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Hilário
de Poitiers (315-368)
O Tratado da Santíssima Trindade
Livro
Sexto (Capítulos 13-23)
Divisão do Tratado
O Tratado está dividido em 12 livros.
O
livro I começa autobiografia. Refere-se às heresias e apresenta um plano geral
do trabalho.
O
livro II é um resumo da doutrina da Trindade.
O
livro III trata do mistério da distinção e unidade do Pai e do Filho.
No
livro IV o autor apresenta a carta de Ário a Alexandre de Alexandria e
demonstra a divindade de Filho a partir de citações tiradas do Antigo
Testamento.
O
livro V também cita o Antigo Testamento para demonstrar a divindade do Filho,
que não é um outro Deus ao lado do Pai.
O
livro VI refere-se novamente à carta de Ário e argumenta a partir do Novo
Testamento.
1. Quanta astúcia herética e que profissão de fé cheia de ardis foi
essa: Nem também aquele que existia antes nasceu depois e foi recriado como
Filho.
2. Deus, que nasceu de Deus, certamente não nasceu do nada, nem do
que não existia, mas teve, por seu nascimento, a natureza viva. Não é o mesmo
Deus que existia, mas nasceu, como Deus, do Deus que existia, e o que nasceu
teve a natureza daquele que é seu princípio, pelo fato de nascer.
3. Se falamos por nós mesmos, somos insolentes, mas, se ensinamos o
que fomos instruídos por Deus para dizer, devemos afirmar o nascimento de Deus
segundo a doutrina de Deus.
4.
O furor herético procura
eliminar a unidade de natureza no Pai e no Filho e o mistério inefável do
nascimento.
5.
Afirma que o que existia
antes também não nasceu e depois foi recriado como Filho.
6.
Quem será tão estulto a
ponto de pensar que o Pai deixou de ser Ele mesmo e que o mesmo que existia
antes nasceu depois, criado novamente como Filho, ou que se deu um
aniquilamento de Deus, dando a origem ao nascimento, quando, ao contrário, o
nascimento garante que o que gerou continua existindo?
7.
Quem será tão insensato a
ponto de pensar que o Filho recebeu a existência de outro modo senão pelo
nascimento? Ou quem é tão tolo a ponto de atrever-se a afirmar que Deus, em
algum momento, não existiu, porque nasceu como Deus?
8.
Não nasceu Aquele que
existia como Deus, mas nasceu Deus daquele que permanecia como Deus e tem em si
a natureza do que o gerou, pelo seu nascimento nesta natureza.
9.
O Filho de Deus, que
recebeu de Deus o seu ser, para ser Deus, não possui aquilo que antes não
existia. Na realidade do seu nascimento recebeu os atributos que existem em
Deus.
10. Não nasceu o que já existia, mas o Deus que nasceu recebeu o ser
daquilo e naquilo que Deus tinha.
11. Todo o discurso anterior do erro herético preparou o caminho para
o seu ímpio ensinamento.
12. Para negar o Deus Unigênito, como se antes já tivesse estabelecido
o fundamento desta verdade, afirma que nasceu do nada, não de Deus. Diz que a
causa do seu nascimento é a vontade criadora de Deus, a partir do que não
existia.
Capítulo 14.
13. Finalmente, depois de muito falar, como quem entra num caminho
aberto por si mesmo, termina dizendo: O Filho saiu do Pai fora do tempo,
criado e constituído antes dos séculos; não existia antes de nascer.
14. Pensa que a palavra herética se adaptou, por uma parte, à
necessidade de confirmar sua impiedade e, por outra parte, à exigência de defender-se
da acusação de calúnia, quando isso se tornasse necessário, dizendo: Não existia
antes de nascer.
15. Afirmando que não existia antes de nascer, pretende negar que tenha
a natureza que corresponde à sua origem divina e, ao mesmo tempo, dizer que Aquele
que não se considerava como existente antes de nascer começou a existir a
partir do nada.
16. Além disso, ao afirmar que esta proposição era contrária à fé, os
hereges se defendem prontamente, dizendo que quem já existia não podia nascer e
que o que já existia antes não precisava nascer para existir, visto que o
nascimento faz existir o que nasce.
17. Ó estulto e ímpio! Quem pode esperar que nasça o que existe sem
nascimento? Como se pode pensar que nasce o que existe, quando o nascimento significa
vir à existência?
18. Procuras dolosamente negar
o nascimento do Filho de Deus, do Deus Pai, dizendo: Não existia antes de
nascer e queres negar que Deus, do qual nasceu o Filho de Deus, existia?
19. Queres negar que existia a natureza de Deus da qual Deus Filho
recebe o ser pelo nascimento? Se nasceu de Deus, deve-se confessar a natureza
que permanece, da qual Deus Filho subsiste pelo nascimento, não porque se pense
que nasce o Deus que existia, mas porque o Filho de Deus nasceu de Deus que
existia.
Capítulo 15.
20. O ímpeto herético não contém a sua ímpia exaltação e, ao dizer: não
existia antes de nascer, esforça-se por provar que nasceu do que não
existia, ou seja, que não nasceu de Deus Pai, por um perfeito e
verdadeiro nascimento, para ser Deus Filho.
21. Concluindo a exposição, irrompe no mais extremo e irreligioso
furor, dizendo: já que as palavras dele, (Rm 11,36) do seio (Sl
109,3) e saí do Pai e vim (Jo 16,28) se entendem como se fosse parte
de sua única substância, ou como uma prolação que se estende, o Pai, segundo
eles, seria composto, divisível, mutável, e corpóreo, e, segundo suas mesmas
palavras, o Deus incorpóreo suportaria as consequências de sua corporeidade.
22. Defender a verdade da fé contra a falsidade da heresia seria uma
tarefa muito difícil, se ela fosse tão prudente quanto audaciosa. Felizmente o
desejo da impiedade procede da falta de prudência.
23. Por isso, embora seja fácil responder à insensatez, é difícil que
os insensatos se corrijam.
24. Em primeiro lugar porque a compreensão exata das coisas não é
procurada, depois porque não se aceita a explicação dada por quem entende.
25. Mas se alguns estão errados por causa do temor de Deus e da
ignorância da inteligência e não pelo desejo da impiedade e a insensatez do
pensamento, espero que estejam inclinados à emenda, pois a demonstração da
verdade provará a insensatez da heresia.
Capítulo 16.
26. Dissestes, ó estultos, e dizeis ainda hoje que não sabeis o que
significa em Deus dele, do seio e saí do Pai e vim.
27. Pergunto se tudo isso foi dito por Deus ou não. Foi dito, com
certeza. Como foi dito por Deus, a respeito de si mesmo, é necessário que não
se entenda nada diferente do que foi dito.
28. Trataremos destas palavras no seu devido lugar, depois de indicar
o sentido de cada uma delas. Enquanto isso, pergunto o que se deve pensar
quando se diz dele.
29. Acaso entenderás que procede de outro ou do nada, ou que se trata
dele mesmo? Não vem de outro porque é dele, isto é, não procede de
outro, senão de Deus. Não vem do nada porque vem dele, o que demonstra a
natureza da qual vem o nascimento. Não é o mesmo, pois onde está escrito dele,
o nascimento do Filho é referido ao Pai.
30. Quando, em seguida, se diz do seio, pergunto se é possível
acreditar que tenha nascido do nada, quando a verdade do nascimento é demonstrada
pelo nome de funções corporais.
31. Não é um Deus formado de membros corporais, que, ao rememorar a
geração do Filho diz: Eu te gerei do meu seio antes da aurora (Sl
109,3).
32. Falou assim para confirmar a fé no nascimento inefável do Filho,
nascido da realidade da natureza divina. Falou assim para que a fé pudesse ser
compreendida, para instruir a natureza humana, de acordo com a natureza, para a
compreensão da fé, para que se aprenda que, quando diz do seio, quer dar
a entender que não se trata de criação a partir do nada, mas sim do nascimento
do seu Unigênito, que procede dele mesmo, segundo a sua natureza.
33. Finalmente, as palavras saí do Pai e vim (Jo 16,28) acaso
encerram alguma ambiguidade, ou dão a entender que sua divindade procede de
algum outro princípio a não ser do Pai?
34. Por sair do Pai, não pode ter, por seu nascimento, outra natureza.
Nem pode vir do nada, mas dá testemunho do seu Princípio. Falarei depois de
como isso deve ser demonstrado e entendido.
Capítulo 17.
35. Vejamos, entretanto, como a presunção humana impede a compreensão
do que foi dito sobre Deus, embora não se negue que Deus o tenha dito a
respeito de si mesmo.
36. É gravíssimo o erro da insolência humana, que não só contradiz a
Deus quando não crê na revelação que fez de si mesmo, mas ainda o condena
querendo emendá-lo.
37. Contamina com doutrinas humanas e impugna aquele mistério inefável
de sua natureza e de seu poder!
38. Ousa dizer que, se o Filho nasceu de Deus, é mutável e corpóreo o
Deus que expandiu e estendeu a partir de si mesmo Aquele que deveria ser Filho.
39. Por que tamanha solicitude pela imutabilidade de Deus? Nós,
ensinados por Deus, confessamos o nascimento, pregamos o Unigênito. Tu, para
negar o nascimento, para que na Igreja não haja a fé no Deus Unigênito,
defendes a natureza do Deus imutável que não pode estender-se nem expandir-se.
40. Eu poderia oferecer-te, ó infeliz erro, um exemplo a partir das
coisas do mundo, de algumas naturezas que geram, para que não acreditasses que
o nascimento é uma extensão e para que não pensasses que a geração se dá pela diminuição
do que gera, pois muitos seres vivos são gerados por outros seres vivos sem união
corporal.
41. No entanto, seria um crime não dar crédito a Deus, quando fala de
si mesmo, e seria sinal de extrema insensatez negar a autoridade, nas questões
de fé, daquele a quem confessas que é preciso honrar para ter a vida.
42. Se só por Ele temos a vida, como não viria por Ele a fé que dá a
vida? Como pode firmar-se nele a fé que dá a vida, quando Ele é tido como
testemunha infiel a respeito de si mesmo?
Capítulo 18.
43. Atribui, pois, herege sem fé, o nascimento do Filho à
vontade criadora, para que não tenha nascido de Deus, mas tenha sido criado
pela vontade do Criador.
44. Para ti, não é Deus, porque, se há um só Deus, o Filho não recebe,
no seu nascimento, a natureza do que lhe deu origem. Foi criado como uma
substância diferente, mesmo que seja superior às outras criaturas, por ser o
Unigênito. Não recebeu, no entanto, a natureza de Deus por geração, porque só
pode subsistir pela criação recebida como dom.
45. Tu o chamas de filho, não por ter nascido de Deus, mas por ter
sido criado por Deus, lembrando-te de que homens piedosos foram considerados
por Deus como dignos desse nome.
46. Tu lhe concedes o nome de Deus apenas no sentido que tem nestas
palavras: Eu disse, vós sois deuses, e Filhos do Altíssimo, todos vós (Sl
81,6).
47. Nessas palavras deve-se perceber a indulgência de quem fala.
Nelas, porém, não se expressa o nome e verdade da natureza.
48. Ele é, para ti, filho por adoção, deus por denominação, unigênito
por privilégio, primogênito pela ordem, inteiramente criatura.
49. Não é Deus por geração, não nasceu de Deus, segundo a natureza,
mas sim recebeu a subsistência como uma criatura.
Capítulo 19.
50. Em primeiro lugar, ó Deus onipotente, depois de ter pedido perdão
pela impaciência causada pela dor, permite que eu, que sou pó e cinzas, mas
estou ligado pelos laços do teu amor, fale e me expresse livremente.
51. Eu, infeliz, antes não era nada, não conhecia o sentido da vida e,
sem conhecer-me a mim mesmo, era carente de mim mesmo. A tua misericórdia é a
causa da minha existência e não duvido de que tu, que és bom, tenhas determinado
que seria bom para mim nascer.
52. Tu, que não necessitas de mim, não me deste o ser como o princípio
do meu mal. Como me deste a vida, concedeste-me a razão e o conhecimento e me
instruíste para que eu te conhecesse, por meio dos livros que considero
sagrados, escritos pelos teus servos, Moisés e os Profetas. Por eles, me revelaste
que não deves ser adorado como um Deus solitário.
53. Aprendi neles que há contigo um Deus não distinto pela natureza,
mas uno no mistério da tua substância, e te conheci como Deus em Deus, não de
maneira indistinta e confusa, mas pela força da tua natureza, pois, pelo fato
de seres Deus, estás naquele que nasceu de ti, mas não de tal modo que tu mesmo
sejas Ele e sejas o que está nele. Pelo contrário, o fato de estares no que
recebe de ti o seu ser demonstra a realidade de seu perfeito nascimento.
54. O mesmo me dizem os Evangelhos e os Apóstolos. As palavras que
saíram da boca sagrada do teu Unigênito, escritas nos livros, atestam que teu
Filho, Deus Unigênito, nascido de Deus Ingênito, nasceu da Virgem, como Homem,
para realizar o mistério da minha salvação.
55. Tu estás nele, porque realmente o geraste, e Ele está em ti unido
a ti pela natureza que possui, por ter nascido de ti.
Capítulo 20.
56. Suplicando, pergunto: em que profundezas de desespero me fizestes
submergir? Assim aprendi essas coisas e nelas acreditei, assim as afirmo com a
fé do meu espírito fortalecido, de tal modo que não poderia querer outra coisa.
57. Por que me enganaste, a mim, que sou miserável em relação a ti, e
levaste à perdição meu corpo e minha alma infelizes, com uma doutrina diferente
a teu respeito?
58. Enganou-me a glória de Moisés que descia do monte, depois que o
mar Vermelho foi dividido e depois que ele viu, junto de ti, todos os segredos
ocultos dos mistérios celestes. Acreditei nele, quando falava com tuas
palavras.
59. Davi, que foi achado segundo teu coração, me fez perder-me.
Salomão, que foi digno de receber a sabedoria divina, e Isaías, que pregou o
Senhor dos Exércitos, visto por ele, e Jeremias, santificado antes de ser
formado no seio de sua mãe, como profeta para arrancar e plantar os povos, e
Ezequiel, testemunha do mistério da ressurreição, e Daniel, homem dos desejos,
conhecedor dos tempos, e todo o santo coro dos profetas, e Mateus, o publicano,
eleito para ser apóstolo, e João, digno de receber os mistérios celestes, por
causa de sua familiaridade com o Senhor, e o bem-aventurado Simão, que depois
de sua confissão estabeleceu os fundamentos do edifício da Igreja e recebeu as
chaves do Reino dos céus, e todos os demais que falaram pelo Espírito Santo, e
Paulo, que esteve no fundo mar e, como homem, subiu ao terceiro céu, que esteve
no paraíso antes do martírio e no martírio foi consumado como libação da
perfeita fé.
Capítulo 21
60. Fui ensinado por todos eles e irremediavelmente instruído na fé
que afirmam.
61. Perdoa-me, Deus onipotente, pois não posso emendar-me quanto a
isso e assim hei de morrer. O tempo atual apresentou-me muito tarde esses doutores
que considero ímpios.
62. A minha fé que tu instruíste recebeu-os tarde demais como mestres.
Antes de ouvir esses nomes, eu acreditei em ti, renasci e sou teu. Sei que és
onipotente e espero conhecer o sentido do nascimento inefável que só tu e o teu
Unigênito conheceis.
63. Sei que nada é impossível para ti e não duvido que teu Filho tenha
sido gerado por ti, com a força da tua onipotência, pois, se duvidasse, negaria
que és onipotente.
64. Aprendi que és bom pelo meu próprio nascimento e por isso tenho
certeza de que não invejas os bens que teu Unigênito possui por seu nascimento.
Creio que o que é teu é dele e o que é dele é teu.
65. A criação do mundo me diz que és sábio. Estou certo de que geraste
de ti a tua Sabedoria, que não é diferente de ti. Para mim, és realmente o
único Deus. Creio que, naquele que, procedendo de ti, é Deus, não há nada que
não seja teu. Julga-me por isso. Vê se há em mim crime, por ter acreditado
firmemente, por causa do teu Filho, na Lei, nos Profetas, nos Apóstolos.
Capítulo 22
66. Cesse este discurso temerário e, deste ponto ao qual chegamos, por
causa da necessidade de demonstrar a insensatez dos hereges, retornemos à
explicação da verdade, a fim de que os que ainda podem salvar-se sigam o
caminho do ensinamento evangélico e apostólico, para chegar à verdadeira fé e
para entender que o verdadeiro Filho de Deus não é filho por adoção, mas por
natureza.
67. Convém que seja esta a ordem da nossa resposta: que primeiro
ensinemos que é Filho de Deus e que a natureza divina, pela qual é Filho, está
nele de modo absoluto, pois a heresia de que agora tratamos faz tudo para negar
que nosso Senhor Jesus Cristo seja verdadeiramente Filho de Deus.
68. De muitos modos é conhecido que nosso Senhor Jesus Cristo é
verdadeiramente o Filho Unigênito e assim é proclamado.
69. O Pai atesta, Ele mesmo afirma, os Apóstolos ensinam, os fiéis creem,
os demônios confessam, os judeus negam, os gentios reconhecem na Paixão.
70. O que a fé proclama não se deve ao fato de ter-lhe sido dado um
nome, como a outros. Tudo o que Cristo Senhor fez e ensinou supera em muito o
que pode ser feito pelos que são chamados de filhos, e, de tudo o que é
atribuído a Cristo, se ensina que o principal é isto: Ele é Filho de Deus.
71. Portanto, o nome de Filho não lhe foi atribuído pelo mesmo motivo
que a todos os outros, como se partilhassem a mesma condição.
Capítulo 23.
72. Não quero macular a verdade da fé acrescentando outras coisas por
minha própria conta.
73. Que o Pai fale, como de costume, a respeito do seu Unigênito é
para que, no mistério do batismo, não se ignore, por causa de seu corpo, a
divindade de Jesus Cristo: Este é o meu Filho amado em quem ponho a minha
afeição (Mt 3,17).
74. Pergunto onde falta a verdade e em que se mostra fraca a confissão
de fé, quando não parece suficiente, para provar a majestade, o parto da Virgem,
por obra do Espírito Santo, anunciado pelo anjo, a estrela que conduziu os
magos, a adoração ao que estava no berço, a confissão do Batista afirmando o
poder do que devia ser batizado. Do céu, o Pai diz: Este é o meu Filho.
75. Que significa o uso de pronomes e não de cognomes? Os cognomes são
acrescentados aos nomes, os pronomes têm valor de nomes. Este e meu indicam
algo que é próprio.
76. É preciso compreender o verdadeiro sentido das palavras. Leste: Gerei
filhos e os exaltei (Is 1,2), mas não leste meus filhos.
77. Gerou-os como filhos para si quando os tirou do meio dos pagãos e
fez deles o povo de sua herança. Para que não seja atribuído ao Filho Unigênito
o nome de filho adotivo pela sua participação na herança, foi indicada a
realidade da sua natureza pela indicação da propriedade.
78. Só seria possível dar a Cristo esse nome, em comum com os outros,
se houvesse outro filho do qual fosse dito: Este é o meu Filho.
79. Se, no entanto, estas palavras foram ditas somente a respeito
dele, vamos acusar o Pai por ter dado testemunho de que o Filho é dele?
80. As palavras este é significam que Deus tem outros filhos,
que receberam esse nome, mas só este é o Filho.
81. Muitos foram chamados de filhos por serem adotados, este, porém,
por ser Filho.
82. Não procures outro, não acredites que seja outro. “Aponto para
este, empregando as palavras é meu, este é, é meu Filho”,
diz Deus.
83. Depois disso não pode haver motivo algum para crer que não o seja.
Este é o motivo da palavra do Pai: que não se ignorasse quem era o que devia
ser batizado para que se cumprisse toda a justiça e que fosse reconhecido como
Filho de Deus pela voz de Deus o que era visto como homem por causa do mistério
da nossa salvação.
O que você destaca no texto e
colo ele serve para sua espiritualidade?
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