segunda-feira, 20 de agosto de 2018

61 - Teófilo de Antioquia (†181) Terceiro Livro a Autólico (Capítulo 24 - 27 )



61
Estudo sobre os Pais da Igreja: Vida e Obra
Teófilo de Antioquia (†181)
Terceiro Livro a Autólico (Capítulo 24 - 27 )


Capítulo XXIV – Cronologia do Mundo (cont.)
Adão, até ter o seu primeiro filho, viveu duzentos e trinta anos; seu filho Set viveu duzentos e cinco anos. Enós, filho deste, viveu cento e noventa anos; Cainã, filho deste, cento e setenta; Malaleel, filho deste, cento e sessenta e cinco; Jareta, filho deste, cento e sessenta e dois; Henoc, filho deste, cento e sessenta e cinco; Matusala, filho deste, cento e sessenta e sete; Lamec, filho deste, cento e oitenta e oito; este gerou o já mencionado Noé, que, com quinhentos anos, gerou Sem. No seu tempo, quando tinha seiscentos anos, aconteceu o dilúvio. Portanto, o total de anos até o dilúvio é de dois mil, duzentos e quarenta e dois anos. Logo depois do dilúvio, Sem, com cem anos, gerou Arfaxad. Com cento e trinta e cinco anos, Arfaxad gerou Sala. Aos cento e trinta anos, Sala teve o filho Héber, e este por sua vez gerou aos cento e trinta e quatro anos. Da descendência dele veio a denominação de hebreus. Seu filho Faleg foi pai aos cento e trinta anos. Ragã, filho deste, foi pai aos cento e trinta e dois anos; Nacor, filho deste, foi pai aos setenta e cinco; Tarra, filho deste, foi pai aos setenta; Abraão, filho deste, foi o nosso patriarca e gerou Isaac aos cem anos. Antes de ter filhos, Isaac viveu sessenta anos e gerou Jacó. Jacó viveu cento e trinta anos, até a emigração para o Egito, antes mencionada, e a permanência dos hebreus no Egito durou quatrocentos e trinta anos. E depois de sair da terra do Egito, passaram quarenta anos no deserto. Portanto, o total de anos é de três mil novecentos e trinta e oito. Depois que Moisés morreu, sucedeu-lhe no comando Josué, filho de Nave, que os chefiou durante vinte e sete anos. Depois de Josué, o povo transgrediu os mandamentos de Deus e ficou submetido por oito anos ao rei da Mesopotâmia, chamado Cusaraton. Depois o povo se arrependeu e teve juízes: Gotonoel, durante quarenta anos; Eglon durante dezoito; Aot durante oito. Depois, por causa de seus pecados, foram durante vinte anos dominados pelos estrangeiros. Em seguida, Débora os julgou durante quarenta anos. Depois os madianitas os dominaram por sete anos. Gedeão os julgou quarenta; Abimelec três; Tola vinte e três; Jair vinte e dois. Depois os filisteus e os amonitas os dominaram durante dezoito anos. Depois Jefté os julgou por seis anos, Esbon sete, Ailon dez, Abdon oito anos. Depois os estrangeiros os dominaram por quarenta anos. Depois Sansão os julgou vinte anos e, em seguida, tiveram paz durante quarenta anos. Depois Samera os julgou um ano, Heli vinte e Samuel doze anos.

Capítulo XXV – Cronologia do Mundo (cont.)
Depois dos juízes, houve reis entre eles. O primeiro deles foi Saul, que reinou vinte anos; depois Davi, nosso antepassado, que reinou quarenta anos. Portanto, o total de anos até Davi é de quatrocentos e noventa e oito. Depois desses, reinou Salomão durante quarenta anos, que foi o primeiro a construir o templo de Jerusalém, conforme o desígnio de Deus. Depois dele, Roboão reinou dezessete anos; depois deste, Abias sete; depois deste, Asa quarenta; depois deste, Josafá vinte e cinco; depois deste, Jorão oito; depois deste, Ocozias um; depois deste, Gotolia seis; depois deste, Joás quarenta; depois deste, Amasis trinta e nove; depois deste, Ozias cinqüenta e dois; depois deste, Manassés cinqüenta e cinco; depois deste, Amós dois; depois deste, Josias trinta e um; depois deste, Ocas três meses; depois deste, Joaquim onze anos; depois deste, outro Joaquim três meses e dez dias; depois deste, Sedecias onze anos. Depois dos reis, como o povo continuava em seus pecados e não se convertia, segundo o profeta Jeremias, subiu até a Judéia um rei da Babilônia, chamado Nabucodonosor, levou o povo judeu para a Babilônia e destruiu o templo edificado por Salomão. O povo permaneceu setenta anos no exílio da Babilônia. Portanto o total de anos até o estabelecimento na Babilônia é de quatro mil, novecentos e cinqüenta e quatro anos. Contudo, do mesmo modo como Deus, através do profeta Jeremias, predissera que o povo viveria exilado na Babilônia, também anunciou de antemão que voltariam para a sua terra depois de setenta anos. Cumpridos os setenta anos, veio Ciro, rei dos persas, que, conforme a profecia de Jeremias, no segundo ano de seu reinado, emanou por escrito um decreto, pelo qual todos os judeus existentes em seu reino voltariam para seu país e reedificariam a Deus o templo destruído pelo mencionado rei da Babilônia. Além disso, por disposição de Deus, Ciro ordenou a seus próprios guardas Sabessaro e Mitrídates para que os utensílios tomados por Nabucodonosor do templo da Judéia fossem devolvidos e recolocados no templo. Assim, no segundo ano de Dano, cumpriram-se os setenta anos preditos por Jeremias.

Capítulo XXVI – Transcendência da história sagrada
Pode-se ver, assim, como nossos livros sagrados são mais antigos e mais verdadeiros que os dos historiadores gregos, egípcios ou de outros. Na verdade, Heródoto, Tucídides e os outros historiadores costumam iniciar seus relatos mais ou menos nos reinados de Ciro e Dano, por não poderem dizer nada de exato sobre épocas anteriores. O que é que disseram de grande, se apenas nos falaram de Dano e Ciro, reis bárbaros; entre os gregos, de Sópiro e Hípias; das guerras de atenienses e lacedemônios; das façanhas de Xerxes e Pausânias, que quase morre de fome no templo de Atenas; de Temístocles e da guerra do Peloponeso; de Alcebíades e Trasíbulo? Não nos interessa assunto de muitas palavras, mas esclarecer a quantidade de tempo passado desde a constituição do mundo, convencendo da inanidade e charlatanice os historiadores, pois não se trata, como disse Platão, de duas miríades de miríades de anos desde o dilúvio até seu tempo, nem de quinze miríades, trezentos e setenta e cinco anos, como dissemos que afirma o egípcio Apolônio. O mundo também não é incriado, nem o acaso rege tudo, como sonharam Pitágoras e outros, mas é criado e governado pela providência de Deus, que o criou. Com isso se esclarece o conjunto do tempo e os anos, para aqueles que querem obedecer à verdade. Entretanto, para que não pareça que chegamos apenas até Ciro e descuidamos das épocas posteriores, porque não podíamos completar a nossa demonstração, com a ajuda de Deus procurarei ordenar também, no que for possível, a cronologia das épocas seguintes.

Capítulo XXVII – História contemporânea
Ciro reinou trinta e oito anos e foi morto por Tomíris na Massagétia, durante a sexagésima segunda Olimpíada. A partir dai, os romanos se engrandeceram, com a força de Deus. Roma tinha sido fundada por Rômulo, que se conta ter sido filho de Marte e Ilia, na sétima Olimpíada, dezessete dias antes das calendas de maio, quando então o ano era contado em dez meses. Morto Ciro, como dissemos, na sexagésima segunda Olimpíada, o tempo desde a fundação de Roma corresponde a duzentos e vinte anos, quando Tarqüínio, o Soberbo, comandava os romanos. Este foi o primeiro que desterrou alguns romanos, corrompeu os jovens e deu direitos de cidadania a eunucos; ele chegou até a violar virgens para depois dá-las em casamento. Por isso, ele foi chamado em latim de “Soberbo”, que significa “Arrogante”. Foi o primeiro a decretar que aqueles que o saudassem fossem saudados por outro. Reinou vinte e cinco anos. Depois dele, assumiram o poder cônsules anuais, tribunos e edis durante quatrocentos e cinqüenta e três anos, cujos nomes são muitos e seria supérfluo enumerá-los. Quem quiser saber, os encontrará nas listas feitas por Crísero, o nomenclador, que foi liberto de M. Aurélio Vero. Ele anotou tudo detalhadamente, nomes e datas, desde a fundação de Roma até a morte do seu patrono, o imperador Vero. Portanto, durante quatrocentos e cinqüenta e três anos, magistrados anuais governaram os romanos, como já dissemos. Depois vieram os chamados imperadores: o primeiro, Caio Júlio, que reinou três anos, quatro meses e seis dias; depois Augusto, cinquenta e seis anos, quatro meses e um dia; Tibério, vinte e dois anos; outro Caio, três anos, oito meses e sete dias; Cláudio, treze anos, oito meses e vinte e quatro dias; Nero, treze anos, seis meses e vinte e oito dias; Galba, sete meses e sete dias; Otão, três meses e cinco dias; Vitélio, seis meses e vinte e dois dias; Domiciano, quinze anos, dez meses e vinte e oito dias; Nerva, um ano, quatro meses e dez dias; Trajano, dezenove anos, seis meses e dezesseis dias; Adriano, vinte anos, dez meses e vinte e oito dias; Antonino, vinte e dois anos, sete meses e seis dias; Vero, dezenove anos e dez dias. Assim, os anos dos Césares até a morte do imperador Vero são duzentos e vinte e cinco. Desde a morte de Ciro e do reinado em Roma de Tarquínio, o Soberbo, até a morte do imperador Vero, do qual falamos antes, o total de anos é de setecentos e quarenta e quatro.

O que você deseja destacar neste texto?
Como este encontro serviu para sua espiritualidade?

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