Cronologia de Cipriano de Cartago (210-258)

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210 - Nasceu Táscio Cecílio Cipriano, de
uma família pagã, abastada e com membros no governo municipal, provavelmente em
Cartago (nas proximidades da atual Túnis, Tunísia), capital da África
Proconsular. Era um honestior (nobre), talvez pertencente, como mínimo, à ordem
dos équites (cavaleiros). Sabe-se que foi educado em Cartago. Teve sólida
formação em latim, grego, direito, retórica.
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246 - Era mestre de oratória quando, por
intermédio do presbítero Ceciliano, chegou à fé cristã. Convertido, doa parte
de suas propriedades para os pobres e parte põe à disposição da Igreja.
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248/249 - é ordenado presbítero e, logo após,
torna-se bispo da sua cidade natal. A Sé metropolitana de Cartago tinha grande
importância. Seu bispo exercia certo primado sobre o episcopado e toda a África
latina. A cidade, um dos principais centros do Império Romano e um dos maiores
portos do Mediterrâneo, não perdia em nada para as outras duas metrópoles do
Império, Roma e Alexandria.
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250 - Por ocasião da perseguição de Décio,
quando foram confiscados os bens que tinha posto a serviço da Igreja, Cipriano
achou preferível retirar-se de sua sede antes mesmo que o Edito fosse publicado.
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251 – Cipriano retorna a Cartago. O fim da
perseguição, naquela primavera, porém, não tornou a administração de Cipriano
mais fácil, pois deveria voltar a afrontar a questão disciplinar – que surgira
um ano antes e dividia sua comunidade – da readmissão dos lapsi, daqueles que,
durante a perseguição, tinham apostatado.
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252-254 - Uma peste assola o Império e deixa
sua região em estado de calamidade material e moral.
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253 – Edito de Treboniano Galo (251-253), determinando
que a população fizesse sacrifícios, provavelmente ao deus Apolo, de quem
esperava socorro para a situação, houve quem quisesse que Cipriano fosse jogado
aos leões.
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254-256 - Cipriano enfrenta a polêmica, em
oposição a Estêvão de Roma, sobre o batismo administrado por hereges e
cismáticos.
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257 - A controvérsia entre ambos foi interrompida
por outra perseguição, a do imperador Valeriano (253-260), iniciada em agosto
de 257. Valeriano, temendo a cristianização do império, golpeou diretamente a
instituição: deixando de lado os leigos, bispos e presbíteros seriam exilados,
vigiados e proibidos de presidir qualquer cerimônia; quem desobedecesse seria
executado.
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257 - No dia 30 de agosto, Cipriano,
tendo-se recusado a “reconhecer as práticas romanas” isto é, a admitir que tais
práticas fossem úteis para a salvação do Império, foi exilado em Cúrubis (atual
Korba, Tunísia). Nesse período, prepara textos que animem sua comunidade a
perseverar na fé, a não desfalecer diante do martírio.
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258 - Em agosto, Valeriano emite um novo
decreto, desta vez determinando a proibição do uso dos edifícios de culto – que
poderiam ser confiscados –, o confisco dos bens de leigos ilustres,
particularmente do senado e da corte, e seu exílio – com sua subsequente
execução, se insistissem em professar a fé cristã – e a execução de todos os
bispos, presbíteros e diáconos. Informado da decisão imperial, Cipriano
esconde-se novamente. Desta vez, porém, ele o faz de modo a ser encontrado,
pois pretendia que o procônsul o julgasse em Cartago, sua cidade, e não em
outro lugar.
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258 - Em 14 de setembro, tendo sido
processado, Cipriano, decapitado no campo de um homem chamado Sexto, recebe a
graça do martírio, tornando-se o primeiro bispo africano mártir.
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