sábado, 29 de novembro de 2025

297 - SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379) - Regra Monástica - Asketikon - As Regras Extensas (55 regras) - Questões 31 a 35

 


Demétrius, Marisa, Silvia, Genisson e Edson


297

SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA

(330-379)

Regra Monástica - Asketikon

As Regras Extensas (55 regras) 

Questões 31 a 35

 

QUESTÃO 31

DEVE SER RECEBIDO O SERVIÇO PRESTADO PELO SUPERIOR

 Resposta

1.      Seja aceito até mesmo o serviço material prestado por aqueles que são considerados como tendo precedência na comunidade. A humildade que sugere ao maior pôr-se a serviço mostra ao menos que não é fora de propósito ser servido. 

2.      A tal nos induz o exemplo do Senhor que se dignou lavar os pés de seus discípulos, sem que esses ousassem resistir- lhe. Até Pedro que, por grande reverência, de início recusara, logo voltou à obediência, instruído acerca do perigo da desobediência.

3.      Não haja receio da parte do súdito de perder a humildade se for servido pelo maior. Este serviço, muitas vezes, é prestado menos por necessidade premente do que para ministrar-lhe um ensinamento, ou antes, um exemplo eficaz.

4.      Evidencie, portanto, a humildade pela obediência e a imitação. E não relute, por falsa humildade, enquanto de fato está agindo por orgulho e arrogância. A contradição manifesta independência e insubmissão.

5.      Dá assim mais exemplo de orgulho e de desprezo do que de humildade, de obediência em tudo. Necessário, portanto, se torna obedecer ao que disse: Suportai-vos caridosamente uns aos outros (Ef 4,2).

 

QUESTÃO 32

RELAÇÕES COM OS PARENTES

 Resposta

6.      Uma vez admitido na comunidade dos irmãos, ninguém obterá permissão do superior para vagar por qualquer motivo que seja; nem, sob pretexto de visitar os parentes, afaste-se dos irmãos, levando uma vida longe de testemunhas, ou se envolva em negócios, por solicitude de patrocinar os consanguíneos.

7.      A Palavra de Deus veta absolutamente usarem-se na comunidade dos irmãos as expressões: meu e teu. A multidão dos fiéis, diz-se, era um só coração e uma alma. Nenhum dizia que eram suas as coisas que possuía (At 4,32) . Sejam, portanto, os pais segundo a carne ou os irmãos, se vivem segundo o que Deus ordena, venerados por todos da comunidade como se fossem pais ou parentes.

8.      Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus, diz o Senhor, este é meu irmão e minha irmã e mãe (Mt 12,50). Julgamos, no entanto, caber ao superior da comunidade cuidar deles. Se, porém, estão implicados na vida profana, nada há de comum entre eles e nós, que nos esforçamos por manter a honestidade e a fidelidade ininterrupta a Deus.

9.      Além de lhes sermos inúteis, ainda enchemos nossa vida de perturbação e de agitação e procuramos ocasião de pecado. Todavia não é conveniente receber a visita dos que outrora nos eram familiares, se desprezam os mandamentos de Deus e não fazem caso da obra da piedade, porque não amam o Senhor, que disse: Aquele que não ama, não guarda as minhas palavras (Jo 14,24). Que união pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou de comum entre o fiel e o infiel? (2Cor 6,14.15).

10.  Antes de tudo, é preciso, de todos os modos, ter empenho em afastar qualquer ocasião de pecado dos que ainda se exercitam no bem; a maior destas ocasiões é a recordação da vida passada. Não lhes suceda o que foi dito: Em seus corações voltaram para o Egito (Nm 14,4).

11.   Em geral, tal acontece quando têm frequentes e assíduos encontros com os parentes.

12.  Não se permita absolutamente que parentes ou estranhos falem com os irmãos, se não estivermos seguros de que as conversas tratam da edificação e do aperfeiçoamento das almas.

13.  Se houver necessidade de falar com os que alguma vez vêm visitar, façam-no aqueles aos quais foi confiado o dom da palavra, como os que podem, com sabedoria, falar e ouvir, para a edificação da fé; o Apóstolo manifestamente ensina que nem todos possuem a capacidade de falar, mas poucos são dotados desse carisma, dizendo: Porque a um é dada pelo Espírito a linguagem da sabedoria, a outro, porém, a linguagem da ciência (ICor 12,8). E em outro lugar: Para que possa exortar na sã doutrina e rebater os que a contradizem (Tt 1,9

 

QUESTÃO 33

RELAÇÕES COM AS IRMÃS

Resposta

 

14.  Quem renunciou às núpcias, evidentemente renunciou mais ainda aos cuidados que, diz o Apóstolo, atribulam o casado, isto é, como há de dar gosto a sua mulher (ICor 7,33) , e se libertará totalmente do desejo de agradar a uma mulher, receoso do juízo daquele que disse: Deus dispersa os ossos dos que procuram agradar aos homens (SI 52,6).

15.  Com o fito de obter favor, nem mesmo com um homem quer encontrar-se, mas vai conversar com ele pelo zelo que se deve ao próximo, segundo o mandamento de Deus, quando houver necessidade. Não se dê licença de conversar, indistintamente, a quem o desejar, nem qualquer tempo ou lugar para tal fim se presta.

16.  Mas se, de acordo com o preceito do Apóstolo, não queremos ser motivo de escândalo nem para os judeus, nem para os gentios, nem para a Igreja de Deus (ICor 10, 32), e sim, fazer tudo com respeito, ordem e para a edificação, será necessário escolher devidamente as pessoas, o tempo, a utilidade e o lugar. Com isto, afugentar-se-á até mesmo a sombra de uma suspeita.

17.  Em tudo constituirá uma manifestação de gravidade e de prudência a atitude dos que foram escolhidos para se verem e conferenciarem acerca do que agrada a Deus, quer em vista das exigências do corpo, quer da cura das almas. Não sejam menos de dois, de cada lado.

18.  Sobre uma pessoa só facilmente recaem suspeitas, para não dizer coisa pior. Além disso, teria ela menos vigor para confirmar o que foi dito, pois a Escritura declara nitidamente que toda questão se resolva diante de duas ou três testemunhas (Dt 19,15; Mt 18,16). Não mais de três, porém, para não se tolher o zelo ardente que o mandamento de Nosso Senhor Jesus Cristo suscita.

19.  Se houver necessidade de que outros da comunidade falem ou ouçam qualquer coisa particular a respeito de alguém, não venham pessoalmente conversar, mas alguns anciões escolhidos tratem do assunto com anciãs determinadas e assim, por seu intermédio, faça-se o que for mister.

20.  Seja mantida esta ordem não só das mulheres para com os homens, ou dos homens para com as mulheres, mas até entre os do mesmo sexo. Estes, por conseguinte, além da piedade e da gravidade em tudo, sejam cautelosos nas perguntas e respostas, fiéis e prudentes no proferir as palavras, cumprindo o que foi dito: Disporá seus discursos com juízo (SI 111,5), de modo que se cuide simultaneamente do bem daqueles que lhes confiaram o negócio e fique resolvida a questão ventilada.

21.  Atendam outros às necessidades corporais; sejam experimentados, de idade provecta e de hábitos e costumes graves, a fim de não se ferir a consciência de outrem com qualquer suspeita de mal. Por que razão seria regulada a minha liberdade pela consciência alheia? (ICor 10,29).

 

QUESTÃO 34

COMO DEVEM SER OS QUE DISPENSAM O NECESSÁRIO À COMUNIDADE

 Resposta


22.  Entre os que, dentro, distribuem o necessário, é preciso  absolutamente que haja alguns em cada ofício que imitem o que narram os Atos: Repartia-se, então, a cada um deles conforme a necessidade (At 4,35).

23.  Tenham principalmente a preocupação de ser misericordiosos e pacientes para com todos, sem provocarem suspeitas de simpatia ou parcialidade, segundo a ordem do Apóstolo que diz: Nada fazendo por espirito de parcialidade (lTm 5,21), ou ainda de contestação, que ele rejeita como inconveniente aos cristãos, ao dizer: Se, no entanto, alguém quiser com estar, nós não temos tal costume e nem as igrejas de Deus (ICor 11,16).

24.  Alguns subtraem o necessário àqueles com os quais estão em desacordo e dão excessivamente àqueles por quem sentem simpatia. O primeiro modo de agir é ódio fraterno, o segundo, simpatia muito repreensível por afugentar da comunidade a concórdia, originária da caridade, que é substituída pelas suspeitas, as emulações, as disputas e a preguiça para o trabalho.

25.  Têm a máxima obrigação, aqueles que distribuem à comunidade o necessário, de libertarem-se das simpatias e antipatias, tanto pelo supra referido, quanto por muitas outras circunstâncias semelhantes.

26.  Devem estar cônscios dessa disposição de ânimo e mostrar tal zelo, eles e os que exercem outros ofícios a serviço da comunidade, como quem serve não aos homens, mas ao próprio Senhor que, em sua grande bondade, toma como prestadas a si mesmo a consideração e a solicitude para com os que lhe são consagrados e promete em vista disto a herança do reino dos céus.

27.  Vinde, disse, benditos do meu Pai, tomai posse do reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes (Mt 25, 34.40). Ao contrário, reconheçam o perigo da negligência, lembrados daquele que disse: Maldito aquele que faz com negligência a obra do Senhor (Jr 48,10).

28.  Porque não só serão expulsos do reino, mas espera-os aquela sentença tremenda e terrível, proferida contra tais homens: Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, destinado ao demônio e a seus anjos (Mt 25,41). Se aqueles que assumem as preocupações e o serviço recebem tal recompensa do zelo, e se tamanho juízo aguarda a negligência, que solicitude não devem empregar os que têm de servir, para se tornarem dignos da denominação de irmãos do Senhor!

29.  Ensina-o o Senhor ao dizer: Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão e minha irmã e minha mãe (Mt 12,50).

30.  Incorre em perigo quem não propuser a vontade de Deus como escopo de toda a vida; assim, se na saúde não mostrar o labor da caridade pelo zelo nas obras do Senhor e na doença alegremente não demonstrar grande paciência e tolerância.

31.  O primeiro maior de todos os perigos, porém, é distanciar-se do Senhor e do convívio dos irmãos, porque separa-se por si mesmo quem não faz a vontade de Deus.

32.  O segundo consiste em que, sendo indigno, ousa participar das coisas preparadas para os que são dignos. Neste ponto mister se faz lembrar-se do Apóstolo que diz: Senão seus colaboradores, exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão (2Cor 6,1).

33.  Aqueles que foram chamados para serem irmãos do Senhor, não desonrem tamanha graça de Deus, nem traiam tal dignidade, descuidando-se da vontade de Deus, mas antes obedeçam ao Apóstolo, quando diz: Exorto-vos, pois, prisioneiro que sou pela causa do Senhor que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados (Ef 4,1).

 

QUESTÃO 35

SE CONVÉM ESTABELECER NUMA ALDEIA MAIS DE UMA COMUNIDADE DE IRMÃOS

 Resposta


34.  O exemplo dos membros já muito empregado é de utilidade para explanar esta questão. Como foi declarado acima, um corpo que queira ser belo e devidamente capaz de qualquer ação, precisa de olhos, língua e dos restantes órgãos, todos indispensáveis e bem importantes.

35.  Mas, de fato, é dificílimo e árduo encontrar uma pessoa que possa servir de olhos para muitos.

36.  Pois, se a disciplina exige que o superior da comunidade dos irmãos seja previdente, perito na palavra, sóbrio, misericordioso e procure com um coração perfeito os juízos de Deus, como seria possível encontrar numa mesma aldeia muitos com estas qualidades?

37.  Se acaso acontecer que haja dois ou três, o que não é fácil e nunca tivemos conhecimento que tenha havido muito melhor seria partilharem juntos estas preocupações, aliviando-se mutuamente no labor, de modo que, em caso de viagem, ocupação ou outras circunstâncias, por exemplo, se acontecer que um superior deixe a comunidade, haja outro para consolar deste abandono, a menos que parta para socorrer outra comunidade desprovida de guia.

38.  A experiência obtida nos negócios de fora pode ser de grande vantagem para o escopo que visamos. Como os peritos do mesmo ofício invejam seus rivais e a emulação no mesmo artesanato surge ocultamente, assim, na maioria dos casos, acontece nesse tipo de vida.

39.  De início, rivalizam-se no bem e esforçam-se por superar uns aos outros, quer na recepção dos hóspedes, no aumento do número dos ascetas, ou em outras obras deste gênero. Vão avante e caem em contendas. Se advêm irmãos peregrinos, sentem estes muitas dúvidas e dificuldades, ao invés da tranquilidade desejada, divididos pelo pensamento de onde se hospedar.

40.  É difícil preferir uns a outros e impossível satisfazer a ambos, principalmente quando têm pressa. Aqueles que de início vêm para abraçar a mesma vida, ficam em grande perplexidade, porque devem escolher os superiores para os dirigirem e, na verdade, se preferem uns, reprovam os outros.

41.  Então, já desde o primeiro dia, são prejudicados pelo orgulho, porque não se dispõem a aprender, mas acostumam-se a ser juízes e censores da comunidade.

42.  Desde que não há bem evidente algum em existirem casas separadas e são tais os inconvenientes, é completamente despropositado separarem-se uns dos outros.

43.  Se acontecer que alguém haja presumido fazê-lo, urge uma mudança, principalmente após a experiência dos prejuízos decorrentes desta situação. Manter a própria opinião seria contestação manifesta. Se, no entanto, alguém quiser contestar..., diz o Apóstolo, nós não temos tal costume, nem as igrejas áe Deus (ICor 11,16).

44.  Que motivo hão de alegar como impedimento à união? Será por causa do necessário? Mas, é muito mais fácil adquiri-lo para uma casa comum, onde há uma só lâmpada, um só fogo; estas e outras coisas semelhantes são suficientes para todos.

45.  Importa, pois, nestas e outras questões ir ao encalço da facilidade maior, de todos os modos, a fim de se reduzir a quantidade das coisas necessárias. Além disso, casas separadas necessitam de maior fornecimento vindo de fora para a comunidade; da metade, se numa só casa.

46.  Sem que o diga, sabeis como é difícil encontrar alguém que não ocasione opróbrio ao nome de Cristo, mas que se porte com os de fora nas viagens de modo digno de sua profissão.

47.  Ademais, como poderão os que se mantêm separados edificar os que levam a vida comum, quer impelindo-os a paz, se for ocaso, quer exortando-os ao cumprimento de outros mandamentos, uma vez que, não se unindo, suscitam suspeitas contra si mesmos?

48.  Ouvimos também que o Apóstolo escreveu aos filipenses: Completai a minha alegria permanecendo unidos. Tende um mesmo amor, uma só alma, e os mesmos pensamentos. Nada façais por espírito de partido ou vangloria, mas com humildade, considerando os outros superiores a vós mesmos, visando cada um não os seus próprios interesses, senão os dos outros (PI 2,2-3).3.

49.  Pode haver maior demonstração de humildade do que a sujeição dos superiores das comunidades entre si? Se são iguais em carismas espirituais, é belo vê-los unidos no combate.

50.  Conforme o próprio Senhor nos mostrou, enviando dois a dois(Mc 6,7), assim cada um deles se submeterá com alegria ao outro em tudo, lembrado do Senhor, que disse: Quem se humilha, será exaltado (Lc 18,14).

51.  Se acontecer que um tenha menos e outro mais, será melhor que o mais fraco seja assumido pelo mais forte. E como não seria uma desobediência aberta ao preceito apostólico que diz: Visando cada um não os próprios interesses, senão os dos outros (F1 2,4)?

52.  Julgo que não é possível realizar isto com a divisão, porque cada uma das turmas cuidará em particular dos seus componentes, alheando-se das solicitudes para com os outros, o que, como disse, claramente se opõe ao preceito apostólico.

53.  Também nos Atos, muitas vezes é atestado dos santos a que se referem: A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma(At 4,32). ou: E todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum (At 2,44). É evidente não ter havido separação entre eles.

54.  Ninguém vivia por própria conta, mas todos eram regidos por um só e mesmo governo; e sendo em número de 5.000, haveria, talvez, não poucas razões, segundo as cogitações humanas, que poderiam obstar à concórdia.

55.  Quando o total dos que se acham numa aldeia é muito menor, que motivo haverá de se separarem uns dos outros? Oxalá fosse possível não só aos de uma mesma aldeia conservarem-se reunidos, mas que muitas comunidades, constituídas em lugares diferentes, fossem regidas por um só daqueles que sabem governar a todos com equidade e sabedoria, na unidade de Espírito e nos vínculos da paz.

 

O que você destaca no texto?

Como serve para sua espiritualidade? 


Humildade

Evidencie, portanto, a humildade pela obediência e a imitação. E não relute, por falsa humildade, enquanto de fato está agindo por orgulho e arrogância. A contradição manifesta independência e insubmissão. SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 31

 

Comunhão – entre os irmãos

A Palavra de Deus veta absolutamente usarem-se na comunidade dos irmãos as expressões: meu e teu. A multidão dos fiéis, diz-se, era um só coração e uma alma. Nenhum dizia que eram suas as coisas que possuía (At 4,32) . Sejam, portanto, os pais segundo a carne ou os irmãos, se vivem segundo o que Deus ordena, venerados por todos da comunidade como se fossem pais ou parentes. SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 32

 

Santidade

Antes de tudo, é preciso, de todos os modos, ter empenho em afastar qualquer ocasião de pecado dos que ainda se exercitam no bem; a maior destas ocasiões é a recordação da vida passada. Não lhes suceda o que foi dito: Em seus corações voltaram para o Egito (Nm 14,4). SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 32

 

 

Santidade

Incorre em perigo quem não propuser a vontade de Deus como escopo de toda a vida; assim, se na saúde não mostrar o labor da caridade pelo zelo nas obras do Senhor e na doença alegremente não demonstrar grande paciência e tolerância. SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 34

 

Igreja – Perigo de se afastar da

O primeiro maior de todos os perigos, porém, é distanciar-se do Senhor e do convívio dos irmãos, porque separa-se por si mesmo quem não faz a vontade de Deus. SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 34

 

Obediência

Aqueles que foram chamados para serem irmãos do Senhor, não desonrem tamanha graça de Deus, nem traiam tal dignidade, descuidando-se da vontade de Deus, mas antes obedeçam ao Apóstolo, quando diz: Exorto-vos, pois, prisioneiro que sou pela causa do Senhor que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados (Ef 4,1). SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 34

 

Líder – O superior de um Mosteiro como deve ser

Pois, se a disciplina exige que o superior da comunidade dos irmãos seja previdente, perito na palavra, sóbrio, misericordioso e procure com um coração perfeito os juízos de Deus, como seria possível encontrar numa mesma aldeia muitos com estas qualidades? SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 35 


sexta-feira, 28 de novembro de 2025

296 - SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379) - Regra Monástica - Asketikon - As Regras Extensas (55 regras) - Questões 23 a 30

 


Ir. Edson, Ir. Demétrius, Frei Isaac, Ir. Frederick, Ir. Genisson e Irmã Silvia.

                                                                             



                                          296

SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA

(330-379)

Regra Monástica - Asketikon

As Regras Extensas (55 regras) 

Questões 23 a 30

 

QUESTÃO 23 - O CINTO

Resposta

1.      Os santos das épocas anteriores manifestam ser necessário o cinto. João cingia os rins com um cinto de couro (Mt 3,4); já antes dele, Elias. Está escrito como característica sua: Era um homem coberto de peles e que trazia um cinto em volta dos rins (2Rs 1,8). Pedro também usava cinto, o que se evidencia das palavras do anjo: Cinge-te e calça as tuas sandálias (At 12,8). Igualmente se pode verificar que São Paulo usava cinto, pela profecia de Ágabo a seu respeito: Assim, em Jerusalém, ligarão o homem a quem pertence este cinto (ibid. 21,11). E o Senhor ordena a Jó que se cinja, como símbolo de ânimo viril e pronto para obrar, ao dizer: Cinge os teus rins como um homem (Jo 38,3).

2.      É evidente ter sido habitual a todos os discípulos do Senhor usar cinto, pois foi-lhes proibido levar dinheiro nos cintos (Mt 10,9).

3.      Aliás, é indispensável a quem quer por si fazer um trabalho cingir-se e ter movimentos livres. Daí vem a necessidade do cinto, para a túnica se ajustar ao corpo.

4.      Se forem bem distribuídas as pregas, isto ajudá-lo-á a ter movimentos desimpedidos.

5.      Por esta razão, também o Senhor, quando se preparava para prestar o ministério aos discípulos, pegando duma toalha, cingiu-se (Jo 13,4).

6.      Acerca da quantidade das vestes nada precisamos dizer, uma vez que dispusemos o suficiente ao tratarmos da pobreza. Se, pois, ordena-se a quem tem duas túnicas dar uma a quem não tem (Lc 3,11), é claro ser proibido ter muitas só para si. Para aquele a quem é vedado ter duas túnicas, de que serve legislar sobre o uso delas?

 

QUESTÃO 24 -TUDO ISSO NOS FOI BEM TRANSMITIDO. CONVIRÍA AGORA APRENDERMOS COMO CONVIVER

 

Resposta

7.      Tendo dito o Apóstolo: Mas faça-se tudo com decência e ordem (ICor 14,40), julgamos ser honesto e bem ordenado um modo de viver na sociedade dos fiéis que salvaguarde a relação de membros de um só corpo.

8.      Que a um se faculte ser olho, entregando-se-lhe o cuidado dos bens comuns; examinará o que já tiver sido feito e preverá e considerará o que há de fazer. Um outro fará de ouvidos ou de mãos: ouvirá ou fará o que convier; e assim por diante, cada um terá a sua atribuição.

9.      Saibam que, entre os membros, é perigoso para um descuidar-se do que lhe compete ou usar de um outro membro para fim diverso daquele em vista do qual Deus o fez.

10.  Se a mão ou o pé não obedecerem à direção do olho, a primeira tocará forçosamente em coisas perniciosas para a ruína do todo; o segundo tropeçará ou mesmo se precipitará num abismo.

11.  Se o olho se fechar para não ver, necessariamente também ele perecerá com os demais membros, que sofrerem o que foi dito. Assim, ao prepósito é perigoso qualquer descuido, porque ao ser julgado dará contas de todos.

12.  Ao súdito, a desobediência é detrimento e dano. Pior ainda, se ele escandalizar os outros. Todo aquele que, em seu próprio lugar, mostrar um zelo incansável e cumprir o preceito do Apóstolo que diz: Não relaxeis o vosso selo (Rm 12,11), receberá o louvor devido à sua solicitude; se, ao invés, for negligente, será denominado infeliz e merecerá aquele ai: Maldito, diz-se, aquele que fez com negligência a obra do Senhor (Jr 48,10).

 

QUESTÃO 25 - TERRÍVEL O JUÍZO DO SUPERIOR QUE NÃO REPREENDER OS QUE PECAM

 

Resposta

13.  Por esta razão, aquele ao qual foi confiada a direção de todos, considere que terá de certo modo de dar contas de cada um.

14.  Na verdade, se um dos irmãos cair em pecado por não lhe haver ele antes anunciado os juízos de Deus, ou se permanecer na queda por não lhe ter o superior ensinado o modo de se corrigir, o sangue dele será requerido das suas mãos (Ez 3,20), como está escrito; mas, principalmente, se negligenciar, não por ignorância, alguma das coisas que agradam a Deus, mas se, por conivência com os vícios de cada um, arruinar a austeridade da vida comum.

15.  Os que te chamam bem-aventurado, diz-se, esses mesmos te enganam e destroem o caminho por onde tu passas (Is 3,11). Aquele que vos perturbar, responderá por isto; seja quem for, sofrerá a condenação (G1 5,10).

16.  Para não sofrermos tal coisa, cabe-nos seguir a regra apostólica nos colóquios com os irmãos. Nunca usamos de adulação, como sabeis, nem fomos levados por interesse algum. Deus é testemunha. Não buscamos as glórias humanas, nem de vós, nem de outros (lTs 2,5-6).

17.  Quem está livre destes vícios, poderá, talvez, sem erro, orientar, de maneira proveitosa para si, e salutar para os que o seguirem. Aquele que está verdadeiramente estabelecido na caridade e não age no intuito de obter honras humanas, nem para evitar ofender aos delinquentes e ser- lhes suave e grato, anunciará a palavra com liberdade, sinceridade e pureza, porque em nada quer adulterar a verdade.

18.  São-lhe bem aplicáveis as seguintes palavras:  Sentindo, assim, tanta afeição, decidimos dar a vocês não somente o evangelho de Deus, mas também a nossa própria vida, porque vocês se tornaram muito amados por nós (lTs 2,8).

19.  Quem assim não proceder, é um guia cego e lança-se no precipício, arrastando juntamente consigo os que o seguem.

20.  Do acima referido se vê o grande mal em ser para o irmão, ao invés de direção segura, causa de erro. Além do mais, é sinal de que o mandamento da caridade não foi cumprido.

21.  Não há pai que veja o filho em perigo de cair numa fossa, ou já caído, e o abandone na queda. Quem pode dizer quanto é pior abandonar na perdição a alma que caiu no abismo dos males?

22.  É dever, portanto, vigiar pelas almas dos irmãos e preocupar-se com a salvação de cada um deles, pois disso há de prestar contas. Preocupar-se, até à morte mostrar solicitude para com eles, não só seguindo a palavra do Senhor sobre a caridade, dirigida a todos geralmente: Que cada um dê a sua vida por seus amigos (Jo 15,13), mas também aquela especial dita pelo Apóstolo: Em nossa ternura por vós desejavamos não só comunicar-vos o Evangelho de Deus, mas até a nossa própria vida (lTs 2,8).

 

QUESTÃO 26 - DE QUE TUDO, ATÉ MESMO OS SEGREDOS DO CORAÇÃO, DEVE SER MANIFESTADO AO SUPERIOR

 

Resposta

23.  O súdito que quiser fazer grande progresso e permanecer num estado de vida segundo os preceitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, não oculte nenhum dos sentimentos da alma, nem profira palavras inconsideradas, mas descubra os segredos do coração aos irmãos aos quais foi confiado o cuidado de curar os fracos com misericórdia e compaixão.

24.  Deste modo consolida-se o que é louvável e ao que é reprovável aplicam-se remédios apropriados. Esta mútua ascese, por um progresso lento, leva-nos a adquirir a perfeição.

 

 

QUESTÃO 27

O PRÓPRIO SUPERIOR, SE ERRAR, SEJA ADVERTIDO PELOS IRMÃOS MAIS ANTIGOS DA COMUNIDADE

 

Resposta

25.  Como o superior em tudo deve ser o guia da comunidade dos irmãos, assim, vice-versa, aos demais toca adverti-lo, se o superior foi suspeito de um delito.

26.  Para não arruinar a disciplina, a advertência compete aos mais avançados tanto em idade quanto em prudência.

27.  Se houver algo merecedor de correção, auxiliaremos a um irmão e através dele, a nós mesmos, fazendo voltar ao bom caminho aquele que é uma espécie de regra de nossa própria vida e que deve redarguir os nossos desvios com sua retidão.

28.  Se, porém, foi em vão que se perturbaram alguns, persuadidos, pela evidência, da falsidade de sua suspeita, ver-se-ão livres da suposição.

 

QUESTÃO 28 - COMO SE COMPORTARÃO TODOS EM RELAÇÃO A UM DESOBEDIENTE

 

Resposta

29.  Em primeiro lugar, todos se compadeçam, como de um membro doente, de quem obedece aos mandamentos do Senhor com negligência.

30.  O superior tente curar esta doença com exortações oportunas. Mas, se ele perseverar na sua obstinação, e não aceitar a correção, seja repreendido mais severamente diante de toda a comunidade dos irmãos, e tratado com toda a espécie de admoestações.

31.  Se não se emendar após muitas advertências e não quiser por si sanar seu modo de agir, sendo para si mesmo uma peste, como diz o provérbio, com muitas lágrimas e gemidos, seja amputado do corpo como um membro gangrenado e completamente inútil, à imitação do que fazem os médicos.

32.  Se estes encontram um membro atingido de doença incurável, para que a infecção não se alastre muito e não contagie as partes contíguas e próximas, costumam tirá-lo, cortando ou cauterizando.

33.  Assim façamos também nós, com os que odeiam e impedem os mandamentos do Senhor, segundo o preceito do Senhor, que diz: Se o teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti (Mt 5,29).

34.  Quem lhes mostra amizade, imita a bondade desordenada de Eli, arguida por não ter sido empregada para com os filhos de modo agradável a Deus (lRs 3,13).

35.  Fingir bondade para com os maus seria trair a verdade, armar insídias à comunidade e facilitar a indiferença diante do pecado.

36.  De modo algum realiza o que foi escrito: Nem tendes manifestado tristeza para que seja tirado dentre vós o que cometeu tal ação? (ICor 5,2).

37.  Forçosamente acontece o que se segue: Um pouco de fermento leveda a massa toda (ibid. 6). Aos faltosos, diz o Apóstolo, repreende-os diante de todos (ITm 5,20), e acrescenta imediatamente a causa, quando diz: Para que também os demais se atemorizem.

38.  Em resumo, aquele que não aceita bem o corretivo ministrado pelo superior, é inconsequente consigo mesmo. Se recusa submeter-se e defende sua própria vontade, por que permanece em companhia dele? Por que o declara preposto à sua vida?

39.  Uma vez que consentiu em ser agregado ao corpo da comunidade dos irmãos, se foi considerado instrumento idôneo para um serviço, mesmo no caso de julgar que a ordem está acima de suas forças, deixará a responsabilidade a quem ordena o que ultrapassa suas forças e mostrar-se-á dócil e obediente até a morte, lembrado do Senhor que se tornou obediente até a morte e morte de cruz (F1 2,8).

40.  Rebelar-se e contradizer seria demonstrar muitos males: doença na fé, dúvida na esperança, orgulho e soberba nos costumes.

41.  Ninguém desobedece sem ter antes menosprezado quem tal determinou. Se alguém acredita nas promessas de Deus e deposita nelas firme esperança, não hesitará nem ainda quando as ordens são árduas, sabendo que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que deve ser manifestada (Rm 8,18). E, persuadido de que quem se humilhar, será exaltado (Mt 23,12), mostrará maior prontidão ainda do que espera quem manda, ciente de que a nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, produz em nós um peso eterno de glória incomensurável (2Cor 4,17).

 

 

QUESTÃO 29 - ORGULHO OU MURMURAÇÃO NO TRABALHO

 

Resposta

42.  Não se junte a obra de quem murmurar ou que for surpreendido a se orgulhar às dos humildes de coração e de espírito contrito; os piedosos não a utilizem de modo algum. Porque o que é elevado aos olhos dos homens é abominável aos olhos de Deus (Lc 16,15).

43.  Há outro preceito do Apóstolo assim formulado: Nem murmureis, como murmuraram alguns deles e foram mortos pelo exterminador (2Cor 10,10). E: Sem tristeza nem constrangimento cada um dê segundo propôs em seu coração, pois Deus ama ao que dá com alegria (2Cor 9,7).

44.  Não se aceite sua obra como sendo um sacrifício abominável. Não convém misturá-la às obras dos demais. Se os que ofereceram ao altar um fogo estranho experimentaram tal ira (Lv 10,1.2), como seria inofensivo utilizar na prática dos mandamentos o trabalho resultante de um ânimo infenso a Deus? Que união pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que parte tem o fiel com o infiel? (2Cor 6,14.15).

45.  Por esta razão se diz: O iníquo que imola um boi é como o que parte a nuca de um cão e o que apresenta a oblação é o que derrama sangue de porco (Is 66,3). Daí ser mister remover da comunidade dos irmãos as obras do preguiçoso e do rebelde.

46.  É preciso que os superiores zelem muito por isto. Que não se destrua o preceito daquele que disse: Será meu ministro o que segue o caminho reto. O soberbo não há de morar jamais em minha casa (SI 100,6.7).

47.  Não consintam permaneça em sua perversidade aquele que junta ao preceito o pecado, ou contamina a obra por unir ao trabalho a preguiça ou o orgulho da própria suficiência, porque os que o acolherem tomam-no insensível aos próprios males.

48.  Persuada-se o superior de que se não dirigir a seu irmão como convém, atrairá sobre si ira grave e inevitável. Pedir-se-á conta de seu sangue a este (Ez 3,18), segundo está escrito.

49.  O súdito se disponha a cumprir sem preguiça qualquer ordem, mesmo se dificílima, certo de que sua recompensa será grande nos céus. Rejubile ao obediente a esperança da glória, a fim de realizar a obra do Senhor com grande alegria e paciência.

 

QUESTÃO 30 - QUAL DEVE SER A ATITUDE DOS SUPERIORES AO CUIDAREM DOS IRMÃOS

Resposta

 

50.  Não se exalte o superior por causa da dignidade, para não perder a bem-aventurança prometida à humildade (Mt 5,3), nem envaidecido venha a cair na mesma condenação do demônio (lTm 3,6); mas esteja persuadido de que ter muitos a seu cuidado é servir a muitos.

51.  Como aquele que serve a muitos feridos, tira o pus de cada ferida, aplica remédios de acordo com a natureza do mal e não faz deste ministério ocasião de soberba, mas antes de humildade, de solicitude e de luta, assim, e até mais, o encarregado de tratar das doenças dos irmãos, servo de todos e que de todos há de prestar contas, deve ser refletido e solícito. Deste modo atingirá o termo, porque diz o Senhor: Se alguém quer ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos (Mc 9,34).

 

 

O que você destaca em cada Questão?

Como este estudo serve para sua espiritualidade?

O que Você destaca na fala do seu irmão?


Disciplina – Disciplinar quem errar

Do acima referido se vê o grande mal em ser para o irmão, ao invés de direção segura, causa de erro. Além do mais, é sinal de que o mandamento da caridade não foi cumprido. Não há pai que veja o filho em perigo de cair numa fossa, ou já caído, e o abandone na queda. Quem pode dizer quanto é pior abandonar na perdição a alma que caiu no abismo dos males? É dever, portanto, vigiar pelas almas dos irmãos e preocupar-se com a salvação de cada um deles, pois disso há de prestar contas. Preocupar-se, até à morte mostrar solicitude para com eles, não só seguindo a palavra do Senhor sobre a caridade, dirigida a todos geralmente: Que cada um dê a sua vida por seus amigos (Jo 15,13), mas também aquela especial dita pelo Apóstolo: Em nossa ternura por vós desejavamos não só comunicar-vos o Evangelho de Deus, mas até a nossa própria vida (lTs 2,8). SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 25.

 

 

Obediência – ao Superior

O súdito que quiser fazer grande progresso e permanecer num estado de vida segundo os preceitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, não oculte nenhum dos sentimentos da alma, nem profira palavras inconsideradas, mas descubra os segredos do coração aos irmãos aos quais foi confiado o cuidado de curar os fracos com misericórdia e compaixão. Deste modo consolida-se o que é louvável e ao que é reprovável aplicam-se remédios apropriados. Esta mútua ascese, por um progresso lento, leva-nos a adquirir a perfeição. SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 26

 

 

Disciplina – Quando o superior erra

Como o superior em tudo deve ser o guia da comunidade dos irmãos, assim, vice-versa, aos demais toca adverti-lo, se o superior foi suspeito de um delito. Para não arruinar a disciplina, a advertência compete aos mais avançados tanto em idade quanto em prudência.  SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 27

 

Disciplina – em Amor

Em primeiro lugar, todos se compadeçam, como de um membro doente, de quem obedece aos mandamentos do Senhor com negligência. SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 28.

 

Disciplina – Exclusão

Se não se emendar após muitas advertências e não quiser por si sanar seu modo de agir, sendo para si mesmo uma peste, como diz o provérbio, com muitas lágrimas e gemidos, seja amputado do corpo como um membro gangrenado e completamente inútil, à imitação do que fazem os médicos. Se estes encontram um membro atingido de doença incurável, para que a infecção não se alastre muito e não contagie as partes contíguas e próximas, costumam tirá-lo, cortando ou cauterizando. SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 28

 

Disciplina – Não ser conivente ao erro.

Fingir bondade para com os maus seria trair a verdade, armar insídias à comunidade e facilitar a indiferença diante do pecado. SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 28.

 

Disciplina – Rebelar contra a disciplina

Rebelar-se e contradizer seria demonstrar muitos males: doença na fé, dúvida na esperança, orgulho e soberba nos costumes.  Ninguém desobedece sem ter antes menosprezado quem tal determinou. Se alguém acredita nas promessas de Deus e deposita nelas firme esperança, não hesitará nem ainda quando as ordens são árduas... SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 28

 

Disciplina – Se afastar do murmurador e do orgulhoso

Não se junte a obra de quem murmurar ou que for surpreendido a se orgulhar às dos humildes de coração e de espírito contrito; os piedosos não a utilizem de modo algum. Porque o que é elevado aos olhos dos homens é abominável aos olhos de Deus (Lc 16,15). SÃO BASÍLIO MAGNO, ou de CESAREIA (330-379). Regra Monástica – Asketikon. As Regras Extensas (55 regras). Questão 29

 

Liderança – Atitude do líder

Não se exalte o superior por causa da dignidade, para não perder a bem-aventurança prometida à humildade (Mt 5,3), nem envaidecido venha a cair na mesma condenação do demônio (lTm 3,6); mas esteja persuadido de que ter muitos a seu cuidado é servir a muitos.  Como aquele que serve a muitos feridos, tira o pus de cada ferida, aplica remédios de acordo com a natureza do mal e não faz deste ministério ocasião de soberba, mas antes de humildade, de solicitude e de luta, assim, e até mais, o encarregado de tratar das doenças dos irmãos, servo de todos e que de todos há de prestar contas, deve ser refletido e solícito. Deste modo atingirá o termo, porque diz o Senhor: Se alguém quer ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos (Mc 9,34).