quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

O que é a Antífona do Ó?


A Liturgia do “Ó” — também conhecida como Antífonas do Ó — é uma antiga tradição cristã do Advento, celebrada de 18 a 23 de dezembro, nos dias imediatamente anteriores ao Natal do Senhor.

O que é a Liturgia do “Ó”?

Trata-se de uma sequência de antífonas bíblicas cristológicas, cantadas ou proclamadas tradicionalmente antes do Magnificat (Lc 1,46–55) nas Vésperas. Cada antífona começa com a exclamação “Ó”, seguida de um título messiânico de Cristo, extraído sobretudo do Antigo Testamento.

Esses títulos revelam, de forma progressiva, quem é Aquele que vem e por que Ele vem.

Por que começa em 18 de dezembro?

Porque a Igreja antiga organizou os últimos sete dias do Advento como uma subida contemplativa e bíblica até o Natal. Cada dia aprofunda a esperança messiânica, preparando o coração do povo para acolher a Encarnação do Verbo.

As Antífonas do “Ó” (18–23 de dezembro)

1. 18/12 – Ó Sabedoria (O Sapientia)
Cristo é a Sabedoria eterna de Deus que ordena todas as coisas.
📖 cf. Provérbios 8; Sabedoria 7; 1 Coríntios 1,24


2. 19/12 – Ó Adonai (O Senhor)
O Deus que falou a Moisés na sarça ardente agora vem libertar seu povo.
📖 cf. Êxodo 3; Isaías 33,22


3. 20/12 – Ó Raiz de Jessé
O Messias prometido da linhagem de Davi, esperança das nações.
📖 cf. Isaías 11,1.10; Romanos 15,12


4. 21/12 – Ó Chave de Davi
Aquele que abre o que ninguém fecha e liberta os cativos.
📖 cf. Isaías 22,22; Apocalipse 3,7


5. 22/12 – Ó Sol Nascente (Ó Oriente)
Cristo é a Luz que dissipa as trevas da morte e do pecado.
📖 cf. Malaquias 4,2; Lucas 1,78–79; João 1,9


6. 23/12 – Ó Rei das Nações
O verdadeiro Rei e fundamento de toda a criação.
📖 cf. Salmo 2; Isaías 9,6; Efésios 2,14

 Um detalhe belo e profundamente simbólico:
As letras iniciais latinas dos títulos, lidas de trás para frente, formam “ERO CRAS” —
“Amanhã eu virei”.


Sentido espiritual

A Liturgia do “Ó” não é apenas um costume litúrgico, mas uma escola de esperança. Ela ensina a orar o Advento com a Escritura, a esperar não um símbolo, mas uma Pessoa viva: Jesus Cristo, o Senhor.

Para comunidades protestantes, ordens evangélicas e expressões monásticas — como a espiritualidade vivida na OFSE / OESI — essa liturgia pode ser assumida como:

leitura bíblica diária,

breve meditação cristocêntrica,

oração comunitária ou pessoal,

preparação devocional profunda para o Natal.

Ela nos faz repetir, com a Igreja de todos os tempos:
“Ó Senhor, vem e não tardes!”
(cf. Apocalipse 22,20)

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