Biografia de Francisco de Assis
Tomás
de Celano
1Celano - Capítulos 26 a 29.
CAPÍTULO 26.
Expulsão de um demônio também em Città di Castello
70. Havia, em Città di
Castello, uma mulher possessa do demônio. Estando lá o santo pai Francisco,
levaram a mulher à casa em que ele estava. Fora da casa, a mulher começou a
ranger os dentes e a uivar com voz espantosa, como é costume dos espíritos
imundos. Muitas pessoas daquela cidade, homens e mulheres, foram rogar a São
Francisco por aquela infeliz, porque já fazia muito tempo que o espírito
maligno perturbava a ela com os seus tormentos e a todos com os seus uivos. O
santo pai enviou-lhes então um frade que estava com ele, para provar se era mesmo
um demônio ou era fingimento da mulher. Quando o viu, ela começou a rir dele,
sabendo que não era absolutamente São Francisco. O pai santo estava orando lá
dentro e, quando terminou a oração, saiu. A mulher começou a tremer e a se
virar pelo chão, sem suportar sua virtude. Chamando-a, São Francisco disse:
"Ordeno-te em virtude da obediência, espírito imundo, sai dela". Ele
a deixou imediatamente, sem lesão alguma, retirando-se muito indignado.
Demos graças a Deus todo-poderoso, que é o
autor de todas as coisas, sempre. Mas a nossa intenção não é contar os seus
milagres, que só mostram a santidade, mas não a constituem. Vamos deixar de
lado essas coisas, que seriam mesmo demasiadas, e retomar as obras da salvação
eterna, falando da excelência de sua vida e da maneira sincera com que se
entregou a Deus.
CAPÍTULO
27. Clareza e firmeza do pensamento de São Francisco. Pregação diante do Senhor
Papa Honório Confia a si mesmo e a seus frades nas mãos de Hugolino, bispo de Ostia
71. O varão de Deus, Francisco, tinha aprendido a
buscar não os seus interesses, mas o que lhe parecesse servir melhor à salvação
dos outros. Acima de tudo, porém, desejava aniquilar-se para estar com Cristo.
Por isso, seu esforço maior era manter-se livre de todas as coisas que estão no
mundo, para que seu pensamento não tivesse a serenidade perturbada por uma hora
sequer de contágio com essa poeira. Tornou-se insensível a todo ruído exterior
e se empenhou com todas as forças a dominar os sentidos e coibir as paixões,
entregando-se unicamente a Deus. Tinha "sua morada nas fendas das rochas e
nas concavidades dos penhascos". Com verdadeira devoção, recolhia-se em
casas abandonadas e, esvaziado de si mesmo, residia permanentemente nas chagas
do Salvador. Procurava frequentemente os lugares desertos para poder dirigir-se
de toda alma a Deus, mas quando o tempo lhe parecia oportuno não tinha preguiça
de se pôr em atividade e de cuidar com boa vontade da salvação do próximo. Seu
porto seguro era a oração, que não era curta, nem vazia ou presunçosa, mas
demorada, cheia de devoção e tranquila na humildade. Se começava à tarde, mal a
podia acabar pela manhã. Andando, sentado, comendo ou bebendo, estava entregue
à oração. Gostava de passar a noite orando sozinho em igrejas abandonadas e
construídas em lugares desertos, onde, com a proteção da graça de Deus, venceu
muitos temores e muitas angústias.
72. Lutava corpo a corpo com o demônio, porque
nesses lugares não só o tentava interiormente, mas também procurava desanimá-lo
com abalos e estardalhaços exteriores. Mas o valente soldado de Cristo sabia
que o seu Senhor tinha todo o poder, e não cedia às amedrontações, dizendo em
seu coração: "Malvado, as armas da tua malícia não me podem ferir mais
aqui do que se estivéssemos em público, na frente de todo mundo".
Na verdade, ele era muito constante e só queria
fazer o que era de Deus. Pregando frequentemente a palavra de Deus a milhares
de pessoas, tinha tanta segurança como se estivesse conversando com um
companheiro. Olhava a maior das multidões como se fosse uma só pessoa e falava
a cada pessoa com todo o fervor como se fosse uma multidão. A segurança que
tinha para falar era resultado de sua pureza de coração, pois, mesmo sem se
preparar, falava coisas admiráveis, que ninguém jamais tinha ouvido. Se, diante
do povo reunido, não se lembrava do que tinha preparado e não sabia falar de
outra coisa, confessava candidamente que tinha preparado muitas coisas e não
estava conseguindo lembrar nada. De repente, enchia-se de tanta eloquência que
deixava admirados os ouvintes.
Mas houve
ocasiões em que não conseguiu dizer nada, deu a bênção e, só com isso, despediu
o povo com a melhor das pregações.
73. Uma vez teve que ir a Roma por causa da Ordem e
sentiu muita vontade de falar diante do Papa Honório e dos veneráveis cardeais.
Sabendo disso, Dom Hugolino, o glorioso bispo de Óstia, que tinha uma especial
amizade pelo santo de Deus, ficou cheio de temor e de alegria, porque admirava
o fervor do santo, mas também sabia como era simples. Apesar disso, confiando
na misericórdia do Todo poderoso, que no tempo da necessidade nunca falta aos
que o veneram com piedade, apresentou-o ao Papa e aos eminentíssimos cardeais. Diante
dos importantes príncipes, o santo pediu a licença e a bênção e começou a falar
com toda a intrepidez. Falava com tanta animação que, não se podendo conter de
alegria, dizia as palavras com a boca e movia os pés como se estivesse
dançando, não com malícia, mas ardendo no fogo do amor de Deus: por isso não
provocou risadas, mas arrancou o pranto da dor. De fato, admirados pela graça
de Deus e a segurança desse homem, muitos deles ficaram compungidos de coração.
Entretanto, receoso, o venerável bispo de Ostia orava fervorosamente ao Senhor
para que a simplicidade do santo homem não fosse desprezada, porque isso
resultaria em desonra para ele, que tinha sido constituído pai de sua família.
74. Porque São Francisco se ligara a ele como um
filho ao pai e como um filho único à sua mãe, achando que em seus braços podia descansar
e dormir tranquilo. Ele assumira e exercia o cargo de pastor, e deixava o
título para o santo. O bem-aventurado pai cuidava do que era necessário, mas o
hábil senhor fazia com que tudo fosse realizado. Quantas pessoas, especialmente
no princípio, tentaram acabar com a implantação da Ordem! Quantos procuraram sufocar
a vinha escolhida que a mão do Senhor tinha plantado havia pouco neste mundo!
Quantos tentaram roubar e consumir seus primeiros e melhores frutos! Mas todos
foram vencidos e desbaratados pelo eminentíssimo cardeal. Ele era um verdadeiro
rio de eloquência, bastião da Igreja, defensor da verdade e protetor dos humildes.
Bendito e memorável o dia em que o santo se confiou a tão venerável senhor.
Numa das muitas vezes em que o cardeal foi mandado
como legado da Sé Apostólica à Toscana, São Francisco, que ainda não tinha muitos
frades e queria ir à França, passou por Florença, onde morava nesse tempo o
referido bispo. Ainda não estavam unidos por especial amizade, mas a fama de
uma vida santa tinha unido os dois em mútuo afeto.
75. Como era costume de São Francisco visitar os
bispos e padres logo que chegava a alguma cidade ou região, quando soube da presença
de um bispo tão importante, apresentou-se com a maior reverência. O bispo o
recebeu com muita devoção, como fazia sempre com todos os que pretendiam viver
a vida religiosa e principalmente com os que levavam o estandarte da santa
pobreza e humildade. Como era solícito em ajudar as necessidades dos pobres e
se interessava pessoalmente por seus problemas, quis saber atenciosamente os
motivos da visita do santo e escutou com muita bondade as seus projetos. Ao
vê-lo desprendido como ninguém dos bens terrenos e tão abrasado no fogo que
Jesus trouxe ao mundo, seu coração se juntou desde esse momento ao coração
dele, pediu-lhe orações com devoção e lhe ofereceu com prazer sua proteção. Aconselhou-o
por isso a desistir da viagem para cuidar de guardar aqueles que o Senhor lhe
confiara, com vigilante solicitude. Quando viu toda essa generosidade, bondade
e decisão em tão ilustre personagem, São Francisco teve uma alegria enorme,
lançou-se a seus pés e lhe confiou devotamente sua própria pessoa e os seus
frades.
CAPÍTULO 28.
Caridade e compaixão para com os pobres. O que fez por uma ovelha e uns
cordeirinhos.
76.
Pai dos pobres, o pobre Francisco queria viver em tudo como um pobre; sofria ao
encontrar quem fosse mais pobre do que ele, não por vanglória, mas por íntima
compaixão. Não tinha mais do que uma túnica pobre e áspera, mas muitas vezes
quis dividi-la com algum necessitado.
Movido
de enorme piedade, no tempo de maior frio, esse pobre riquíssimo pedia aos
ricos deste mundo que lhe emprestassem mantos ou peles para poder ajudar os
pobres em todas as partes. E como eles o atendiam com devoção e com maior boa
vontade do que a do santo pai aos lhes pedir, ele dizia: "Eu recebo isto
com a condição de vocês não ficarem esperando devolução". E logo que encontrava
um pobre ia todo alegre cobri-lo com o que tivesse recebido.
Doía-lhe
muito ver algum pobre sendo ofendido, ou ouvir alguém dizendo palavras de
maldição para qualquer outra criatura. Aconteceu que um irmão disse uma palavra
má a um pobre que pedia esmolas, pois lhe falou: "Veja lá que você não
seja um rico que está se fingindo de pobre". Ouvindo isso, o pai dos
pobres, São Francisco, teve uma dor muito grande e repreendeu o frade com dureza.
Mandou que se despisse diante do pobre, beijasse os pés dele e lhe pedisse
desculpas. Costumava dizer: "Quem amaldiçoa um pobre injuria o próprio
Cristo, de quem é sinal, pois ele se fez pobre por nós neste mundo". Por
isso era frequente que, ao ver algum pobre carregando lenha ou outra carga,
ajudasse com seus próprios ombros, tão fracos.
77.
Tinha tanta caridade que seu coração se comovia não só com as pessoas que
passavam necessidade, mas também com os animais sem fala nem razão, os répteis,
os pássaros e as outras criaturas sensíveis e insensíveis. Mas, entre todos os
animais, tinha uma predileção pelos cordeirinhos, porque a humildade de Nosso
Senhor Jesus Cristo foi comparada muitas vezes na Bíblia à do cordeiro, e com
muito acerto. Gostava de ver e de tratar com carinho todas as criaturas,
principalmente aquelas em que podia descobrir alguma semelhança alegórica com o
Filho de Deus.
Numa
ocasião em que viajava pela Marca de Ancona e tinha pregado a palavra de Deus
nessa cidade, dirigiu-se a O'simo com o senhor Paulo, a quem tinha constituído
ministro de todos os frades naquela província. Encontrou no campo um pastor
apascentando um rebanho de cabras e bodes. No meio das cabras e dos bodes havia
uma ovelhinha, a andar humildemente pastando sossegada. Vendo-a, São Francisco
estacou e, com o coração tocado por uma dor interior, deu um suspiro alto e
disse ao irmão que o acompanhava: "Não estás vendo essa ovelha mansa no
meio das cabras e bodes”? Era desse jeito que Nosso Senhor Jesus Cristo andava,
manso e humilde, no meio dos fariseus e dos príncipes dos sacerdotes. Por isso
eu te peço por caridade, meu filho, que te compadeças dessa ovelhinha comigo, e
a compres, para podermos tirá-la do meio dessas cabras e bodes.
78.
Admirando sua dor, Frei Paulo também ficou com pena, mas não sabiam como fazer
para pagar, porque não tinham nada além das pobres túnicas que vestiam. Nisso,
passou um negociante e lhes ofereceu o preço que queriam. Deram graças a Deus,
receberam a ovelha e chegaram a Ósimo, onde se apresentaram ao bispo da cidade.
Este os recebeu com muita devoção e ficou muito admirado com a ovelha que o
santo levava e com o carinho que lhe demonstrava. Mas o servo de Cristo
inventou uma longa parábola sobre a ovelha, e o bispo, com o coração tocado
pela sua simplicidade, deu graças a Deus. No dia seguinte, saiu da cidade.
Pensando no que devia fazer com a ovelha, seguiu o conselho de seu companheiro
e irmão e a confiou à guarda de um convento de irmãs em São Severino. As
veneráveis servas de Cristo receberam a ovelha como um grande presente de Deus.
Cuidaram dela por muito tempo e com sua lã fizeram uma túnica que mandaram
levar ao pai São Francisco em Santa Maria da Porciúncula, por ocasião de um
capítulo. O santo a recebeu com muita reverência e alegria, beijou-a e convidou
todos os presentes a se alegrarem com ele.
79.
Numa outra vez em que passou pela Marca, seguido alegremente pelo mesmo
companheiro, encontrou um homem que levava para uma feira dois cordeirinhos
amarrados e presos ao seu ombro. Ao ouvi-los balir, São Francisco se comoveu,
aproximou-se e demonstrou sua compaixão, acariciando-os como uma mãe com o filho
que chora. E disse ao homem: - "Por que estás maltratando desse jeito os
meus irmãozinhos, assim amarrados e pendurados?" - "Vou levá-los para
vender na feira, porque preciso do dinheiro". - "E o que vai
acontecer com eles depois?" - "Quem comprar vai matá-los e
comer". - "De jeito nenhum, isso não vai acontecer. Leva como pagamento
a minha capa e me dá os cordeiros". O homem entregou os animaizinhos com
muita alegria e recebeu a capa, que valia muito mais e que o santo tinha
recebido emprestada de um homem piedoso naquele mesmo dia, para se defender do
frio. O santo, quando recebeu os cordeirinhos, ficou pensando o que fazer com
eles. Seguindo o conselho do irmão que o acompanhava, devolveu-os ao mesmo
homem para cuidar deles, mandando-lhe que nunca os vendesse nem lhes fizesse
mal algum, mas que os conservasse, alimentasse e tratasse com carinho.
CAPÍTULO 29. Seu
amor pelo Criador em todas as criaturas. Descrição de sua personalidade e de
seu aspecto exterior.
80.
Seria muito longo e praticamente impossível enumerar e descrever tudo que o
glorioso pai São Francisco fez e ensinou durante a sua vida. Como contar o
afeto que tinha para com todas as coisas de Deus? Quem seria capaz de mostrar a
doçura que sentia quando contemplava nas criaturas a sabedoria, o poder e a
bondade do Criador? Ao ver o sol, a lua, as estrelas e o firmamento, enchia-se muitas
vezes de alegria admirável e inaudita. Piedade simples, simplicidade piedosa!
Tinha
um amor enorme até pelos vermes, por ter lido sobre o Salvador: Sou um verme e
não um homem. Recolhia-os por isso no caminho e os colocava em lugar seguro,
para não serem pisados pelos que passavam. Que poderei dizer mais sobre as
outras criaturas inferiores, se até para as abelhas, para que não desfalecessem
no rigor do frio, fazia dar mel ou um vinho de primeira? A operosidade e o
engenho das abelhas exaltavam-no a tão grande louvor de Deus que muitas vezes
passou o dia louvando a elas e às outras criaturas.
Como
os três jovens de antigamente, colocados na fornalha em brasa, sentiram-se
convidados por todos os elementos para louvar e glorificar o Criador de todas
as coisas, também este homem, cheio do espírito de Deus, não cessava de
glorificar, louvar e bendizer o
Criador
e Conservador do universo por meio de todos os elementos e criaturas.
81.
Que alegria a sua diante das flores, ao admirar-lhes a delicada forma ou
aspirar o suave perfume! Passava imediatamente a pensar na beleza daquela flor
que brotou da raiz de Jessé no tempo esplendoroso da primavera e com seu
perfume ressuscitou milhares de mortos. Quando encontrava muitas flores juntas,
pregava para elas e as convidava a louvar o Senhor como se fossem racionais. Da
mesma maneira, convidava com muita simplicidade os trigais e as vinhas, as
pedras, os bosques e tudo que há de bonito nos campos, as nascentes e tudo que
há de verde nos jardins, a terra e o fogo, o ar e o vento, para que tivessem
muito amor e louvassem generosamente ao Senhor.
Afinal,
chamava todas as criaturas de irmãs, intuindo seus segredos de maneira
especial, por ninguém experimentada, porque na verdade parecia já estar gozando
a liberdade gloriosa dos filhos de Deus. Na certa, ó bom Jesus, ele que na
terra cantava o vosso amor a todas as criaturas, estará agora a louvar-vos nos
céus com os anjos porque sois admirável.
82.
É impossível compreender quanto se comovia quando pronunciava vosso nome,
Senhor santo! Parecia um outro homem, um homem de outro mundo, todo cheio de
júbilo e do mais puro prazer. Por isso, onde quer que encontrasse algum
escrito, de coisas divinas ou humanas, na rua, em casa ou no chão, recolhia-o com
todo o respeito e o colocava em algum lugar sagrado ou decente, pensando que
poderia referir-se ao Senhor ou conter seu santo nome.
Um
dia, um frade lhe perguntou por que recolhia com igual apreço os escritos dos
pagãos, onde não estava o nome do Senhor, e ele respondeu: "Meu filho,
contêm as letras com que se escreve o gloriosíssimo nome do Senhor. O que há de
bom neles não pertence aos pagãos nem a ninguém em particular, mas somente a
Deus, 'de quem são todos os bens'". Outra coisa admirável é que, quando mandava
escrever alguma carta de cumprimentos ou conselhos, não permitia que se
apagasse alguma letra ou sílaba, mesmo que fosse supérflua ou errada.
83.
Como era bonito, atraente e de aspecto glorioso na inocência de sua vida, na
simplicidade das palavras, na pureza do coração, no amor de Deus, na caridade
fraterna, na obediência ardorosa, no trato afetuoso, no aspecto angelical!
Tinha maneiras finas, era sereno por natureza e de trato amável, muito oportuno
quando dava conselhos, sempre fiel em suas obrigações, prudente no julgar,
eficaz no agir e em tudo cheio de elegância. Sereno na inteligência, delicado,
sóbrio, contemplativo, constante na oração e fervoroso em todas as coisas.
Firme
nas resoluções, equilibrado, perseverante e sempre o mesmo. Rápido para perdoar
e demorado para se irar, tinha a inteligência pronta, uma memória luminosa, era
sutil ao falar, sério em suas opções e sempre simples. Era rigoroso consigo
mesmo, paciente com os outros, discreto com todos. Muito eloquente, tinha o
rosto alegre e o aspecto bondoso, era diligente e incapaz de ser arrogante.
Era
de estatura um pouco abaixo da média, cabeça proporcionada e redonda, rosto um
tanto longo e fino, testa plana e curta, olhos nem grandes nem pequenos, negros
e límpidos, cabelos castanhos, pestanas retas, nariz proporcional, delgado e
reto, orelhas levantadas mas pequenas, têmporas achatadas, língua pacificadora,
ardente e penetrante, voz forte, doce, clara e sonora, dentes unidos, alinhados
e brancos, lábios pequenos e delgados, barba preta e um tanto rala, pescoço esguio,
ombros retos, braços curtos, mãos delicadas, dedos longos, unhas compridas,
pernas delgadas, pés pequenos, pele fina, enxuto de carnes.
Vestia-se
rudemente, dormia pouco e era muito generoso. E como era muito humilde,
mostrava toda a mansidão para com todas as pessoas, adaptando-se a todos com
facilidade. Embora fosse o mais santo de todos, sabia estar entre os pecadores
como se fosse um deles.
O que você deseja destacar neste texto?
Como este texto pode servir para sua
espiritualidade cristã?
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