebidos pelos neófitos na vigília pascal. Doutrina que permanecera até então oculta. Daí o nome de catequeses mistagógicas. Nas duas primeiras, o bispo busca explicar as cerimônias que precederam ao batismo. Na terceira fala da Confirmação; na quarta da Eucaristia e na quinta trata da Divina liturgia.

IV. Conteúdo doutrinário das Catequeses

54.  A doutrina exposta por S. Cirilo nas Catequeses se resume basicamente ao Credo. Eis a profissão de fé da comunidade de Jerusalém:

1. Cremos em um Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.

2. E em um Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai, Deus verdadeiro, antes de todos os séculos, pelo qual foram feitas todas as coisas.

3. Que veio na carne e se fez homem (da Virgem e do Espírito Santo).

4. Foi crucificado e sepultado.

5. Ressuscitou ao terceiro dia.

6. E subiu aos céus e está sentado à direita do Pai.

7. E virá na glória para julgar os vivos e os mortos, cujo reino não terá fim.

8. E em um Espírito Santo, o Paráclito que falou nos profetas.

9. E em um batismo de penitência para remissão dos pecados.

10. E em uma santa católica Igreja.

11. E na ressurreição da carne.

12. E na vida eterna.

55.  O símbolo não se encontra escrito integralmente nas Catequeses. Isso por causa da disciplina do arcano. Cirilo insiste sobre o segredo que os candidatos devem conservar não divulgando o que lhes fora ensinado. «Oferecemo-vos em poucos versículos o dogma inteiro da fé. Quero que o fixeis com as próprias palavras e o repitais convosco mesmos com todo cuidado, não o escrevendo em papel, mas gravando-o na memória de vosso coração».

56.  As Catequeses falam da fé e de suas fontes: a Sagrada Escritura e a Tradição, unidade e trindade de Deus, divindade e consubstancialidade das três Pessoas, mistério da Redenção, anjos, origem divina do homem, espiritualidade e imortalidade da alma, livre arbítrio, pecado, novíssimos, Igreja, sacramentos.

57.  Sobre o Cristo Cirilo rejeita o arianismo e apresenta sua posição que concorda com a fé de Nicéia. Cristo é verdadeiramente Deus. Ele é um com o Pai. «São um pela dignidade da divindade (...) Um são eles, porque não há entre eles discórdia ou separação, pois não são umas as obras criadas por Cristo, outras as criadas pelo Pai».

58.  O Espírito Santo é professado como uma personalidade distinta do Pai e do Filho, gozando igualmente da mesma divindade. Ele proclama sua fé trinitária: «Indivisa a fé, inseparável a piedade. Não fazemos separação na Santíssima Trindade, como alguns; nem confusão, como Sabélio».

59.  Estes temas não são tratados de modo igual, pois o objetivo de Cirilo é explicar o Símbolo e não apresentar um tratado sobre cada um dos temas.

60.  As Catequeses Mistagógicas, no entanto, falarão extensamente do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia. Cirilo apresenta uma visão geral do batismo, explicitando o significado da unção e da imersão, e aponta seus efeitos, eficácia, necessidade, autor, sujeito e ministro.

61.  Pelo batismo o cristão participa da vida mesma de Cristo. Cristo assumiu toda a realidade humana para que pudéssemos participar da salvação. «Batizados em Cristo e dele revestidos vos tornastes conformes ao Filho de Deus».

62.  Esta semelhança ao Filho é significada especificamente na Crisma, quando, «ungidos com o óleo, fostes feitos participes e companheiros de Cristo».

63.  Este processo de assemelhação ao Filho se realiza no e pelo próprio Filho, que se torna alimento espiritual. «Em forma de pão te é dado o corpo, e em forma de vinho o sangue, para que te tornes, tomando o corpo e o sangue de Cristo, con-corpóreo e consangüíneo com Cristo».

64.  Ele é bastante explícito ao declarar que o pão e o vinho não são simples elementos, mas «são, conforme a afirmação do Mestre, corpo e sangue».

65.  A coroa ou o «edifício espiritual» de toda instrução é a celebração eucarística, que o bispo de Jerusalém descreve minuciosamente interpretando a liturgia eucarística em seu desenrolar. Vê-se pois a importância e o sentido das Catequeses de S. Cirilo não só para a Catequese e para a Liturgia, como também para a Teologia, que tem nelas o testemunho da Tradição cristã sobre as principais verdades de fé. 

V. Método e estilo

66.  Em suas obras, Cirilo não nos deixa perceber que tenha observado um método com regras precisas. Com isso não se quer dizer que não haja certa ordem ao longo da exposição.

67.  Por vezes ele começa apresentando o erro dos hereges e mostra o ponto fraco da doutrina deles, para então expor a verdadeira doutrina e os argumentos que a apoiam.

68.  Outras vezes segue exatamente o caminho oposto. E quando a doutrina é puramente moral, como na Catequese Preliminar; ele não observa nenhuma ordem.

69.  Ele apresenta suas considerações assim como elas lhe veem à mente. Penitência, aversão ao pecado, oração, leitura da Bíblia, rejeição da heresia, distanciamento de espetáculos e jogos maus ou perigosos, são recomendações que voltam sempre que é possível.

70.  Quanto ao estilo, ele é bastante popular e simples. Diante de um auditório, que era de iniciantes na fé, sua linguagem assume uma feição muito familiar.

71.  É em tom de conversação que ele desenvolve as instruções. Muitas vezes ele deixa o tratamento «vós», que é empregado quando ele se dirige aos seus ouvintes de modo geral, e fala em «tu» como se estivesse se dirigindo pessoalmente a alguém.

72.  Refletem as Catequeses comunicação e clareza de linguagem.

73.  Algumas vezes, porém ele deixa perceber uma eloquência muito viva. Lemos na sexta Catequese: «Lembrai-vos do que foi dito: Que consórcio há entre a justiça e a iniquidade? Que comunidade entre a luz e as trevas? (...) Aqui há ordem, aqui há disciplina, aqui há seriedade, aqui há castidade, aqui é considerado pecado olhar alguma mulher com olhos concupiscentes. Aqui o matrimônio é mantido em santidade (...). Associa-te às ovelhas. Foge dos lobos. Não te afastes da Igreja...».

Conclusão:

74.  Cirilo foi amado por Jerusalém e reconhecido pelo Sínodo de Constantinopla. O Imperador Teodósio convocou os Bispos de seu Império para um novo Sínodo em Constantinopla. O Sínodo ocorreu no verão de 382.

75.  A carta sinodal dirigida aos Bispos reunidos em Roma é preservada por Teodoreto e nela lemos o seguinte: “Da Igreja em Jerusalém, a Mãe de todas as Igrejas, fazemos saber que Cirilo, o mais reverendo e mais amado de Deus, é Bispo; e que ele foi ordenado canonicamente há muito tempo pelos Bispos da província, e que ele tem lutado uma boa luta em vários lugares contra os arianos.”

76.  Somos informados por Jerônimo que ele manteve a posse imperturbável de sua Sé por oito anos sob Teodósio. Faleceu em 386 dC no dia 18 de março.

1.      O que você destaca no texto?

2.      Como este estudo serve para sua espiritualidade?



sábado, 17 de agosto de 2024

264 - Efrém, o Sírio (306-373) - Hinos sobre a Natividade do Senhor - Hinos XVIII e XIX

 



264

Efrém, o Sírio (306-373)

Hinos sobre a Natividade do Senhor

Hinos XVIII e XIX


Hino XVIII.

Resp.— Louvado seja Aquele que O enviou! (bis)

1.      Bendita és tu, ó Igreja, por em ti está o som da grande festa, a festa do Rei! - Sião está deserta, seus portões estão cheios de sede e abandonada dos festivais. Foram ampliados, mas não são suficientes! No meio de ti é o som das nações que clamam e silenciaram o Povo.

2.      Abençoada és tu, ó Igreja, porque em tuas festas os Vigilantes se regozijam em meio à tua festividade, pois uma noite os Vigilantes deram louvor na terra que reteve e recusou louvor. - Abençoadas tuas vozes que foram semeadas e colhido - e no Céu guardado em celeiros! - Tua boca é um incensário, e tuas vozes como perfumes, respirando vapor em teus festivais.

3.      Bendita és tu, ó Igreja, porque todas as oblações são trazidas a ti nesta festa. - Os Magos, uma vez entre os traidores, as ofereceram à Verdade. Rei que é adorado com presentes! - Ouro do Ocidente e especiarias do Oriente - são oferecidos em Teus Festivais.

4.      Bendita és tu, ó Igreja, porque não há contigo um rei tirano matador de bebês! Pois ele matou em Belém os pequeninos ao acaso para que pudesse matar o Menino que dá vida a todos. Coroas do Oriente: - aquele que pisoteou os teus queridos, será pisado pelos teus amados.

5.      Bendita és tu, ó Igreja, por sobre ti, Isaías também exulta em sua profecia, - "Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz  um Filho" cujo nome é um grande mistério! Ó interpretação revelada na Igreja! Dois nomes que se uniram e se tornaram um; - “Emanuel” – Deus esteja sempre contigo, que te uniu aos Seus membros!

6.      Bem-aventurada és tu, ó Igreja, em Miquéias que clamou: - “Um pastor sairá de Efrata”: - pois Ele veio a Belém para tirar de lá a vara de Jessé e para governar as nações. Cordeiros que são selados com o Seu selo, e tuas ovelhas que são guardadas pela Sua espada! Tu és, ó Igreja, a Belém permanente, - pois em ti está o Pão da Vida!

7.      Bendita és tu, ó Igreja, por em ti se regozija Daniel também o homem amado, que predisse que o glorioso Messias será morto, e a cidade da santidade será desolada com Sua morte! Nações que foram chamadas e não se afastaram! Os convidados recusaram e outros em seu lugar, desfrutaram do banquete.

8.      Bendita és tu, ó Igreja, pois em teu alaúde, o Rei David canta salmos em ti! No Espírito, ele canta sobre Ele “Tu és Meu Filho e eu hoje Te gerei” nas glórias da santidade. - Benditos sejam os teus ouvidos que foram purificados para ouvir! Que Ele seja ensinado por Sião, o que entristeceu Sua festa; alegre Aquele que te alegrou.

9.      Bendita és tu, ó Igreja, porque todas as festas fugiram de Sião e se abrigaram contigo! No meio de ti os cansados ​​Profetas encontraram descanso do trabalho e da reprovação que suportaram em Judá. Os livros desenrolados em teus templos e os festivais celebrados em teus santuários! Sião é abandonada e hoje as nações gritam nas tuas festas.

10.  Abençoada és tu, ó Igreja, em dez bênçãos, que nosso Senhor deu como um mistério completo: pois em dez todos os números estão pendurados, portanto tu és perfeito por dez bênçãos. Todas as bênçãos misturadas em cada coroa! Ó abençoado, com todas as bênçãos coroadas, sobre mim também envie tua bênção!

11.  Bendita és tu, Efrata, mãe dos reis, porque de ti surgiu o Senhor dos diademas! Miquéias te deu a notícia de que Ele é desde a eternidade, e a extensão de Seus tempos não é compreendida. Discerniu-O! A ti Ele considerou digno de vê-Lo quando Ele apareceu, Chefe da bênção, e Princípio de alegria, tu recebeste antes de tudo.

12.  Bem-aventurada és tu, Belém, porque as cidades te invejam – e as cidades fortificadas! – Assim como te invejamassim as mulheres invejam Maria – e as virgens filhas dos príncipes e a cidade onde Ele se dignou a peregrinar; - uma donzela pobre, - e uma pequena cidade, Ele o escolheu para se humilhar.

13.  Bem-aventurada és tu, Belém, porque em ti foi o princípio para Aquele o Filho que desde a eternidade está no Pai! É difícil compreender que antes do Tempo Ele existe. Quem em ti se fez sujeito ao Tempo. Abençoados os teus ouvidos, pois em ti primeiro foi ouvido o clamor do Cordeiro de Deus que exultou em ti! - Por mais estreita que seja a tua manjedoura - Ele se espalhou por todos os lados e foi adorado por todas as criaturas.

14.  Bendita sejas tu também, Maria, porque o teu nome é grande e exaltado por causa do teu filho! Tu podes dizer então como e por quanto tempo e onde Ele habitou em ti, o Grande em quarto pequeno, que louvou e não perguntou, e tua língua que glorificou e não questionou! Pois Sua Mãe estava incerta a respeito dele, - mesmo enquanto ela O carregava no ventre; quem então será suficiente para compreendê-lo?

15.  Ó Mulher, tu que nenhum homem conheceu, como podemos ver o Filho que tu deste à luz? Pois nenhum olho é suficiente para permanecer diante das transfigurações da glória que está sobre Ele. - Pois línguas de fogo habitam Nele. —Quem enviou línguas por Sua Ascensão. — Seja toda língua avisada — que nosso questionamento é como restolho e como fogo nosso escrutínio.

16.  Bem-aventurado o sacerdote que no santuário - oferece ao Pai o Filho do Pai - o fruto que é colhido da nossa árvore, embora seja inteiramente da Divina Majestade! ofereça-O! - e os lábios que se dedicam a beijá-Lo! - O Espírito no Templo - ansiava por Seu abraço; e em Sua crucificação rasgou o véu e saiu.

17.  O Arcanjo te saudou, - como o penhor da santidade - a Terra tornou-se para ele novos Céus, - quando o Vigilante desceu e cantou glória sobre ela. Os filhos do Altíssimo cercaram a tua habitação, por causa do Filho do Rei que habitou em ti. Tua morada abaixo até o Céu acima foi feita como pela multidão de Vigilantes.

Hino XIX.

(Resp.— Bendito seja o teu nascimento que alegra todas as criaturas!)

18.  O primeiro ano em que nosso Salvador nasceu - é fonte de bênção e base de vida;  pois por ele são gerados múltiplos triunfos, a soma de toda ajuda: como o primeiro dia do “começo, ” o grande pilar de todas as criaturas, sustenta a construção da Criação; assim o ano do Primogênito traz ajuda para o homem.

19.  No segundo ano do nascimento de nosso Salvador, os Magos exultam, os fariseus lamentam: os tesouros são abertos, os reis se apressam e as crianças são mortas. Pois nele são oferecidas em Belém, oblações preciosas e terríveis; pois enquanto o amor fazia oferendas de ouro, o ódio oferecia crianças pela espada.

20.  O dia do Todo-Iluminador exulta em Seu nascimento; um pilar de esplendor, que afasta, por seus raios as obras das trevas. Seguindo o tipo daquele dia, em que a luz foi criada e separou as trevas que se espalharam sobre a bela beleza da Criação. O brilho do nascimento de nosso Salvador veio para separar as trevas que estavam no coração.

21.  No primeiro dia, a fonte e o começo ordena as raízes, para fazer crescer todas as coisas. O dia do nosso Salvador é louvado muito acima dele, uma árvore plantada no mundo. Sua Ressurreição como cabeça no céu; por todos os lados Suas palavras chegam como galhos; da mesma forma, Seu Corpo como fruto para os que comem.

22.  Que o segundo dia cante louvores ao nascimento do Filho, e Sua voz que primeiro comandou o firmamento e ele foi feito, dividiu as águas que estavam acima e reuniu os mares que estavam abaixo. Que separou águas de águas, separou-se dos Vigilantes e desceu ao homem. Pelas águas que sob Seu comando foram reunidas. Ele fendeu a fonte da vida e deu de beber.

23.  Deixe o terceiro dia tecer com diversos hinos a coroa dos salmos e apresentá-la em uma só voz para Seu nascimento que deu crescimento de botões e flores, no terceiro dia. Mas agora Ele, o Doador de crescimento, desceu e se tornou a Flor Santíssima; da terra sedenta surgiu e subiu para que ele possa decorar e coroar os conquistadores.

24.  Que o quarto dia louve, o primeiro entre os quatro, Seu Nascimento, que criou como o quarto dia os dois doadores de luz que os tolos adoram, e são cegos e cegos. O ventre brilhou sobre nós como o Sol. Seus esplendores abriram os olhos dos cegos: Seus raios iluminaram os errantes.

25.  Que o quinto dia louve Aquele que criou - no quinto dia coisas rastejantes e dragões de cuja espécie é a serpente. Ele enganou com astúcia nossa mãe, uma donzela sem conselho. Pela Pomba foi exposta como falsa, que de um seio virgem surgiu e saiu o Sábio que pisoteou o astuto.

26.  Que o sexto dia louve Aquele que criou no dia da Véspera, Adão, a quem Satanás invejou; como um amigo fingido. Animou-o oferecendo veneno em sua comida. O remédio da vida alcançou a ambos, vestiu um corpo e se aproximou de ambos. O mortal O provou e viveu através Dele; o devorador que O comeu ficou vazio.

27.  Que o sétimo dia santifique o Santo, que santifica o sábado e dá descanso a todos os que vivem. O Abençoado que não se cansa - cuida da humanidade e cuida dos animais. Quando a liberdade caiu o jugo, Ele veio para o nascimento e tornou-se escravo para libertá-lo: - Ele foi golpeado no rosto pelos servos na sala de julgamento; Ele quebrou o jugo que estava sobre o livre, como Senhor.

28.  Deixe o oitavo dia, que circuncidou os hebreus, - louvado seja Aquele que ordenou ao seu homônimo Josué que circuncidasse com uma pederneira o povo circuncidado no corpo, enquanto o coração era profano por dentro. Como no oitavo dia, como um bebê para a circuncisão veio Aquele que circuncida todos. Embora o sinal de Abraão esteja em Sua carne, a filha cega de Sião a contaminou.

29.  Deixe o décimo dia cantar louvores por sua vez. Para Deus, a primeira letra de Jesus (bom nome!), é dez em numeração. Vai até dez, é revertido para começar novamente a partir de um. Ó grande mistério daquilo que está em Jesus, cujo poder faz voltar toda a criação!

30.  O Primogênito Todo-Purificador no dia de Sua purificação - purificou a purificação do primogênito e foi oferecido no Templo: o Senhor da oferta de ofertas necessárias para fazer oferendas de pássaros. Em Seu nascimento foram cumpridos os tipos, em Sua purificação e circuncisão as alegorias. Ele veio e pagou dívidas em Sua descida; em Sua Ressurreição Ele subiu e enviou tesouros.

1.      O que você destaca no texto?

2.      O que Efrém lhe ensinou nestes 19 hinos?

3.      O que você destaca na fala do seu irmão?

4.      Como este estudo serve para sua espiritualidade?


domingo, 11 de agosto de 2024

263 - Efrém, o Sírio (306-373) - Hinos sobre a Natividade do Senhor . Hinos XVI e XVII

 




Efrém, o Sírio (306-373)

Hinos sobre a Natividade do Senhor

Hinos XVI e  XVII

 


Hino XVI.

(Resp.— Glória a Ti de todos nós! (bis.)

1.      Quem então, aquele que é o homem mortal, pode declarar a respeito do Doador de Toda a Vida, - Que abandonou a altura de Sua Majestade e se humilhou à humildade? - Tu que exaltas tudo em Teu Nascimento, exalta minha mente fraca, - para declarar do Teu Nascimento; não para que eu buscasse Tua Majestade, mas para que proclamasse Tua graça.

2.      R., Bendito seja Aquele que oculta e revela em Seus discursos!

3.      É uma grande maravilha que o Filho habitou inteiramente em um corpo; - habitou nele inteiramente e isso foi suficiente para Ele; habitou nele, embora não estivesse limitado por ele. Sua Vontade estava inteiramente ali; Seus limites alcançavam totalmente Seu Pai. - Quem é suficiente para dizer como, embora Ele habitasse totalmente em um corpo. - Ele também habitou totalmente em todos?

4.      R., Bem-aventurado aquele que, embora sem limites, foi limitado!

5.      Tua Majestade está oculta de nós; Tua Graça é revelada diante de nós. - Ficarei em silêncio, ó Senhor de Tua Majestade; e contarei a Tua graça. - Tua graça se apegou a Ti e te curvou à nossa vileza: - Tua graça te fez um bebê; Tua graça te fez homem: - ela estreitou, ela ampliou, Tua Majestade.

6.      R., Bendito seja o poder que se fez pequeno e se tornou grande!

7.      Glória Àquele que se tornou humilde, embora Ele fosse elevado por Sua natureza! - Ele se tornou em Seu amor o primogênito de Maria, Primogênito embora fosse de Deus. o Altíssimo. - Ele se tornou homem por Sua própria Vontade, embora Deus fosse por Sua Natureza. - Glorificada seja Tua Vontade e Tua Natureza!

8.      R., Bendita seja a Tua Glória que revestiste a nossa imagem!

9.      Sim, ó Senhor, Teu Nascimento tornou-se mãe de todas as criaturas; pois ela sofreu novamente e deu à luz a humanidade que deu à luz a Ti. Você nasceu dela corporalmente; nasceu de Ti espiritualmente. - Tudo o que fizeste nascer foi para que o homem pudesse nascer à Tua semelhança. - Teu Nascimento tornou-se o autor do nascimento de todos.

10.  R., Bendito seja Aquele que se fez jovem e a todos deu juventude!

11.  Quando a esperança do homem se desfez, a esperança foi aumentada pelo Teu Nascimento. - Boas novas de esperança eles trouxeram, os Seres Celestiais aos homens. - Satanás que cortou nossa esperança, sua própria esperança por suas próprias mãos cortou; quando ele viu que a esperança aumentou: Teu nascimento tornou-se para os desesperados - uma fonte que se une à esperança.

12.  R., Bendito seja Aquele que trouxe a nova da esperança!

13.  O dia do Teu Nascimento é como Tu, pois é desejado e amado como Tu. - Nós que não vimos Teu Nascimento, e sua chama como em seu próprio tempo, - neste Teu dia Te vemos, assim como Tu eras um bebê; - amado por todos os homens, eis! em Ti as Igrejas se regozijam; - Teu dia adorna e é adornado.

14.  R., Bendito seja o Teu dia que nos foi ordenado!

15.  Teu dia nos deu um presente, ao qual o Pai não tem outro igual; - Não foram Serafins que Ele nos enviou, nem ainda Querubins desceu entre nós; - não vieram Vigilantes ou Ministros, mas o Primogênito a quem eles ministram. - Quem pode ser suficiente para agradecer, porque a Majestade que está além da medida - está colocada na humilde manjedoura!

16.  R., Bendito seja Aquele que nos deu o que conquistou!

17.  Aquela geração alegrou Teu Nascimento, e nossa geração Teu dia alegra: dupla foi a felicidade daquela geração, pois eles viram Teu Nascimento e também Teu dia: - menor é a felicidade daqueles que virão depois, para o dia de Eles veem apenas Teu Nascimento. - No entanto, porque aqueles que então existiram duvidaram, maior é a felicidade daqueles que vêm depois - que, embora não tenham Te visto, acreditaram em Ti.

18.  R., Bendita seja Tua felicidade que nos é acrescentada!

19.  Os Magos exaltados de longe; os escribas murmuravam ali perto; - o profeta mostrou sua mensagem, e Herodes sua ira; - os escribas mostraram sua doutrina, os magos mostraram suas ofertas. É uma maravilha que para Ele, o Bebê, os de Sua própria casa tenham se apressado com suas espadas, e os que eram estranhos com suas ofertas.

20.  R., Bendito seja o Teu Nascimento que a todos despertou!

21.  O seio de Maria me surpreende, que bastasse a Ti, Senhor, e Te abraçasse. - Toda a criação era pequena demais para esconder Tua Majestade; para cobrir Tua Divindade. - Pequeno demais para Ti era o seio da terra; grande o suficiente para Ti era o seio de Maria. - Ele habitou no seio e curou em seu seio.

22.  Ele foi envolto em panos, e ofertas foram oferecidas a Ele. - Ele vestiu roupas na juventude, e delas surgiram ajudas: Ele colocou as águas do batismo, e delas brilharam raios: - A Ele vestiram panos de linho na morte, e neles foram mostrados triunfos; com Suas humilhações, Suas exaltações.

23.  R., Bendito seja Aquele que uniu a Sua Glória à Sua Paixão!

24.  Todas essas são as mudanças de vestimenta que a Misericórdia despiu e vestiu - quando Ele se esforçou para vestir Adão, a glória que ele havia adiado. - Ele estava envolto em panos como Adão com folhas; e vestido com roupas em vez de peles. - Ele foi batizado pelo pecado de Adão e sepultado pela morte de Adão: - Ele ressuscitou e elevou Adão à Glória.

25.  R., Bendito seja Aquele que desceu e o vestiu e subiu!

26.  Embora Teu Nascimento tenha sido suficiente, tanto para os filhos de Adão como para Adão; - Ó Poderoso que te tornaste um bebê, em Teu Nascimento de novo Tu me geraste! Ó Vivente que foi sepultado, que possamos ganhar vida em Tua morte! - Eu louvarei tudo de Ti Naquele que tudo preenche.

27.  R., Glória a Ti de todos nós!

Hino XVII.

(Resp., Louvado seja de todas as bocas neste Dia do Teu Nascimento! )

28.  Crianças foram mortas por causa de Teu nascimento, Tu, Doador da vida a todos - Mas porque Aquele que foi morto era um Rei, nosso Senhor, o Senhor dos Reinos, - o tirano em sutileza, deu para Ele reféns mortos - vestidos com o mistérios de Seu assassinato: as fileiras do céu receberam - os reféns que eles da terra ofereceram.

29.  R., Bendito seja o Rei que O engrandeceu!

30.  Todos os reis da casa de Davi, transmitidos e transportados cada um para cada um, - o trono e a coroa do Filho de Davi, como guardião de um depósito. - Em um eles atingiram seu limite e limite, quando Ele veio, o Senhor de todas as coisas – e tirou-lhes todas as coisas e cortou a transmissão de todas as coisas.…

31.  R., Bendito seja Aquele que está vestido com o que é Seu!

32.  As pombas gemeram em Belém, que a serpente destruiu sua prole. - A águia dirigiu-se ao Egito, para descer e receber as promessas; os filhos de José. Entre os filhos de José, Ele trabalhou e pagou as dívidas dos filhos de José.

33.  R., Bem-aventurado aquele que o chamou do Egito!

34.  Os escribas leem diariamente que a Estrela surge de Jacó. - Para o Povo era a Voz e a leitura, para as nações o surgimento da Estrela e a interpretação: - para eles eram os Livros e para nós os fatos; para eles ramos e para nós frutos. - Os escribas leem coisas escritas; os Magos viam nas coisas feitas o brilho daquilo que era lido.

35.  R., Bendito seja Aquele que nos acrescentou seus livros!

36.  Quem é capaz de contar sobre a retirada e as aparições - da estrela brilhante que foi diante dos portadores das ofertas? - Ela apareceu e proclamou a coroa; foi escondido e oculto Seu Corpo. - Era para o Filho de duas maneiras, arauto e guardião; - guardava Seu Corpo, proclamava Sua Coroa.

37.  R., Bem-aventurado Aquele que deu sabedoria aos que O proclamam!

38.  O tirano olhou para os Magos, enquanto eles perguntavam: “Onde está o filho do Rei?” - Enquanto seu coração estava sombrio, ele procurou para si um semblante alegre de Deus. - O Cordeiro desceu ao Egito, para que daí pudesse julgá-los - de onde os salvou.

39.  R., Bendito seja Aquele que mais uma vez os subjugou.

40.  Os Magos declararam ao tirano: “Quando teus servos se juntaram a nós, a estrela brilhante retirou-se, sim, os caminhos se esconderam” para destruir o fruto doce do qual os amargos comem e se tornam doces.

41.  R., A Ti seja a glória, Medicina da vida!

42.  Quando lá os Magos receberam a ordem de ir buscá-Lo. - está escrito deles que viram aquela estrela brilhante e se regozijaram. - Assim, sabe-se que ela havia sido retirada; portanto, eles se alegraram com seu aspecto. - Foi escondido e impediu aos assassinos; levantou-se e chamou os adoradores; - derrubou uma parte e convocou uma parte.

43.  R., Bendito seja Aquele que triunfou em ambas as partes!

44.  O abominável que matou as crianças, como é que ele ignorou o Menino? — A justiça impediu-o de pensar que os Magos não voltariam para ele. As mãos, as ofertas e os adoradores fugiram - do tirano para o Filho do Rei.

45.  R., Glória Àquele que conhece todos os conselhos!

46.  Os magos inocentes, enquanto dormiam, meditavam em suas camas: - o sono tornou-se um espelho, e um sonho surgiu neles como luz. - O assassino eles viram e tremeram, enquanto sua astúcia e sua espada brilhavam. Homens astutos, ele afiou a espada até ficar afiada: - o Vigilante ensinou os adormecidos.

47.  R., Bem-aventurado aquele que dá prudência aos simples!

48.  Os simples que creem conheceram duas vindas de Cristo: - mas os escribas tolos nem sequer perceberam uma vinda. - No entanto, as nações têm vida na primeira, e ressuscitarão lá na segunda. Está cego, a primeira vinda se dispersou; - a segunda apagará sua memória.

49.  R., Bendito seja o Rei que veio e que virá!

50.  Quando o Salvador surgiu como cego, o Sol mostrou seus raios - e eles foram vestidos de trevas: o Brilho enviou sua luz - e Ele trouxe os filhos das estrelas, para manifestar os filhos das trevas. — Pois eis entre vós está a estrela, mas sobre os vossos olhos o véu.

51.  R., A Ti seja a glória, Sol recém-nascido!

52.  Os profetas declararam sobre Seu nascimento, mas não deixaram claro o tempo dele. - Ele enviou os Magos, e eles vieram e anunciaram seu tempo. - No entanto, os Magos que divulgaram o tempo, não deixaram claro quem deveria ser a Criança. Uma estrela de luz esplêndida, em seu curso mostrou quem era o Menino, - quão esplêndida era Sua linhagem.

53.  R., Bendito seja Aquele que por todos foi apontado!

54.  Eles desprezaram a trombeta de Isaías, que soou Sua pura Conceição, - eles silenciaram o alaúde dos Salmos, que cantava Seu Sacerdócio; o silêncio eles fecharam, o grande Nascimento que se juntou ao grito - deles acima com eles abaixo.

55.  R., Bendito seja Aquele que apareceu no meio do silêncio!

56.  Sua voz foi a chave secreta que abriu a boca dos Magos. - Enquanto os pregadores permaneceram em silêncio em Judá, eles fizeram sua voz soar através da criação; - e o Evangelho que aqueles haviam desprezado, aqueles que vieram de longe o levaram e partiram. —Os escarnecedores começaram a ouvir suas próprias ordens de estranhos, que gritavam o nome do Filho de Davi.

57.  R., Bendito seja Aquele que pela nossa voz os silenciou!

58.  Considerando que o povo desprezou as ofertas e não as trouxe a Ele, o Filho do Rei, - Ele enviou Seu arauto às nações e fez com que viessem com suas ofertas: - ainda assim, nem todos eles fizeram com que Ele viesse, pois não seria suficiente para eles - o seio estreito de Belém; mas o seio da Santa Igreja se ampliou e continha seus filhos.

59.  R., Bendito seja Aquele que tornou fecundo o estéril!

60.  Os matadores de Belém ceifaram as tenras flores que entre eles deveria perecer a tenra muda, onde estava escondido o Pão da vida. - Mas a espiga de milho que tem vida escapou, para que chegasse aos feixes na colheita: - a uva que escapou jovem, entregou-se à pisa, - para que o seu vinho desse vida às almas.

61.  R., Glória a Ti, Tesouro da vida!

62.  Os assassinos foram para um paraíso, cheio de frutos tenros: - eles sacudiram as flores do galho, flores e botões que destruíram, - oblações imaculadas ele ofereceu, o perseguidor involuntariamente. - Ai dele, mas para eles bênção! Belém foi a primeira a dar frutos virgens ao Santo.

63.  R., Bem-aventurado aquele que recebe as primícias!

64.  Os escribas foram silenciados pela inveja, os fariseus pelo ciúme. — Homens de pedra gritaram e louvaram, aqueles que tinham um coração de pedra. — Eles aplaudiram na presença da Pedra, o rejeitado que se tornou a Cabeça. — Pedras foram feitos carne por aquela Pedra e obtiveram bocas para falar; pedras gritaram através daquela Pedra.

65.  R., Bendito seja o Teu Nascimento que fez gritar as pedras!

66.  A estrela que está escrita nas Escrituras, as nações viram de longe, - para que o povo que está perto fosse envergonhado; Ó povo instruído e orgulhoso! Que pelas nações, por sua vez, foi instruído, como e onde eles viram - aquela visão da qual Balaão falou; um estranho aquele que espalhou a respeito disso, - estranhos aqueles que o viram.

67.  R., Bem-aventurado Aquele que os provocou ciúmes de Sua própria casa!

68.  Que minha súplica se aproxime de Tua Porta, sim, minha pobreza, de Teu Tesouro! - Dá-me, meu Senhor, sem medida, como Deus ao homem! Como Filho do Rei; - embora eu seja ingrato como todas as criaturas do pó, como Adão, assim é o filho de Adão - e como o Abençoado, também é o Filho do Abençoado.

69.  R., Louvado seja Ti que és semelhante a Teu Pai!

 

70.  O que você destaca no texto?

71.  O que você destaca na fala do seu irmão?

72.  Como este estudo serve para sua espiritualidade?